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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Trilhas Sonoras: "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres", de Howard Shore

DUAS VEZES BRILHANTE

Com ''As Duas Torres'', Peter Jackson confirma que não poderia ter sido mais feliz na escolha do compositor para ''O Senhor dos Anéis''.

- por André Lux, crítico-spam

Com a partitura de ''O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel'', Howard Shore mostrou para todos que é muito mais do que um mero compositor de música de suspense - alcunha que já estava fadado a carregar por causa de sucessivas composições para filmes como ''Seven - Os Sete Crimes Capitais'' e ''O Silêncio dos Inocentes'' (claro que quem afirmava isso nunca deve ter ouvido ''Ricardo III'', ''Nobody's Fool'' ou ''Ed Wood'').

Ele não apenas capturou com grande maestria todas as nuances do mundo criado por J.R.R. Tolkien, mas também teve criatividade e arrojo suficientes para injetar sangue novo à arte de compor música para filmes de fantasia e aventura, terreno já trilhado antes por monstros sagrados como Bernard Herrman, John Williams, Jerry Goldsmith e tantos outros. Ou seja: era fácil deixar-se levar pelas influências e trilhar o caminho mais conhecido dos clichês musicais.

Mas Shore entendia o peso da responsabilidade que carregava e não decepcionou. Não é a toa, portanto, que fisgou os prêmios mais importantes daquele ano, bem como o respeito e a admiração de praticamente todos os apreciadores da música cinematográfica. Depois do sucesso da primeira empreitada, a grande questão que pairava no ar era: será que Shore teria fôlego para criar partituras tão boas quanto a do primeiro para os outros filmes da trilogia? ''As Duas Torres'' chegou e a resposta foi um sonoro SIM! Ele não apenas compôs uma trilha à altura da primeira, como a superou em vários momentos.

Livre das necessidades mercadológicas que acabaram limitando a trilha anterior (como a inclusão da soporífera Enya, cujas canções embora não tenham atrapalhado, também nada acrescentaram), Shore pôde concentrar-se mais na experimentação e na criação de temas menos fáceis de serem digeridos à primeira leitura (como o tema dos Hobbits, cuja simplicidade acabou gerando críticas equivocadas, tais como afirmar que era plágio de ''Titanic'', só por usar instrumentos de sopro semelhantes aos daquela trilha).

A trilha de ''As Duas Torres'' está dividida em duas partes bem claras. Em uma há a recorrência aos temas principais criados para o primeiro filme. Faixas como ''Glamdring'', "The Dead Marshes'', ''Ugluk's Warriors'' e ''Wraiths on Wings'' basicamente refrescam nossa memória acerca do material anterior, mas sempre com uma nova leitura ou desenvolvimento. Já a outra parte apresenta as novidades, que começam em ''The Plains Of Rohan '' e passam a dar o tom a partir da belíssima ''Théoden King'', na qual a nobreza dos Cavaleiros de Rohan é representada no solo do violino norueguês de Dermot Crehan.

O diretor Peter Jackson explica que nesse filme somos apresentados ao ''mundo do dos Homens'' e isso se faz sentir na trilha de modo acentuado. Ficam em segundo plano, portanto, os temas etéreos e místicos (que deram o tom à primeira trilha). Prevalece agora um tom mais melódico, mais ''pé-no-chão'', fazendo eco à tradição musical européia romântica. E isso é sentido claramente nos momentos mais emocionais, principalmente em ''Gandalf, the White'', ''Where Is The Horse And The Rider?'', ''Théoden Rides Forth'' - sem dúvida algumas das melhores faixas do álbum, nas quais as performances dos metais (principalmente das trompas) e do coral de vozes impressionam.

Entretanto, a trilha de ''As Duas Torres'' é mais pesada, soturna e sombria do que a de ''A Sociedade do Anel'', seguindo obviamente o clima do segundo capítulo da saga. Shore às vezes abusa um pouco de gongos e pratos para representar a grandeza na tela, mas ainda assim há espaço para músicas reflexivas e elegantes, representadas em ''One Of The Dúnedain'' e ''Arwen's Fate''. O compositor faz novamente extenso uso de coro de vozes (ainda mais acentuadamente do que na primeira partitura) e de solistas, mas nunca de forma bombástica ou intrusiva (pecado mortal de nove entre dez trilhas que utilizam dessa técnica), ficando como destaque a retumbante ''The Last March of the Ents''. A trilha é encerrada com ''Gollum's Song'', na voz de Emilliana Torrini (sem dúvida uma canção bizarra, mas cujo valor cresce à medida que se entende seu conteúdo já que é o retrato perfeito do atormentado personagem), seguida de uma releitura dos temas principais do filme.

Com ''As Duas Torres'', Peter Jackson confirma que não poderia ter sido mais feliz na escolha do compositor para ''O Senhor dos Anéis'', cuja missão é tão importante quando à do pequeno Hobbit que tem em mãos o destino dos povos da Terra Média.

Cotação: * * * * *

3 comentários:

Anônimo disse...

Nao concordo, longe, muito longe disso, só "engulo" de toda aqela baboseira horrorosa - CHATÍSIMA - q chamam de trilha sonora, á Many Meetings.

Inté,
Murilo

André Lux disse...

Gosto realmente não se discute... Porém essa faixa que vc citou é da trilha do primeiro filme. Por sinal, do primeiro CD que foi lançado. Minha crítica é sobre a trilha do segundo, e a versão completa, que vem com 3 CDs.

Cybershark disse...

Brilhante mesmo. Shore matou a pau. Não dá pra esquecer o violino de Edoras...