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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Filmes: "BASTARDOS INGLÓRIOS"

EXERCÍCIO DE ESTILO INTERMINÁVEL

Filme tem duas ou três cenas engraçadas, mas não passa de uma chatice de um diretor que não tem nada a dizer e limita-se a ficar namorando o próprio umbigo.

- André Lux, crítico-spam

Quentin Tarantino enfrenta a mesma sina de todos os ex-garotos prodígios de Róliudi. Depois de ter feito duas obras geniais (“Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction”), começou a se repetir na tentativa de reinventar a roda novamente. Mas, assim como “Jackie Brown” e “Kill Bill”, esse seu último longa “Bastardos Inglórios” também não apresenta nada de novo para o seu currículo, tornando-se meramente um interminável exercício de estilo do cineasta.

Novamente citando inúmeras obras cinematográficas do passado e imitando descaradamente o estilo do diretor Sergio Leone, Tarantino perde um tempo incrível construindo longas sequências que terminam quase sempre de forma abrupta e sem graça. Ou seja, muito diferente do vigor inventivo e chocante de “Pulp Fiction”. Não sabe nem mesmo aproveitar os Bastardos Inglórios do título, um comando que caça e trucida nazistas. Até as cenas de violência, marca registrada do diretor, parecem forçadas e gratuitas.

Outro problema que ajuda a implodir o filme é a presença de Brad Pitt, um ator limitado e canastrão que só funciona raramente em papéis que exigem o mínimo dele. Aqui ele faz o comandante dos Bastardos Inglórios, um personagem totalmente caricato que só funcionaria nas mãos de um ator realmente bom. É só comparar Pitt com Christoph Waltz que faz o oficial alemão caçador de Judeus. O segundo dá um banho de interpretação num personagem igualmente caricato, enquanto Pitt só consegue parecer um bobo alegre.

Irrita também a mania de Tarantino de usar músicas de outros filmes, a maioria composta por Ennio Morricone. Por que o diretor simplesmente não contrata o veterano compositor, ainda na ativa, para criar uma trilha inédita para seu filme? Sem dizer que, para os conhecedores da música do cinema, a cena é destruída porque ficamos imediatamente tentando lembrar de qual filme é aquela música!

A trama de “Bastardos Inglórios” é pífia e toda a sequência final dentro do cinema é tola e não convence nem um pouco. O mesmo pode-se dizer da escolha final do vilão nazista, totalmente sem lógica depois de toda a construção feita em cima de seu personagem.

O filme tem duas ou três cenas engraçadas, algumas boas sacadas (como chamar um dos personagens de Antonio Margheriti, que é o nome verdadeiro do diretor do trash "Yor, O Caçador do Futuro"), mas é só. No final, não passa de uma chatice interminável de um diretor que já perdeu a mão, não tem mais nada a dizer e limita-se a ficar namorando o próprio umbigo. Termina inclusive com uma frase reveladora: “Acho que essa é sua obra prima”, diz um dos personagens direto para a câmera. Mas não é mesmo!

Cotação: * *

13 comentários:

Jurandir Paulo disse...

André, eu não tenho nenhuma idolatria pelo Tarantino, mas gostei do filme. É puro sarcasmo, principalmente com a própria indústria cinematográfica. Não dá para levar a história a sério. É irônica e uma grande piada a catarse para os donos da indústria de Hollywood. Como não rir dos exageros, e de mostrar os americanos como os mais sádicos. Logo eles que só enfrentaram Hitler no final da guerra, quando a Alemanha já estava quebrada pela URSS. E é um show de ótimos atores.

Cappacete disse...

Sem contar aquela cena com a jovem e bela judia, acompanhada de uma música de David Bowie, totalmente descontextualizada. O final é realmente ridículo, Tarantino brincando de Deus, muda até a História, ah como os yankees queriam ter posto as mãos no Hitler, mas quem ganhou a guerra foram os soviéticos, todo mundo sabe disso. Só gostei da cena da taberna, com boas interpretações e uma boa dose de tensão, o resto...

Bruno Cava disse...

O filme é absolutamente brilhante. Obra prima, magna, irretocável.

Ivo disse...

André sua critica é totalmente sem fundamentos, provavelmente vc não entendeu o sarcasmo do filme, e fica jogando pedras.

E quando vc diz, que o Tarantino tem mais nada a oferecer em seus trabalhos, vc está sendo muito prepotente, afinal de contas que é vc para fazer tal afirmação?, humildade nunca é demais.

DENIS DIAS disse...

Eu gostei, não é aqueeeeelas coisas como Pulp Fiction ou Kill Bill(coloco no mesmo patamar), realmente nada de novo, mas mantém uma de suas características principais: que diretor escreve diálogos como Tarantino???

Henrique Parra Parra Filho disse...

Boa noite, André!

Peço licença neste espaço para te dar uma grande notícia!

Cidade Democrática já tem mais de 100 jundiaienses participando!!
É um grande resultado!! O cidadedemocratica.org.br lançado em Jundiaí na última quinta-feira, 08/10/09, na Câmara Municipal, em evento aberto e público, já conta com mais de 100 participantes.

Veja mais em: http://votoconsciente-jundiai.blogspot.com/2009/10/cidade-democratica-ja-tem-mais-de-100.html

Cybershark disse...

Diferente de você, sou um dos que gostaram de "Bastardos Inglórios" e principalmente "Kill Bill". O primeiro está longe de ser um dos melhores do Tarantino, mas com certeza vale o ingresso.

Falando nisso, André, você tem backup daquelas resenhas antigas postadas no E-Pipoca? De vez em quando você aparece com alguma no blog (ex: "Tropas Estelares"), mas é muito raro. Devia reposta-las aqui com mais regularidade, não acha? Sempre consultava seus textos pra tirar umas dicas.

Abs;

Cybershark

Leka Marcondes disse...

Cara, percebo que o seu âmago vai contra o Tarantino, então no way que vou conseguir te convencer de que o filme é bom. Mas digo só que, se ele repete este estilo, sorte nossa! O cara faz humor negro como ninguém, e tem o direito de se repetir. Eu, fã, dou este direito a ele. ;]

rafa disse...

É...O blogueiro é engraçado, por isso sempre estou por aqui. O mais engraçado acontece quando quer, com todas as forças, menoscabar aquilo que não merece. É de morrer de rir! O filme é ÓTIMO, o elenco é ÓTIMO, o diretor é ÓTIMO e ponto final. Quem acha Brad Pitt mal ator padece do preconceito medíocre que sujeito bonito não pode atuar bem. "É bonito? Atua bem? Não, é demais! Isso não possível!"...É só ver Snatch - TREMENDO papel! - algum insano discorda? E a cena em que Pitt "tenta" parecer italiano é no mínimo fantástica de hilária. Engraçadona a sua análise do filme, vou recomendar pra todo mundo! Abraços.

André Lux disse...

Valeu, Rafa, recomenda sim! E lembre-se que opinião é igual bunda: cada um tem a sua (embora alguns sempre achem que a dele é mais bonita que a dos outros).

Rafael Ventura disse...

Você descreveu exatamente o que eu pensei ao ver o filme. Tarantino só desce no meu conceito, assim como outros "figurões" de Hollywood que de repente ficaram auto-indulgentes demais.

Há um excesso de egocentrismo no cinema americano atual que dá nojo. Os diretores parecem querer fazer apenas o que dá na telha, não importa se o filme vai transmitir uma mensagem ou ser bom. Afinal, pra quê, né, se o marketing já convence o público de que o filme é "o melhor" mesmo antes de terem assistido.

Confesso que já me cansei de tentar argumentar sobre filmes com muita gente, que só sabe repetir as frases das capas e dos pôsteres dos filmes.

Quem diria que "Eles Vivem" estaria tão atual?

Ecristio disse...

Ih velho!! "cenas violentas gratuitas"? Mas esse é o marco da violência pop de Tarantino!O filme é um banho anti-historiografia, cínico, acho q desde pulp ele não fazia algo tão bom!O filme é esteticamente bom! Sabe André, me preocupa críticos que fazem suas críticas dizendo como eles fariam o filme e deixam a análise do filme em si de lado! E esse lance de opinião! É isso mesmo... quem não quer ouvir nada contra ou a favor não publica! A crítica da crítica é mais chata ainda...

Alexandre Figueiredo disse...

Discordo totalmente de você, meu caro André. Gostei demais do filme, inclusive até acho que é um dos melhores filmes do Tarantino. Só concordo com a canastrice do Brad Pitt, embora o personagem seja cínico e engraçado às vezes. Vencedor merecido do Oscar de melhor ator coadjuvante, Christoph Waltz dá um show à parte.