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sábado, 5 de setembro de 2009

Clássico do Cinema: "2001: Uma Odisséia no Espaço"

SINFONIA DE IMAGENS

Obra prima de Kubrick é a prova cabal que o cinema pode ser também uma forma de arte reflexiva e revolucionária

- por André Lux, crítico-spam

"2001: Uma Odisséia no Espaço" é sem dúvida nenhuma um dos melhores filmes de todos os tempos (se não o melhor). É impressionante, acima de tudo, que uma obra realizada em 1968 - antes mesmo do homem pisar na lua! - continue sendo tão atual em sua previsão do futuro.

Filmes muito mais recentes (como "Aliens - O Resgate" ou "Fuga do Século 23") envelheceram mal e ficaram completamente datados no seu design futurista, enquanto o de Stanley Kubrick mantém um desenho de produção ainda plausível e totalmente contemporâneo - exceto talvez ao usar o logo da falida PanAm em uma das naves. A própria seqüência medíocre filmada em 1984, "2010: O Ano Em Que Faremos Contato", virou peça de museu com sua trama envolvendo conflitos entre os EUA e a (extinta) União Soviética e mostrando computadores operando em modo DOS (a tecnologia de ponta na epoca!).

Segundo os autores, a evolução da humanidade estaria diretamente ligada à aparição de um misterioso monolito preto que, ao alinhar-se com outros planetas, precipita acontecimentos fantásticos. O primeiro deles foi a criação da consciência nos homens-macacos. A segunda, quando alinha-se novamente com a Terra e Lua e lança um sinal sonoro em direção à Júpiter. E aí começa a terceira parte do filme, na qual acompanhamos a nave científica Discovery a caminho do planeta para tentar decifrar o mistério do monolito.



A nave é comandada pelo computador HAL 9000, o primeiro a ter Inteligência Artificial. Todavia HAL, que paradoxalmente é o personagem mais humano do filme, enlouquece e acaba matando todos os tripulantes, exceto David Bowman. Diga-se de passagem que só essa sub-trama computador versus a raça humana já gerou centenas de imitações e derivações (vide os recentes "O Exterminador do Futuro" e "Matrix").

O astronauta sobrevivente dirige-se então a Júpiter e ao monolito e, quando sua nave alinha-se com o planeta e o objeto, é lançada em uma viagem dimensional até o que poderia ser uma outra civilização mais avançada - ou mesmo deus. O astronauta é então mandado de volta à Terra (após passar por um período de "adaptação" em um ambiente familiar para preserver sua sanidade mental) na forma de um bebê - no que seria certamente o próximo passo da evolução humana.



Mas essa é só uma das possíveis interpretações do filme. A verdade é que, devido ao seu caráter francamente filosófico e aberto, "2001" permite uma gama infinita de conclusões e especulações. Mas o ritmo lento e a falta de explicações didáticas certamente vai horrorizar espectadores ávidos por aventuras, explosões e tramas simplórias.

O filme quase não tem efeitos sonoros, principalmente na terceira parte, que imita com perfeição a realidade no vácuo espacial, e flui como uma sinfonia de imagens de acordo com as músicas eruditas que Kubrick escolheu para musicar sua obra (Alex North chegou a compor uma trilha original para as duas primeiras partes de "2001", mas só descobriu que ela havia sido rejeitada durante a estréia do filme!).

Já para quem busca algo mais do que entretenimento descerebrado e descartável, "2001: Uma Odisséia no Espaço" é a prova cabal que o cinema pode ser também uma forma de arte reflexiva e revolucionária.

Cotação: * * * * *

7 comentários:

Ricardo Melo disse...

Grande André, excelente. É isso mesmo, 2001 é uma "experiência".

Hoje, as pessoas estão condicionadas a um nivel muito mais elevado de adrenalina do que a 40 anos atrás.

É um condicionamento que atinge todas as atividades: trabalho, trânsito, lazer...

É isso, quem quiser ver o filme precisa relaxar, contemplar e filosofar, senão não aproveitará nada do gênio do Kubrick.

E, falando sério, nos dias de hoje assistir adequadamente uma obra dessas chega a ser uma terapia.

Garcez disse...

Quando criança até que gostava do filme, apesar de não entender o final.
Mas hoje vejo que é justamente essa possibilidade de interpretações que torna o filme incrível. Também concordo, é o melhor filme de todos os tempos.
Excelente crítica, parabéns!

Daniel Pearl Bezerra disse...

ANDRÉ,
O BLOG DA DILMA PODE SE TRANSFORMAR EM UM LIVRO NA BIENAL 2009
É o único blog de Esquerda, Petista e Lulista que concorre ao melhor blog na categoria POLÍTICA no Concurso Prêmio BlogBooks da BIENAL DO LIVRO 2009. Será importantíssimo que o BLOG DA DILMA chegue em PRIMEIRO LUGAR. Chegou a hora de toda militância participar com GARRA na divulgação e na votação do Blog da Dilma. Precisamos da união de todos, não estamos querendo nenhuma promoção pessoal, ficar famosos na internet, o que queremos é solidificar a candidatura da Dilma Rousseff, que será um TERCEIRO MANDATO DO LULA. Encerramento da votação: dia 18 de setembro. Atenciosamente, Daniel Pearl e Jussara Seixas – editores do blog.
Endereços para você votar: http://dilma13.blogspot.com/
ou http://www.blogbooks.com.br/categorias/politica/

Unknown disse...

Perdão por comentar um post tão antigo, mas não dá pra falar algo sobre 2001.

Dizer que o melhor filme já feito é chover no molhado, então vou apenas mencionar um dos muitos fatos que demonstram isso: a música tema do filme chama-se "Assim falava Zarathustra", que é um personagem de Nietsche. O que esse personagem dizia era que o homem era nada além de uma ponte entre o antes do homem e o além do homem.

É mole? Até o desenho da discovery parece uma ponte, o filme começa no antes do homem (e resume toda sua história em uma simples cena, talvez a mais significativa da história do cinema, diga-se), e termina no além dele, o "feto espacial", tocando "Assim falava Zarathustra" ao fundo.

Quem achou Matrix um "filme cabeça" deveria assistir 2001 pelo menos uma vez, com comentários, pra não se perder.

ADILSON SANTOS disse...

Um Filme, um conto ou uma estória qualquer não precisa travestir-se de enigmas indecifráveis ou entrar para o reino da subjetividade total para ser considerado " Filosófico" .

Assisti á este filme 1 vez e realmente não gostei , justamente por uma série de impossibilidades científicas que o filme narra , tais como o Computador HAL ( Corruptela de IBM, já que o autor apenas colocou as inicias alfabeticas anteriores para nomea-lo ) que enlouquece por achar que será morto .

Rídiculo .

Mas como não sou tão inteligente assim , não consegui absorver a mensagem transcendental que a película mostra para os que , diferente de mim , possuem uma massa cinzenta proeminente.

Blade Runner , a despeito do ator principal ter sido mau escolhido ( Sean Connery ou Marlon Brando talvez fossem mais indicados ) ,
é , em minha opinião o melhor filme de Ficção Científica jamais feito .

Gosto de filmes que, mesmo sendo ficções , trabalham com uma analise lógica de uma determinada situação ou momento futuro, como em Blade Runner acontece .

A sociedade futura mostrada em Blade Runner, possui grande probalidade de realmente ocorrer, o que nos faz pensar sobre as mensagens que o filme nos relata , ao contrário deste outro , que parte de premissas místicas e que se não são impossiveis de ocorrerem , no minimo caem no rótulo do improvavel .

De qualquer forma agradeço o espaço.

Anônimo disse...

De todos os chamados clássicos do cinema, "2001 - Uma Odisséia no Espaço" para mim é um dos piores. O filme pode até ter o seu significado para o cinema, entretanto, é lento e cansativo. Nem diálogo tem. Muito chato.

Espírito disse...

Gosto muito desse filme, revejo sempre que posso, tudo é muito lindo, a trilha, os efeitos, a fotografia, e tal, mas convenhamos: "final aberto a interpretações" é um eufemismo para "filme sem final". Tem muita coisa ali que não faz sentido mesmo, e o pessoal pira tentando achar uma coerência. O filme vale pelo visual, mas não tem história (e acho que essa era a intenção mesmo). Tanto que depois fizeram uma continuação pra tentar cobrir essa lacuna, o que resultou em ridículo. Pra não dizer que não tem história nenhuma, tem o embate entre Dave e Hal, que é só um trecho, mas é ali que está a parte inteligível, a meu ver. Depois descamba para uma torrente caleidoscópica que não explica nada, que nem naquele "Viagens Alucinantes" com William Hurt. Parece que o autor desistiu de fazer sentido no meio do caminho e soltou o freio de mão ladeira abaixo. É um ótimo filme, obrigatório para cinéfilos, mas não posso dizer que é um filme completo.