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segunda-feira, 30 de março de 2015

Filmes: "Cinderela" (2015)

À PROVA DE CRÍTICAS

Sucesso do filme mostra que esse tipo de conto de fadas machista ainda faz a cabeça de muita gente


- por André Lux, crítico-spam


É impossível analisar um filme como "Cinderela" objetivamente, afinal trata-se de uma das histórias mais manjadas de todos os tempos. 


Além disso, já deu origem a incontáveis adaptações, começando pelo desenho clássico de 1950 e passando por dezenas de releituras para os cinemas e vídeo.

O que se pode dizer com certeza é que esse conto de fadas é um dos maiores responsáveis por "envenenar" a mente das crianças, principalmente as mulheres, com valores machistas e patriarcais, que incentivam as mulheres a serem eternamente passivas, submissas e sempre à espera de um "príncipe encantado" lindo e, claro, rico que será a fonte de toda a felicidade e conforto para elas.

Nesse sentido, a nova versão com atores de carne e osso não faz muito para mudar esse quadro, embora o diretor Kenneth Branagh se esforce para deixar a protagonista mais ativa e menos submissa. Mas é muito pouco, ainda mais depois da enxurrada de filmes e animações atuais que buscam colocar a mulher como dona do próprio nariz e lutando pela felicidade sem precisar se apoiar em um homem para isso (vide "Frozen", "Malévola", "Valente", entre outros).

A seu favor, o novo "Cinderela" tem um belíssimo desenho de produção feito pelo mestre Dante Ferreti. A trilha musical de Patrick Doyle, colaborador habitual de Branagh desde "Henrique V", é bonita e funciona bem com as imagens. Mas quem rouba a cena é Cate Blanchet, como a Madrasta, que além de ser belíssima, consegue colocar um peso na personagem nunca visto antes.

O mesmo não se pode dizer da moça que faz o papel título, uma certa Lily James, insonsa e sem qualquer carisma. Não chega a ser má atriz, mas não convence nem um pouco no quesito sedução, o que deixa o filme capenga, especialmente quando o príncipe, feito pelo rapaz que foi o Robb Stark em "Game of Thrones", tem que cair de amores por ela. Mais verossímil seria ele se apaixonar pela maravilhosa Madrasta...

Sou obrigado a dizer que erraram em não incluir canções no filme - e isso vindo de alguém que não suporta musicais! Nem mesmo a fada madrinha (feita pela horrível Helena Bonham Carter usando uns ridículos dentes postiços) canta a famosa "Bibidi-Bobi-Boo". Certamente algumas canções teriam deixado tudo mais mágico e ligeiro. 

Porque a trama é tão previsível e conhecida que acaba sendo meio tedioso acompanhar tudo, ainda mais levado tão a sério como nesta versão. Estranhei ao descobrir que o filme tem apenas 105 minutos, pois tive a impressão que é bem mais longo, o que é sempre um mau sinal.

Mas esse é um daqueles filmes à prova de crítica, afinal está fazendo enorme sucesso, principalmente entre seu público alvo: as mulheres. Na sessão que participei, elas gritavam, vaiavam e aplaudiam muito. Sinais de que esse tipo de conto de fadas machista ainda faz a cabeça de muita gente...

Cotação: * * *

quinta-feira, 26 de março de 2015

Filmes: "Garota Exemplar"

BLEFE

Filme mente e engana o espectador para gerar surpresa e choque, o que é sempre algo imperdoável.

- por André Lux, crítico-spam

David Fincher acabou sendo o maior blefe de sua geração. Depois de um começo problemático em "Alien 3", explodiu com o sensacional "Seven" e virou a maior promessa do cinema estadunidense. 


Infelizmente, parece que se deixou levar pelo ego inflado e acabou fazendo filmes excessivos (como "Clube da Luta" e "Millenium") ou simplesmente insonsos ("O Curioso Caso de Benjamim Button", "Zodiaco", "Quarto do Pânico", "A Rede").

Mesmo assim, mantém seu prestígio junto à indústria e os críticos, ao ponto de todo mundo louvar esse "Garota Exemplar", que é baseado num romance de sucesso. Mas é, como Fincher, um blefe. 


Esse é um daqueles filmes que são vendidos como algo grandioso, cheio de mistérios e reviravoltas, mas no fundo é apenas mais um que mente e engana o espectador para gerar surpresa e choque, o que é sempre algo imperdoável.

O mistério do desaparecimento da esposa do coitado do Ben Afleck é resolvido já no meio da trama e, convenhamos, é algo completamente absurdo e sem nexo. Nem o maior psicopata do mundo se daria o trabalho de construir um esquema tão elaborado e infalível só para prejudicar uma pessoa. 


A partir daí, o filme fica ainda mais tedioso, enquanto seguimos o patético marido que só faz besteiras e o autor do plano mirabolante, que também age de maneira totalmente estúpida e incoerente com o que foi mostrado até então sobre o personagem. Mas pior mesmo é a conclusão, daquelas que fazem a gente gargalhar, de tão forçada e inverossímil.

Fincher encena e filma tudo com preguiça e sem deixar qualquer marca, culpa também da trilha musical de Trent Reznor e Atticus Ross que não serve para nada e a maioria do tempo soa mais como alguém fazendo barulinhos no teclado.

Cotação: *