Postagem em destaque

SEJA UM PADRINHO DO TUDO EM CIMA!

Contribua com o Tudo Em Cima!   Para isso, basta você clicar no botão abaixo e ir para o site Padrim, onde poderá escolher a melhor forma d...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Filmes: “Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres”

SUPERESTIMADO

História é um amontoado de clichês do gênero suspense policial só que embonecada para parecer profunda e erudita

- por André Lux, crítico-spam

O diretor David Fincher dá mais uma prova que está cada vez mais distante do brilhantismo que demonstrou em “Seven”, agora com esse superestimado “Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres”. O maior problema aqui é mesmo a história, baseada no livro escrito pelo suéco Stieg Larsson, que é um amontoado de clichês do gênero suspense policial só que embonecada para parecer profunda e erudita, assim como as obras de Dan Brown, de “O Código Da Vinci”.

O livro de Larsson já havia sido adaptado para o cinema na própria Suécia, mas não vi essa versão então não dá para comparar (quem viu garante que a original é melhor). Mas é muito estranho que Fincher tenha optado para fazer a sua versão da obra na mesma Suécia, só que usando atores estadunidense falando com um sotaque estranho. Por que não situar a ação nos EUA e mudar o enfoque?

Assim, assistimos ao jornalista feito por Daniel Craig (o atual James Bond, sem ter muito o que fazer) investigar o desaparecimento de uma menina que ocorreu há mais de 40 anos a pedido de seu tio (Christopher Plummer, que parece estar em todos os filmes ultimamente). Confesso que já matei a charada de cara, mas esperava algum tipo de surpresa no final – que não veio. A conclusão do mistério central é das mais banais, com direito até a psicopata dando explicações didáticas ao protagonista, só para dar tempo dele ser salvo. Para piorar, o filme ainda se arrasta por mais 20 minutos depois que o mistério é revelado numa subtrama que não tem qualquer impacto ou interesse, deixando a obra com mais de 2 horas e meia de duração!

Fala-se muito da atuação de Rooney Mara no papel da super investigadora meio punk, cheia de piercings e tatuagens, que é pintada como uma desajustada à beira da psicopatia, mas seu personagem é mal delineado e tem ações incoerentes. Como a sua súbita atração pelo jornalista que a deixa inclusive apaixonadinha, com direito até a cena de dor de cotovelo no final. Por causa dela também somos obrigados a assistir a duas cenas de estupro anal altamente repulsivas, filmadas com requintes de sadismo por Fincher, que não servem para nada na trama – exceto mostrar como a heroína é “fodona” e, claro, chocar as pessoas (coisa que todo cineasta metido a besta adora fazer).

A seu favor o filme tem uma excelente direção de fotografia de Jeff Cronenweth, que parece ter herdado o talento do pai Jordan Cronenweth (de “Blade Runner”). Mas é só. A mão pesada e pretensiosa de David Fincher, que cada dia parece estar mais enamorado pelo próprio umbigo, transforma “Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres” em uma experiência penosa, inclusive por causa da trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, oriundos de um grupo pop chamado "Nine Inche Nails", que não passa de um amontado de sons atonais e ruidos experimentais que em nada contribuem para criar o clima de suspense e intriga almejado pelo diretor.

Misteriosamente, o filme está indicado para vários prêmios “Oscar” e vem recebendo ótimas críticas mundo afora, prova de que o prestígio de Fincher entre os membros da Academia de Cinema estadunidense e a maioria dos críticos segue inabalado... Até quando?

Cotação: * *

9 comentários:

Isabella Machado disse...

Nooooossa. André, você dorme de calça jeans todos os dias, né?

De tudo o que li concordo com uma coisa: tenho uma certa aflição de filmes que se passam em determinado lugar e os atores não falar aquela língua. SÓ.

Eu sou uma das pessoas que viu a versão original e me apaixonei por ela, assim como sou apaixonada pelos livros. Acho que a adaptação não deveu nada e estava com muito medo de assistir a versão hollywoodiana, apesar de ter imaginado um Blomkvist a cara do Craig quando li os livros...

Comecei a me empolgar quando vi o primeiro teaser do filme só com imagens e a versão atromentada da música do Led Zeppelin "Immigrant Song", pelo Trent Reznor (do NINE Inch Nails) e a Karen O. do Yeah Yeah Yeahs.

Fui na pré estreia, com a minha mãe. Simplesmente saímos perplexas. Acho que Fincher foi magnífico. Talvez você não tenha entendido que esse filme foi feito para perturbar, para causar desconforto. Assim como a trilha sonora que cumpre com todas as propostas da obra.

Aliás, você leu os livros para falar que a personagem foi mal delineada e com ações incoerentes? A atriz está estupenda. Um trabalho de adaptação coroado, que coloca na tela toda a revolta atormentada e paradoxal da Lisbeth, uma personagem dura, louca, mas com a capacidade de se apaixonar - como todas as mulheres - pelo cara errado.

O livro é dela, para ela, sobre ela. Lisbeth é a estrela e precisa provar todo o seu poder. Você queria que o filme fosse como? A trama se estende além do grande mistério por isso e você não deve esquecer que há mais dois livros pela frente. Há muita coisa para acontecer e por isso não dava para fugir e esconder certos detalhes...

Sinceramente, acho que essa foi sua crítica mais mal colocada, fora de contexto e desinformada. Mas talvez eu apenas ache isso por ter certeza que, depois de Drive, esse foi um dos melhores filmes que assisti ultimamente.

Luís Inácio disse...

Lula fala: "Companheiro, nunca mais se esqueça o nome da banda do Trent Reznor, lembre-se da quantidade de unhas que tenho nos dedos das duas mãos: NINE Inch Nails."

André Lux disse...

Agradeço pela correção do nome da banda.

Isabella uma coisa eu garanto pra vc: eu nunca durmo de calça jeans!

Apenas, Marcia disse...

Ainda bem que li sua crítica! assim não vou gastar meu suado dinheirinho nesse filme que já, já vai passar no telecine. Bem que eu estava desconfiando de tanta bondade! Irei assistir o filme iraniano que uns amigos disseram ser muito bom. Valeu, André.

Guilherme disse...

A piada do companheiro lula acima foi muito boa!
Quanto ao filme vou esperar sair em dvd. Parece que roliudi só faz filme ruim ultimamente.

Cybershark disse...

O filme é mais ou menos, com praticamente todos os defeitos e virtudes de "Zodíaco". Merece uma nota 6.

Pra quem já fez longas vergonhosos como "O Quarto do Pânico" e o superestimadíssimo "Clube da Luta", até que essa fase recente significa uma melhora.

Ítalo Lopes disse...

André, pelo que vi nos seus outros comentários esse realmente ficou um pouco a desejar... Talvez pq vc não tenha visto a trilogia sueca ou lido os livros, não sei...

Enfim, eu assisti toda a trilogia sueca e apesar de não ter lido os livros adorei a historia, talvez com um final previsivel, mais não por isso menos surpreendente! E lamento te dizer, mais concordo mais com os comentários da Isabella Machado do que com os seus sobre essa versão hollywoodianha, mais ambos tem razão em alguns pontos!

Na minha opnião a versão sueca é muito melhor, não esteticamente(claro, Fincher tinha muito mais recursos, a fotografia desta versão ficou maravilhosa), mas a direção e a atuação dos personagens de um modo geral foram superiores a versão americana. Principalmente a atriz Noomi Rapace (como Lisbeth), ela sim mereceu uma indicação ao oscar, não a jovem e inesperiente Ronney Mara, acho q ela se perdeu com a complexidade do personagem principal e levou consigo o restante do filme. Já Craig me surpreendeu, fazendo um Bloomkvist melhor do que o original.

Além disso, como a Isabella disse, a história (e consequentemente o filme) é feita p/ chocar, p/ causar desconforto, p/ impressionar e acho que Fincher e a trilha sonora fizeram bem esse papel, apesar de alguns erros grotescos (como a música da Enya no embate entre o jornalista e o psicopata no final)!

O roteiro tb achei q foi bem desenvolvido, contando alguns coisas do livro q a versão sueca simplismente omitiu. No entanto, essa subtrama da lisbeth no final realmente é meio que forçada e desnecessaria p/ a continuação.

Outra coisa que faz muita diferença é o idioma, o fato de falarem inglês e não sueco não caiu bem, mais nisso todos concordam!

No geral, daria nota 6.5 p/ a versão americana e 9.0 p/ a sueca, ao menos a primeira parte.

E gostaria de lhe deixar a sugestão p/ vc André assistir a versão sueca e comenta-lá, acho q vc vai ter uma outra impressão!

André Lux disse...

Ítalo, eu vi a versão sueca depois da do Fincher e achei muito melhor. Meu comentário está aqui: http://tudo-em-cima.blogspot.com/2012/02/filmes-os-homens-que-nao-amavam-as.html

Ítalo Lopes disse...

Desculpa André, não tinha visto o seu comentário sobre o filme original...

E que bom que vc mudou de opinião com relação a história, ver um filme bom faz muita diferença não eh?

Concordo com praticamente tudo q vc disse do filme sueco, e realmente essa versão hollywoodiana não merece nem metade da atenção que ela teve!