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sábado, 21 de janeiro de 2012

Filmes: "Matrix Revolutions"

A VINGANÇA DOS NERDS

REVOLUTIONS é só mais uma parte de um imenso e divertido quebra-cabeças, o qual caberá a você montar no final da projeção.

- por André Lux, crítico-spam

Verdade seja dita: temos que tirar o chapéu para a dupla de irmãos Larry e Andy Wachowsky. Ao contrário de todas as expectativas eles conseguiram fechar a trilogia MATRIX com chave de ouro. Chega até a ser ridículo tentar comparar REVOLUTIONS com RELOADED já que ambos são duas partes de um mesmo filme, tanto que o terceiro começa no exato ponto que terminou o segundo (recomenda-se vê-lo novamente antes de ir aos cinemas).

O mais incrível é o fato de terem conseguido encerrar tudo sem apelar para explicações didáticas ou soluções simplistas (vide o patético MINORITY REPORT, de Spielberg), evidenciando de forma cabal o que espectadores mais atentos já haviam percebido nos dois primeiros filmes: tudo que vemos na tela nada mais são do que peças de um imenso quebra-cabeças que vai se formando por partes, cabendo então ao espectador juntar tudo na última cena e dar sentido ao que viu.

O mais divertido é notar o quanto a maioria dos críticos e "entendidos de cinema" têm soterrado o filme com suas críticas ferozes e rancorosas simplesmente por não terem sido capazes de responder as perguntas que o filme levantou, ainda mais quando as respostas estavam desde o início na cara de todos e não em profundas masturbações mentais acerca dos mistérios do universo... Não há (nem nunca houve) enigmas terríveis a serem decifrados, muitos menos mensagens profundas e existenciais para serem levadas a "sério" - e, sinceramente, alguém que tenha considerado levar a sério um filme estrelado pelo simpático canastrão Keanu Reeves no papel de um ex-nerd-de-computador-que-virou-Messias tem que procurar ajuda médica!

Qualquer um que tenha prestado atenção às pistas jogadas pelos Wachowsky desde o primeiro filme vai perceber que tudo que acontece em REVOLUTIONS é exatamente o que previu o Arquiteto no final de RELOADED. Quer dizer, nem tudo, pois há um diferencial que a princípio parece pequeno, mas é fundamental para a compreensão da saga de Neo e o significado das ações que ocorrem à sua volta. O personagem Oráculo tem papel fundamental nisso tudo, é claro, e nem são necessárias grandes elucubrações para descobrir qual. Todavia, algum tipo de reflexão será exigida para que as peças do quebra-cabeça formem um todo coerente no final.

O problema todo com MATRIX e as expectativas geradas pelas continuações é que o primeiro filme fez mais sucesso por causa de seus efeitos visuais revolucionários e pancadaria generalizada regada à golpes de karatê brilhantemente estilizados, quando na verdade o que o tornava acima da média e o diferenciava de ser uma mera exibição de técnica e pirotecnia era justamente as entrelinhas da trama. Se pensarmos bem, o que de tão diferente tem o primeiro dos outros dois filmes? A história se fecha de maneira redonda? Será? Reveja MATRIX e reflita sobre o que Neo conseguiu no final, além de tomar consciência de seus poderes e ?destruir? o agente Smith (Hugo Weaving, excelente). Algo mais? Certamente que não.

É por isso que, vistos sob essa nova perspectiva (e com o apoio dos ótimos episódios de ANIMATRIX), os dois filmes seguintes tornam-se tão saborosos e fica fácil entender porque estão sendo massacrados pela crítica. Afinal, descobrimos que a história tinha uma continuação e, infelizmente, ela não era exatamente o que a maioria das pessoas gostaria: o típico confronto "bem x mal" no qual o primeiro prevalece onipotente sobre o segundo. Muito pelo contrário. Não é a toa, portanto, que o filme chama-se REVOLUTIONS.

Pior de tudo é ver gente dizendo que o filme faz sucesso porque as pessoas gostam de se achar burras. Nada mais longe da verdade, já que somente críticos e intelectualóides gostam de louvar filmes indecifráveis e sem nexo feitos por malas sem alça que são são tidos como gênios intocáveis por pessoas que preferem morrer a ter que admitir que não entenderam absolutamente nada que viram nos filmes ("não entendi, então deve ser genial", concluem). Já a maioria das pessoas gosta sabiamente é de entender tudo a que assiste. Pena que, devido à qualidade cada vez mais baixa dos filmes muitos simplesmente desaprenderam a pensar e refletir sobre o que veem na tela, acostumados que estão a receber tudo pronto no final de preferência com algum personagem explicando a trama durante uma narração...

Não é de se estranhar, portanto, que MATRIX REVOLUTIONS não está fazendo e nem vai repetir o sucesso do primeiro filme que, embora fosse tão complexo quanto os subseqüentes, ao menos tinha um final (pseudo) redentor e mais aceitável, o que apagava o fato de que a maioria simplesmente não tinha entendido quase nada até então. É por essas e outras que devemos dar os cumprimentos aos irmãos Warchowsky que, com REVOLUTIONS, firmaram afinal sua derradeira vingança contra aqueles que acham que meros nerds não teriam capacidade (ou direito) de criar algo novo e revolucionário, mesmo que para isso tenham bebido em diversas fontes das mais variadas origens e vertentes - mais do que nunca a saga de DUNA, de Frank Herbert, se faz presente na MATRIX (quem leu os livros certamente vai lembrar, por exemplo, do messias cego de Arrakis).

E se não bastasse tudo isso, ainda temos a chance de ver cenas de ação tensas e repletas de efeitos visuais exuberantes - felizmente as lutas protagonizadas por Neo são mais convincentes e dramáticas do que as redundantes de RELOADED. Digna de nota também é a majestosa música de Don Davis, que finalmente ganhou o destaque e a importância merecidas. Merece louvor também o papel de destaque que as mulheres têm no desenrolar dos eventos, bem como o fato do filme dar grande destaque aos personagens negros, geralmente relevados ao papel de meros coadjuvantes na maoiria dos filmes produzidos em Hollywood.

Ou seja: quem entrar no cinema esperando ver desvendados os mistérios da vida ou, ao contrário, receber explicações didáticas e herméticas vai obviamente ficar frustrado. Já quem está sendo capaz de seguir a trama sem se deixar levar pelo excesso de expectativas e está consciente da intenção dos autores desde o início (a qual ficou ainda mais clara e óbvia em RELOADED) vai certamente se divertir. Mesmo porque a palavra chave é exatamente essa: diversão. MATRIX nada mais é do que diversão de qualidade, repleta de ação, efeitos e citações ao pop contemporâneo, mas que de quebra faz pensar - mas não em bobagens pretensiosamente indecifráveis como o "sentido da vida" ou o "sexo dos anjos", mas sim na própria trama descrita no universo do filme.

Sinceramente, você quer mais do que isso num filme-pipoca? Então o problema é seu...

Cotação: * * * * ½

5 comentários:

P. Ilianovic disse...

Meu problema com o Revolutions e o mesmo que tive com o final de Lost: parece que foi prometido muita coisa, mas nos entregaram poucas. Sao duas historias boas, mas fiquei com a sensacao de que faltara alguma coisa. Em tempo, gostaria de ler criticas suas a series como Lost, Game of Thrones, The Tudors etc. Um abraco.

Andrews disse...

Analise perfeita, Quem até hoje duvida da qualidade da trilogia é porque simplesmente não entendeu e nem procurou entender e refletir sobre o que é passado nos filmes, como foi dito a maioria das pessoas estão acostumadas a receber tudo mastigado e cada vez menos, no minimo,tentar refletir em cima das ideias passadas.

Dário disse...

Meu problema com esse filme é justamente o que o primeiro cara que comentou escreveu.

Prometeram uma coisa e entregaram o OBVIO. Trégua? Palhaçada, fizeram isso claramente para ver se renderia uma continuação futura.

Não é a toa que ganhou um framboesa de ouro.

Anônimo disse...

Acho que as pessoas estão levando a sério de mais o que veem nos cinemas. Filmes são criados apenas para entretenimento das pessoas, só isso. Vamos ao cinema ver um bom filme, comer pipoca, tomar um refri e rir muito, ou chorar de emoção, gritar, comentar etc... E quanto aos que criticam duramente aos filmes: vão tomar bem naquele lugar. Matrix cumpre bem o seu papel em materia de diversão. Palhaços invejosos que só sabem detonar com o trabalho alheio!!!!!!!!

Anônimo disse...

Falou, falou, falou, falou... E não disse MERDA nenhuma.