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terça-feira, 9 de junho de 2009

DVD: "Sangue Negro"

“Sangue Negro” não passa de um interminável exercício de estilo do diretor Paul Thomas Anderson, cineasta especialista em torrar o saco da platéia com altas doses de auto-indulgência e pretensão expostas em filmes a princípio interessantes que se perdem em projeções alongadas e irritantes.

Seus dois filmes mais celebrados, “Boogie Nights” e “Magnólia”, padeciam do mesmo defeito, sendo que o último era encerrado misteriosamente com uma chuva de sapos que só o diretor e seus amigos entenderam o significado.

“Sangue Negro” é supostamente inspirado na vida de Edward Doheny, que serviu de esteio ao livro de Upton Sinclair, no qual o filme é baseado. O enredo deveria contar a trajetória de um brutal magnata do petróleo, Daniel Plainview, desde o tempo que cavava o chão com as próprias mãos até se transformar em dono de muitas jazidas e de uma grande fortuna. Tudo conquistado com muito sangue, suor e lágrimas – geralmente de seus funcionários, obrigados a trabalhar em condições animalescas e sem qualquer segurança. Muitos viram aí uma metáfora para a brutalidade do capitalismo. Pode ser que no livro isso seja verdade, mas no filme o personagem age de forma incoerente e sem motivações claras, mudando de comportamento e atitude a cada seqüência.

Contribui para o fracasso da caracterização do protagonista a presença de Daniel Day-Lewis no papel principal. Ao contrário da maioria (ele chegou a ganhar um absurdo Oscar de melhor ator!), achei sua atuação o ponto mais baixo do filme, totalmente caricata, sem nenhuma verdade ou humanidade, baseada inteiramente nos mesmos tiques, tom de voz e bigodão que compôs para o igualmente mal delineado e violento protagonista de “Gangues de Nova York”, de Martin Scorsese (outro filme ruim superestimado pelos críticos). No ridículo final de “Sangue Negro” o exagero era tanto que tive a impressão que Day-Lewis atuou sob forte prisão de ventre, tamanho o número de caretas e gritos histéricos que providenciou!

Apesar de contar com interessante direção de fotografia e inusitada trilha musical (de Jonny Greenwood, do Radiohead), “Sangue Negro” falha justamente na caracterização do protagonista. Terminamos o filme sem saber direito quem foi aquele sujeito, nem quais eram as suas motivações, medos ou obsessões, se era mesmo um homem obcecado por poder e dinheiro ou simplesmente um louco varrido. E olha que o diretor teve quase três horas para explorar o personagem! Deveria ter gasto menos tempo admirando o próprio umbigo...

Cotação: * *

4 comentários:

Mateus disse...

Nu! Esse filme é chato pra caralho!!! 3 horas de enrolação!!!

Ah, mas Boogie Nights é massa, vá lá!

Carlinhos Medeiros disse...

Você viu isso?: http://angelodacia.blogspot.com/2008/11/blogosfera-de-esquerda-parte-1.html

André Lux disse...

Carlinhos, melhor não dar ibope para esses loucos da extrema-direita.

Gisele Moraes disse...

Cara, não sei porque mas gostei muito de "Magnólia"! A chuva de sapos no final foi ridículo, sem sentido, mas surpreendente... Gostei da reflexão que o filme traz, ou seja, as pessoas ficam dizendo que o passado já passou, que quem vive de passado é museu, etc, mas todo mundo tem algum trauma do passado que interfere sim (e muito)no presente, mas ninguém admite. O filme me ajudou à pensar nos meus traumas e relamente me livrar deles. No final, a vida não tem sentido algum mesmo, pois morremos inevitávelmente, a morte sempre nos pega de surpresa como se fosse uma chuva de sapos.
Bom, acho que entendi o final, afinal. :)