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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Filmes: "Eles Vivem"

SERÃO OS NEOLIBERAIS ALIENS?

Vai agradar quem gosta de ficção científica e de filmes engajados politicamente.

- por André Lux, crítico-spam

"Eles Vivem" é um dos melhores filmes que o diretor John Carpenter produziu até hoje. O roteiro, escrito pelo próprio Carpenter (sob pseudônimo) baseado num conto de Ray Nelson, é bastante engenhoso e tira máximo proveito de todas as situações inusitadas providas pela trama sempre interessante e pertinente.

Operário desempregado (o lutador Roddy Piper, canastrão perfeito para o papel) descobre uma conspiração alienígena para dominar a mente de todos os humanos por meio de mensagens subliminares escondidas em sinais de TV. 

Tudo para transformar a Terra num planeta quente e poluído, habitat perfeito para eles. E ainda contam com a ajuda de vários humanos, que trocam a sobrevivência da espécie por dinheiro...

O que torna o filme ainda mais saboroso é a maneira pela qual ele toma conhecimento desse terrível fato: óculos escuros que, ao serem usados, deixam tudo preto-e-branco e o fazem "ver" o que realmente está acontecendo no mundo. Suas primeiras surpresas vêm quando olha para os outdoors só para ver, ao invés dos anúncios normais, palavras como "consuma", "assista TV" "não pense" ou "obedeça". Em seguida olha para uma nota de um dólar a qual, vista pelos óculos, diz "esse é o seu deus".

E não é só isso: ao olhar para algumas pessoas enquanto está sob efeito dos óculos, o protagonista vê a verdadeira natureza dos alienígenas que se escondem sob uma fachada humana também graças ao mesmo sinal subliminar. Garanto que depois de ver "Eles Vivem", você nunca mais vai se achar louco ao perguntar se tipos como Donald Trump, Daniel Dantas, a dona da Daslu ou outra figura bisonha da nossa dita "elite" não seriam de outro planeta, tamanho o grau de insensibilidade e desumanização que demonstram...



Não é a Veja?


Será Roberto Justus um alien malvado também?

"Grana é seu deus". Parece título de editorial da Folha

Depois da Daslu, nada como comprar uns comes e bebes...

Carpenter imprime à sua obra um alto teor de ironia e também uma crítica escancarada ao modelo neoliberal e à mídia que o sustenta, algo ainda bastante atual e relevante, mesmo o filme sendo de 1988, época em que o "consenso de Washington" era enfiado goela abaixo dos governos do mundo inteiro e cujos resultados catastróficos já conhecemos bem.

Brincando com o famoso livro "Eram os Deuses Astronautas?", o filme poderia muito bem se chamar "Serão os Neoliberais Aliens?". Essa abordagem político-social aproxima "Eles Vivem" de outra interessante obra de ficção científica que também deveria provocar o mesmo tipo de reflexão nas pessoas: "Matrix", dos irmãos Wachowsky.

A famosa criatividade do diretor atinge neste filme seu ponto máximo. Suas idéias para cortar os custos da produção são brilhantes e só atuam em favor da trama, sem nunca deixar o filme muito falso ou mesmo excessivamente tosco. O fato de as cenas com efeitos especiais serem filmadas em preto e branco, um evidente recurso para gerar economia, apenas aumenta a sensação de estranheza, garante boas risadas e também algum suspense, principalmente no segundo ato durante o qual o protagonista vai ter que tentar convencer outras pessoas sobre a "verdade" que os cerca.

Temos aí uma das mais divertidas e inacreditáveis cenas do filme, exatamente quando ele tenta fazer outro operário (o ótimo Keith David, que já havia trabalhado com Carpenter em "O Enigma de Outro Mundo") a usar seus óculos. Como ele recusa, só resta aos dois saírem na porrada em uma seqüência de troca de "gentilezas" que dura vários minutos e termina de forma extremamente cômica!

Dentro de sua carreira repleta de altos e baixos, "Eles Vivem" certamente figura entre os trabalhos mais inspirados do diretor John Carpenter, que sabe como poucos tirar proveito máximo do formato widescreen, e vai agradar qualquer um que goste de ficção científica e de filmes engajados politicamente. Veja, reflita e divirta-se!

Cotação: * * * *

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Filmes: "Sete Homens e Um Destino" (2016)

MEDÍOCRE

Dá para assistir, mas não espere muito

- por André Lux, crítico-spam

O faroeste (ou “western” como é chamado lá nos EUA) é um gênero que vira e mexe volta às telas do cinema, mas sinceramente não há muito mais a explorar nele, principalmente depois que Clint Eastwood lançou “Os Imperdoáveis”, certamente o mais denso e realista deles.

Assim, seguindo a moda atual de “atualizar” (leia-se “refazer”) filmes do passado, surge essa nova versão de “Sete Homens e Um Destino”, clássico do gênero inspirado em “Os Sete Samurais”, do Akira Kurosawa, famoso pelo elenco excepcional e pela trilha musical do grande Elmer Bernstein (cujo tema principal virou jingle dos comerciais do cigarro Marlboro por décadas).

Não vou dizer que a nova versão é ruim, porque seria injustiça, porém não empolga e, claro, fica muito longe do original. O maior problema é a direção de Antoine Fuqua, que fez o ótimo “Dia de Treinamento”, mas parece não entender nada do gênero, insistindo numa aproximação hiper-realista em um tema que implora por algo leve e divertido (basta comparar com o bem mais sucedido “Silverado”, de 1985). A fotografia escura e destituída de cores vibrantes também atrapalha e deixa o filme ainda mais pesado.

Outro ponto baixo é a trilha musical assinada por James Horner que é contemporânea e minimalista ao extremo, além de ser novamente uma mera colcha de retalhos de seus trabalhos anteriores, principalmente “Lendas da Paixão” (não as partes bonitas), “Jogos Patrióticos”, “A Marca do Zorro”, “Coração de Trovão”, “Jumanji” e até “Mercenários das Galáxias”, seu primeiro trabalho e que era “Sete Homens e Um Destino” no espaço! O que é uma pena, já que esta foi sua derradeira trilha lançada nos cinemas, finalizada 
por Simon Franglen, um de seus colaboradores habituais e que assina como co-compositor, pouco depois de sua morte em um triste acidente aéreo. Nem mesmo o tema clássico composto por Elmer Bernstein é aproveitado (exceto por uma progressão rítmica), aparecendo apenas durante os créditos finais e soando completamente fora de contexto com o resto da trilha.

Choca também a fraqueza do roteiro, incapaz de criar diálogos memoráveis e de gerar empatia com os personagens, lançando mão de diversos clichês do gênero. Não ficam claras nem as motivações dos pistoleiros que vão se juntando ao grupo. O índio, por exemplo, troca umas palavras com o líder, dá um pedaço de carne crua pra ele morder e, pronto: vira um membro fiel. Hein? A grande batalha final não empolga muito e é por demais alongada. O elenco traz bons nomes, como Denzel Washington, Ethan Hawke, Chris Pratt e Vincent D’Onofrio, mas não chegam a brilhar devido à mediocridade do roteiro.

Medíocre é o melhor adjetivo para definir o filme. Dá para assistir, mas não espere muito.

Cotação: * * 1/2

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Filmes: "Capitão América: Guerra Civil"

DÁ PRO GASTO

Filme é divertido, mas fórmula utilizada já começa a se esgotar


- por André Lux, crítico-spam

Os filmes solo do Capitão América continuam sendo a melhor coisa do universo Marvel adaptado para os cinemas, embora tudo fique cada vez mais confuso já que não dá pra entender porque não fazem simplesmente ser “Os Vingadores”, já que os personagens estão sempre interagindo e não faz muito sentido não estarem presentes quando ameaças terríveis se lançam contra a humanidade, como no segundo “Thor”, por exemplo.

Mesmo assim, os longas com os super-heróis da Marvel continuam mantendo uma boa qualidade, apesar de começarem a cansar, principalmente por causa dessa insistência de colocar os governos do mundo e a mídia questionando a ação deles, algo que apareceu primeiro em “Watchmen” e está também nos filmes da DC, que são bem piores.

Assim, “Capitão América: Guerra Civil” começa onde terminou “Os Vingadores: A Era de Ultron” e tem uma trama bastante rebuscada e altamente inverossímil que acaba sendo novamente apenas uma história de vingança e retaliação que visa fazer os heróis brigarem uns contra os outros - sim, exatamente igual ao abominável “Batman Versus Superman”.

Mas, aqui pelo menos é tudo mais leve e divertido, com muitas cenas de humor e lutas bem coreografadas e editadas, excelentes efeitos visuais e um ótimo elenco. O ponto alto é a briga no aeroporto que conta com as participações divertidíssimas de Homem-Formiga e do Homem-Aranha.

O final, com a briga entre o Capitão e o Homem de Ferro, é fraco e forçado, já que não tinha como o vilão prever e antecipar tudo que ia acontecer para que os dois estivessem no mesmo local e prontos para se odiarem. E novamente a insistência em tentar pintar os heróis como uma ameaça à sociedade, embora pertinente, acaba sendo tola, afinal eles salvaram o mundo de terríveis vilões e é normal que inocentes morram durante os ataques. O que mais poderia se esperar quando um exército de alienígenas ou robôs malvados invade a Terra querendo destruí-la completamente?

Enfim, dá pro gasto e diverte, porém essa fórmula utilizada começa a se esgotar e o excesso de personagens e filmes não ajuda em nada.

Cotação: * * *

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Filmes: "Aquarius"

MUITO BARULHO POR (QUASE) NADA

Filme ganha uma estrelinha a mais por ter feito os cães de guarda da direita tupiniquim espumarem de ódio

- por André Lux, crítico-spam


Quem acompanha meu blog sabe que tive uma pendenga com o crítico e dublê de cineasta Kleber Mendonça Filho, a quem devo meu apelido de “crítico-spam” e cujo primeiro longa-metragem, “O Som ao Redor”, é uma das coisas mais bisonhas que vi na vida. Todavia, confesso que gostei muito de ver ele e a equipe de “Aquarius”, seu novo filme, denunciando o golpe de Estado ocorrido no Brasil, o que provocou muita polêmica e me levou a ficar bastante curioso para ver o resultado final nas telas.

Mas, infelizmente, Kleber mostrou novamente que como cineasta continua um ótimo crítico. “Aquarius” é apenas mais um filme mal feito, mal dirigido e encenado, repleto de situações vazias e que não chegam a lugar algum (como o flerte da protagonista com um viúvo), e com um roteiro frouxo e sem qualquer peso dramático. Fica óbvio que a intenção do Kleber é nobre, principalmente no que diz respeito a fazer uma denúncia social das divisões de classe brasileira, que são ainda mais acintosas na região Nordeste onde o filme se passa, e na luta de David contra Golias representada pela personagem Clara (Sonia Braga) que enfrenta uma grande construtora que quer demolir o prédio onde ela mora sozinha. Ou seja, se aparececem umas navezinhas alienígenas para ajudar ela, ficaria igualzinho ao simpático "O Milagre Veio do Espaço", produzido pelo Spielberg nos anos 80.

O problema é que o roteiro é pífio e todas as cenas que apontam para esses contrastes são gratuitas e forçadas, soando mais como discursinho de comunista de classe média proferidos em saraus de faculdade de Humanas. A luta da protagonista contra a construtora não tem peso dramático algum, afinal mal conhecemos Clara e suas motivações, exceto por meia dúzia de informações rasas que são jogadas de vez em quando. No final, ela parece muito mais apenas uma velha chata e teimosa do que alguém que está lutando por suas convicções.

Se não bastasse isso, o filme tem uma edição sofrível e é alongado além da conta, atingindo a absurda marca de 2h20 de projeção, algo que não faz o menor sentido. Assim como em “O Som ao Redor”, Kleber não demonstra qualquer afinidade em dirigir atores, deixando-os falar um em cima do outro, enquanto a maioria apenas murmura seus diálogos sem verdade alguma. Nem mesmo a experiente Sonia Braga escapa da ruindade, embora até se esforce para tentar dar alguma ressonância a um personagem sem qualquer profundidade. A melhor cena do filme acaba sendo quando ela fica excitada ao testemunhar uma orgia que acontece no apartamento acima do seu e chama um garoto de programa para satisfazê-la, sem dúvida uma sequência corajosa, porém sem relevância para o resto da trama, infelizmente.

O Kleber também parece ter uma fixação mal resolvida com sexo, tanto é que insere diversas cenas quase explícitas de maneira sempre forçada e novamente sem muita relação com o resto do filme. A pior é a que envolve a tia da protagonista que está fazendo aniversário de 70 anos na cena que abre o filme. No meio dos discursos elogiosos dos parentes, incluindo duas crianças, ela olha para uma cômoda e aí tem flashbacks de uma transa, assim do nada. De vez em quando o diretor fixa sua câmera nesse mesmo móvel durante a projeção, mas confesso que não entendi direito o que queria transmitir. Que muita gente trepou em cima dele? Que isso era alguma forma de afirmar que a família de Clara era liberal e progressista? Tudo isso ao mesmo tempo? Pode ser. Ou não. Quem liga?

A conclusão de “Aquarius”, então, é risível, com o cineasta tentando vender uma daquelas cenas que tem o objetivo de provocar catarse na plateia, típica dos enlatados estadunidenses que ele tanto malha em suas críticas, mas que na vida real certamente mandariam a protagonista para a prisão algemada merecidamente. Sem comentários.

É triste ler muitas críticas sobre o filme louvando a produção e supostas virtuoses da direção, em mais uma prova de que a maioria dos críticos atuais confunde amadorismo e falta de conhecimento sobre as técnicas cinematográficas com sinais de genialidade. Kleber é tão pretensioso que decora uma parede da sala da protagonista com um enorme pôster de “Barry Lyndon”, um dos filmes menos conhecidos do grande Stanley Kubrick, o que apenas nos faz lembrar de como a arte de se fazer cinema está cada vez mais diluída.

O mais divertido, todavia, é ver os cães de guarda da direita tupiniquim espumando de ódio contra esse canhestro filme só por causa do protesto em Cannes e de meia dúzia de frases de cunho humanista proferidas durante a projeção, ajudando assim a dar publicidade a ele e meio que obrigando qualquer pessoa que não vomite ódio irracional à esquerda a abraçar e proteger a obra. Só por isso ganha uma estrelinha a mais. Mas, pra variar um pouco, é muito barulho por nada...

Cotação: * *

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Filmes: "Star Trek: Sem Fronteiras"

VIDA LONGA E PRÓSPERA!

Não é fácil ficar velho, ver a vida passar acelerada, sentir a dor da traição de falsos amigos e amores, mas no escurinho do cinema ninguém tira o nosso direito de sentir emoções que poucos tem o privilégio de compartilhar

- por André Lux, crítico-spam 


Chorei de soluçar vendo o novo “Star Trek: Sem Fronteiras” no cinema. Não tanto pelo filme em si, que é bacana sim, mas pela belíssima e emocionante homenagem que fizeram ao elenco original, especialmente Leonard Nimoy, nosso eterno Spock, que morreu ano passado.

Os fãs acabaram sendo um pouco duros demais com esse terceiro capítulo do recomeço da franquia, que teve um primeiro episódio muito bom e um segundo que pecou pelo exagero. A culpa foi dos trailers iniciais que além de terem sido pessimamente montados, davam a impressão de ser um mero filme de ação desmiolado, elevando a enésima potência tudo que deu errado no segundo. O fato de te sido dirigido por um sujeito que fez um dos “Velozes e Furiosos” também contribuiu para acirrar a, bem... fúria dos apreciadores.

Mas não é bem assim. Apesar de ter um ritmo muito acelerado e um excesso de cenas de ação e destruição (impressiona como é fácil arrebentar a Enterprise nessa nova franquia), o roteiro é bem amarrado e repleto de emoção. 
A boa surpresa é que foi co-escrito pelo ator que faz o Scotty, Simon Pegg, que todo mundo conhece das comédias inglesas e obviamente é fã confesso da série, inserindo na trama dezenas de citações à série antiga e também a fatos que envolvem os atores originais na vida real, como o atual Sulu ser casado com um homem, homenageando assim o ator George Takey da tripulação antiga, que é abertamente gay e defensor da causa GLTB. O filme também é dedicado ao ator Anton Yelchin, que faz o novo Chekov, momrto pouco tempo depois das filmagens, vítima de um triste acidente em sua casa.

Pena que não conseguiram achar uma solução melhor para impulsionar a trama do que o manjando clichê do vilão sedento por vingança contra a Federação que tem em mãos uma “máquina do juízo final”, até porque com aquele enxame infernal de pequenas naves ele nem precisaria de mais nada para causar destruição em massa, não é mesmo? Mas ao menos sua motivação faz certo sentido dentro da lógica exposta pelo roteiro e tentam humanizar o personagem o máximo possível.

A música do esforçado Michael Giacchino continua boa e, embora não chegue nem aos pés de um Jerry Goldsmith ou até de James Horner que compuseram as melhores trilhas dos filmes originais no cinema, consegue emocionar na medida certa quando a cena assim exige e não atrapalha nas sequências de ação. O que já é uma baita de um elogio hoje em dia...


O adeus final ao nosso querido Leonard Nimoy...
Mas o importante é que Star Trek continua vivo e está sendo tratado com carinho pelos novos produtores, que sempre buscam incorporar a nova linguagem da sétima arte na série, mas sem nunca esquecer de onde tudo começou. 

Nessas horas a gente percebe que não é fácil ficar velho, ver a vida passando acelerada, sentir a dor da traição de falsos amigos e amores, ficar longe de quem se ama, mas no escurinho do cinema ninguém tira o nosso direito de sentir emoções as quais poucas pessoas tem o privilégio de compartilhar e que acabam, de uma forma ou de outra, dando sentido a essa vida sem sentido que levamos...

Vida longa e próspera, meus caros nerds!

Cotação:
* * * *

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Cine Trash: "The Room"

CIDADÃO KANE DO LIXO

Filme é tão horrível que virou cult, sendo apresentado no mundo todo em sessões especiais onde o público participa de maneira selvagem das exibições

- por André Lux, crítico-spam

Graças à recomendação de um amigo incansável caçador de filmes horríveis, cheguei a esse "The Room", que é considerado hoje como talvez o pior filme de todos os tempos, o "Cidadão Kane" do cinema trash.

O filme é ruim do começo ao fim, com certeza, tem uma "história" completamente sem pé nem cabeça e diálogos que podem provocar um AVC nos desavisados, mas o que o eleva à categoria de atrocidade é sem dúvida a presença do "ator" Tommy Wiseau que, pasmem, é também o roteirista, produtor e diretor da obra!

O sujeito é uma aberração tão grande que passei o filme todo esperando a cabeça dele se partir ao meio e de dentro sair um alien cheio de tentáculos. Não bastasse ser feio como o diabo (parece o resultado de uma mistura do Sylvester Stallone com o Steven Seagal se tivessem sido jogados num moedor de carne juntos), o sujeito é polonês ou algo parecido (ninguém sabe direito de onde surgiu tal criatura), o que o faz declamar suas falas com um sotaque abismal e uma total incapacidade de sequer flexionar a língua inglesa de maneira correta.


O mais impressionante, todavia, é que o filme custou 6 MILHÕES DE DÓLARES! Entre os absurdos que rondam a lendária produção de "The Room" está o fato do "cineasta" ter COMPRADO duas câmeras, uma digital de alta resolução e outra de filme em película, algo que nem mesmo os maiores estúdios fazem, já que esses equipamentos são todos alugados! Detalhe: como não sabia qual era o melhor jeito de filmar, ele simplesmente amarrou as duas câmeras uma ao lado da outra e rodou o filme todo com elas filmando juntas!


Claro que o filme virou cult, sendo apresentado no mundo todo em sessões especiais onde o público participa de maneira selvagem das exibições, ao ponto do ator James Franco estar finalizando uma espécie de documentário/paródia dele, baseado no livro de memórias de um dos atores que participaram do filme.

Não deixem de ver. É realmente impressionante!

Cotação trash: * * * * *