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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Filmes: "Judge Dredd" (1995)

OS FÃS ESTÃO ERRADOS!

Primeira adaptação do Juiz Dredd para os cinemas foi massacrada na época do lançamento, mas resiste bem a uma revisão

- por André Lux, crítico-spam

O Juiz Dredd é um personagem dos quadrinhos, criado por John Wagner e Carlos Ezquerra, que já rendeu duas versões para as telas dos cinemas.

A ação das histórias do Juiz se passa num futuro distópico, após uma guerra nuclear que deixou a maior parte do planeta devastada por radiação, onde os humanos sobreviventes se aglomeram em gigantescas mega-cidades que vivem sob o julgo de um sistema penal totalitário e fascista, no qual os policiais tem poder absoluto de polícia, júri, juiz e executor. O melhor deles é justamente Dredd, o mais impiedoso e rígido, fruto de uma experiência de clonagem.


A primeira versão para os cinemas, "Judge Dredd" ("O Juiz" no Brasil), foi vivida por Sylvester Stallone, o eterno Rambo, e dirigida por um garoto de 26 anos chamado Danny Cannon, em 1995. Apesar de ter sido rejeitado pela maioria dos fãs do personagem, o filme não é ruim. Pelo contrário.

Tem efeitos especiais bacanas para a época, excelente música de Alan Silvestri (dos "De Volta Para o Futuro" e "Predador"), fotografia requintada de Adrian Biddle e um desenho de produção muito bonito, com direito às armaduras dos juízes criadas pelo famoso estilista Gianni Versace.

Canastrice e queixo de Stallone são perfeitos para Dredd
Os fãs reclamam até hoje do fato de Dredd tirar o capacete no filme, algo que jamais faz nos quadrinhos. Mas, sinceramente, isso não me incomoda simplesmente porque na trama contada pelo filme, que o mostra sendo injustamente acusado de um crime e enviado à prisão, não teria mesmo como ele ficar usando ele o tempo todo.

Confesso que não conhecia o personagem quando assisti nos cinemas, mas minha apreciação ao filme aumentou ainda mais depois que passei a acompanhar os quadrinhos, já que descobri que o roteiro faz uma salada bastante interessante das origens de Dredd com outros personagens clássicos.

Além disso, conta com um elenco de apoio muito bom, com direito a Max Von Sydow (como o Juiz Fargo), Jurgen Prochnow, Diane Lane, Joan Chen e um Armand Assante que praticamente mastiga o cenário com sua interpretação over do juiz Rico.

Armand Assante, como Rico, praticamente mastiga o filme
"Judge Dredd" também não tem medo de colocar o dedo na ferida e mostrar o quanto a "justiça" fascista daquele mundo é perigosa e absurda, ao colocar o próprio Dredd como vítima do sistema que ele até então defendia com unhas e dentes, sem questionar (algo que os próprios quadrinhos abordam raramente).

O que atrapalha o filme acaba sendo justamente a presença de Stallone, cuja canastrice até ajuda na caracterização. Apesar de ficar perfeito no uniforme (especialmente graças ao seu enorme queixo), ele ainda recebia tratamento de estrela e exigiu várias mudanças no roteiro, inclusive poder disparar aquelas frases cômicas infames que estavam na moda na época, mas que destoam completamente do personagem
. Embora nos quadrinhos exista bastante humor (negro), ele nunca vem de Dredd, que é mortalmente sério.

O grande Max Von Sydow como Fargo: coadjuvante de luxo
Mas é pouco para estragar a diversão. Esse é o tipo de filme que resiste bem a uma revisão, mesmo ficando datado em certos aspectos. Neste caso, os fãs estão errados!

Cotação: * * * 1/2

5 comentários:

Anônimo disse...

André, qual a sua opinião sobre o filme Forrest Gump?

André Lux disse...

Acho um bom filme.

Anônimo disse...

Só isso?Eu vi no wikipedia que algumas pessoas acusaram o filme de ser propaganda da direita, na questão meritocracia,apesar de que eu também acho um filme muito bom.

André Lux disse...

Pelo contrário, acho que se o filme tem uma mensagem é a de que nos Estados Unidos quanto mais idiota for o sujeito, mais chance tem de se dar bem...

Anônimo disse...

Eu vi o filmei e percebi a mesma coisa, ainda mais o país que já teve um secretário de defesa chamado Donald, e um presidente pateta que quebrou o mundo(quebrar um país de 3º mundo 3 vezes é para os fracos, o negócio mesmo é quebrar o mundo)