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sexta-feira, 27 de março de 2020

“Star Trek: Picard” consegue ser ainda mais abominável que “Discovery”


Série é violenta, mal feita e tem um impressionante número de furos no roteiro, sem falar da traição ao espírito das séries criada por Gene Rodenberry

- por André Lux

É simplesmente lamentável o rumo que a franquia “Star Trek” (“Jornada nas Estrelas”) tomou depois do “reboot” iniciado por J.J. Abrams no cinema em 2009. Eu até gostei desse filme, porém começou a desandar no segundo “Star Trek: Além da Escuridão” (o terceiro foi inofensivo) e desembocou na grotesca série “Star Trek: Discovery”, certamente uma das coisas mais ridículas e ofensivas já produzida por Hollywood (clique aqui para ver minha análise das duas temporadas da série).

O grande culpado por isso certamente é um tal de Alex Kurtzman, roteirista e cineasta sofrível que simplesmente destrói tudo que põe a mão. Surge então “Star Trek: Picard”, nova tentativa do Kurtzman e do estúdio CBS em continuar lucrando em cima da franquia, dessa vez sobre o grande Jean-Luc Picard, capitão da Enterprise D em “Star Trek: A Nova Geração”. Mas sinceramente não tem absolutamente nada a ver com a série que teve sete temporadas e é muito amada pelos fãs da franquia.

Confesso que não estou entre eles. Gosto da série, porém sempre achei meio tediosa e nunca me conectei satisfatoriamente com os personagens. “Star Trek” para mim continua sendo a série original com Kirk, Spock e o doutor McCoy. Todavia, “A Nova Geração” tem muitas qualidades, sendo a principal delas justamente o capitão Picard (feito pelo grande Patrick Stewart, um inglês interpretando um francês!) que era um formidável diplomata, quase sempre conseguindo resolver os problemas com uma boa conversa racional.

Infelizmente, quando “A Nova Geração” foi para o cinema, mudaram bastante a caracterização de Picard tornando-o mais brigão e heroico, dizem que por exigência do próprio ator, algo que irritou os apreciadores da série. Porém, não chega nem perto dessa aberração chamada “Star Trek: Picard” que da franquia tem apenas os nomes. Consegue ser ainda pior e mais irritante que “Discovery”, algo que ninguém imaginava possível. É impressionante o número de furos e inconsistências no roteiro e a total falta de sentido na trama como um todo. Sério, daria para escrever um livro sobre isso se analisarmos a fundo cada episódio de tão grotescos que são.

Todavia, o que mais incomoda é como pintam a Federação dos Planetas nessa realidade, especialmente os seres humanos. Nas séries originais criadas pelo grande Gene Rodenberry, a humanidade do futuro havia resolvido suas mesquinharias e aprendeu a viver pacificamente, sendo a Federação uma irmandade de seres das mais variadas espécies, voltada para a ciência e para a exploração espacial. Claro, de vez em quando as coisas esquentavam e aconteciam lutas e guerras, porém quase sempre tudo era resolvido com diplomacia, até mesmo por Kirk que adorava ter sua camisa rasgada durante uma troca de socos.

Em “Star Trek: Picard” a Federação é a grande vilã, pintada como uma organização decadente e cheia de preconceitos! Como assim? Na verdade, essa ideia vem da cabeça dos criadores da série Michael Chabon e Kurtzman que queriam levar uma mensagem contra o presidente Donald Trump e a favor das minorias e dos perseguidos aos espectadores. Até aí, nada contra, porém tudo é feito com a sutileza de um elefante com dor de dentes e acaba sendo um grande tiro no pé. A situação ficou tão ruim que vários produtores e roteiristas foram demitidos no meio das filmagens, muita coisa teve que ser alterada e várias sequências foram refilmadas de forma completamente diferente, o que resultou numa série sem pé nem cabeça, onde nem mesmo a trama principal faz o menor sentido ou tem qualquer resolução.

Por exemplo, alguém consegue explicar como e por que as duas androides gêmeas foram parar uma na Terra e outra dentro de um cubo Borg? Ou como os romulanos sabiam disso? E o que elas tem realmente a ver com o comandante Data (Brent Spiner, que aparece em pontas)? E como explicar então que os romulanos, que tiveram seu império dizimado por uma supernova (eventos que acontecem no “Star Trek” de 2009) obrigando muitos de seus membros a viverem em um planeta em condições precárias, no final aparecem com uma frota de mais de 200 poderosas naves? É tanto furo e coisas sem sentido que, como falei, daria para ficar dias falando só sobre isso.

“Picard” consegue também ser pior que “Discovery” nos aspectos técnicos, pois parece pobre, mal feita, tem uma edição péssima (alguns cortes parecem ter sido feitos por amadores), efeitos especiais fracos e um elenco formado por canastrões risíveis (a direção e o roteiro dos episódios também não os ajuda em nada), onde até Patrick Stewart está fora de forma (aos 80 anos de idade ele parece cansado e praticamente sussurra seus diálogos sem vigor). Acho que o pior personagem é o romulano ninja que parece irmão gêmeo do Elrond, o elfo de "O Senhor dos Anéis"!

Separados no nascimento: o Elfo e o Romulano Ninja

Mas, acima de tudo, a série é chata, desinteressante, repleta de cenas de violência extrema (chegam a arrancar o olho de um personagem e várias cabeças são decepadas!), palavrões e gírias típicas da nossa época. Se fosse uma série de ficção científica qualquer resultaria abaixo do medíocre, porém ao usar o nome “Star Trek” fica simplesmente abominável, principalmente quando incorpora o magnífico tema musical criado pelo mestre Jerry Goldsmith para “Star Trek: O Filme” e que depois foi escolhido como o tema principal de “A Nova Geração”.

“Picard” está sendo massacrada pela maioria dos fãs, que dizem que a franquia agora está sendo feita "por gente que não conhece Star Trek, para gente que não gosta de Star Trek". Com razão. Seria bom que os executivos da CBS os ouvissem e repensassem como vão tratar a franquia daqui para frente, porque se continuarem assim, somente os fanáticos que louvam qualquer coisa que tenha o nome de sua adoração vão continuar assistindo. O que é uma pena. Gene Rodenberry não merece isso, sinceramente...

Cotação: ZERO

terça-feira, 24 de março de 2020

"Freud" usa o nome do pai da Psicanálise em vão


ATO FALHO

Série é uma tremenda enganação, pois não tem nada a ver com o pai da Psicanálise e o coloca no meio de uma trama cheia de conteúdos sobrenaturais, algo que Freud abominava

- por André Lux


Essa série da Netflix chamada "Freud" é uma tremenda enganação. Primeiro porque é totalmente fictícia e quase nada tem a ver com o verdadeiro pai da Psicanálise.

Segundo porque Freud nem é o protagonista, mas sim uma moça com poderes mediúnicos e que vive atormentada por sua mãe adotiva que é uma espécie de bruxa húngara. Ou seja, ladainhas sobrenaturais que Freud repudiava, afinal era ateu e cético ao extremo.

As únicas relações da série com a realidade são o uso de nomenclaturas psicanalíticas nos nomes dos episódios e quando Freud hipnotiza as pessoas, algo que sabemos ele nem gostava e logo descartou. Mas na série ele usa e abusa da ferramenta, mais parecendo um Jedi de "Star Wars" (segundo os autores, basta encostar a mão numa pessoa e ela fica instantaneamente hipnotizada!).

Não que seja ruim, a trama tem seu interesse e há personagens ricos como o oficial da polícia traumatizado pela guerra. Porém, chamar a série de "Freud" parece mesmo um grande ato falho ou então má fé pura e simples...

Cotação: **

terça-feira, 3 de março de 2020

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL...

Livro confirma que Palpatine morreu e voltou como clone em "A Ascensão Skywalker"


A adaptação para livro de "Star Wars: A Ascensão Skywalker", que contém algumas cenas inéditas, confirmou que o Imperador Palpatine que aparece no filme é um clone.

O romance que será lançado no dia 17 de março conta, em trechos liberados antecipadamente, o momento que Kylo Ren chega ao planeta Exegol para confrontar Palpatine, e explica que o corpo físico do vilão era um clone.

“Todos os frascos estavam sem líquido, exceto um, que estava quase no fim. Kylo examinou de perto. Ele havia visto este aparelho antes, quando estudou as Guerras Clônicas, quando era garoto. O líquido que fluía ao pesadelo vivo em sua frente lutava uma batalha fracassada para nutrir o corpo pútrido do Imperador.”

“E o que você poderia me dar?', perguntou Kylo. O Imperador Palpatine estava vivo, após um molde, e Kylo sentia em sua alma que o corpo clonado guardava o espírito real do Imperador. Era um recipiente imperfeito, no entanto, incapaz de sustentar seu imenso poder. Não poderia durar muito.”

Então o Imperador morreu em "O Retorno de Jedi" (1983), quando Darth Vader salva Luke, mas apenas em corpo. O espírito dele foi transferido para o clone que aparece em "A Ascensão Skywalker".

Essa possibilidade já foi citada em alguns livros de Star Wars como a Transferência de Essência, uma técnica Sith que permite o espírito do usuário possuir outro corpo.

- fonte: Rolling Stone

segunda-feira, 2 de março de 2020

"Ford vs Ferrari" vai agradar até quem não tem fetiche por carros



O filme vale principalmente pelas atuações carismáticas de Matt Damon e Christian Bale

- por André Lux

Como não ligo para carros, não dei muita bola para “Ford vs Ferrari” quando foi lançado nos cinemas. Mas, depois que ganhou o Oscar de melhor Montagem, resolvi dar uma espiada. E fui surpreendido positivamente. O filme é realmente muito bom e vai interessar mesmo quem, como eu, não tem fetiche por automóveis.

O foco central do excelente roteiro baseado em fatos reais fica sobre a relação entre os personagens feitos por Matt Damon e Christian Bale. O primeiro é um ex-piloto de corridas que teve que abandonar a profissão por causa de problemas no coração e tornou-se designer de automóveis, enquanto o segundo é o seu melhor piloto de teste e corredor. A atuação deles é o ponto alto do filme, com ambos esbanjando carisma, especialmente Bale que fica muito melhor em papeis cômicos e soltos como esse, onde pode ter arroubos de sarcasmo e explosões de raiva livremente.

A direção de James Mangold (de “Copland” e “Logan”) é muito segura e consegue um perfeito equilíbrio entre os momentos introspectivos dos personagens e a emoção das corridas. “Ford vs Ferrari” tem também ótimas direção de fotografia e montagem que nunca deixam o filme confuso ou picotado, algo realmente raro no cinema comercial estadunidense hoje em dia. A trilha musical de Marco Beltrami e Buck Sanders pontua com perfeição a ação ao mesclar batidas de rock com jazz, entrecortados por languidos solos de guitarra.

O único ponto que não gostei foi a maneira que escolheram para mostrar o destino de um dos personagens, feita de maneira distanciada e não convincente. Deveriam ter ido mais a fundo e não ter medo de buscar uma aproximação mais melodramática, afinal o arco dos protagonistas permitia isso. Mas é apenas um pequeno deslize num filme bastante divertido e dinâmico que tem 2h30 de projeção, porém parece bem menos – o que é sempre o melhor elogio.

Cotação: * * * *