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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Filmes: "Alice no País das Maravilhas"

TIM BURTON E SUAS HISTERIAS

Todos os defeitos do diretor estão aqui também, com a novidade de, como foi rodado em 3D, a cada cinco minutos alguém jogar um objeto em direção à câmera.

- por André Lux, crítico-spam

Esse “Alice no País das Maravilhas” do Tim Burton é muito ruim. Todos os defeitos do diretor presentes em sua obra, exceto "Ed Wood" e "Peixe Grande e Suas Histórias", estão aqui também: histeria, péssima direção de atores, roteiro pífio, trilha musical amadorística de Danny Elfman, com a novidade de, como foi rodado em tecnologia 3D, a cada cinco minutos alguém jogar um objeto em direção à câmera.

Novamente Jonnhy Depp, agora caracterizado de Elijah Wood, se presta ao papel ridículo de ficar fazendo micagens neste filme que, na verdade, é uma espécie de continuação da história original e traz uma Alice adolescente (interpretada por uma atriz péssima que fica o filme todo com a mesma cara de emburrada) que volta ao país das maravilhas sem lembrar que esteve lá. Não há história e o roteiro resume-se a uma série de encontros da garota com os personagens clássicos, tudo intercalado com os ataques histéricos da ridícula Rainha de Copas (a horrível Helena Bonham Carter, atual “musa” do Tim Burton) e mais micagens da Rainha Branca (a coitada da Anne Hathaway, maquiada para ficar parecendo uma múmia).

No final, o filme descamba para o besteirol puro, com a franzina Alice enfrentando o terrível monstro Jabberwoky e matando-o com a maior facilidade (não estou revelando nenhuma surpresa, pois um “oráculo” conta o desfecho logo de cara). Mas nada é mais ridículo do que a heroína voltando para casa e transformando-se, do nada, em uma excepcional “mulher de negócios”, abrindo rotas de comércio até a China.

Não vale a pena escrever mais sobre essa porcaria. Nem como trash pode ser considerado, pois não chega a provocar riso involuntário, apenas constrangimento e tédio.

Cotação: *

terça-feira, 25 de maio de 2010

Meus 20 filmes favoritos de todos os tempos

Em ordem alfabética:

2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (2001 – A Space Odyssey), de Stanley Kubrick




A VIDA DE BRIAN (Monty Phyton's Life of Brian), do Monty Phyton





ÁGORA (Agora), de Alejandro Amenábar





ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO (Alien), de Ridley Scott




APOCALIPSE NOW REDUX (Apocalipse Now Redux), de Francis Ford Coppola




BLADE RUNNER (Blade Runner), de Ridley Scott




BRAZIL - O FILME (Brazil), de Terry Gilliam




CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (Raiders of the Lost Ark), de Steven Spielberg




CIDADÃO KANE (Citizen Kane), de Orson Welles



CINEMA PARADISO (Nuovo Cinema Paradiso), de Giuseppe Tornattore




ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (Once Upon A Time In America), de Sergio Leone

MAD MAX 2 (The Road Warrior), de George Miller




MATRIX (The Matrix), dos irmãos Wachowski




MEU TIO (Mon Oncle), de Jacques Tati




O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (The Empire Strikes Back), de Irvin Kershner



O SENHOR DOS ANÉIS – A SOCIEDADE DO ANEL (The Lord of the Rings – The Fellowship of the Rings), de Peter Jackson




PULP FICTION (Pulp Fiction), de Quentin Tarantino




RAN (Ran), de Akira Kurosawa




SYRIANA (Syriana), de Stephen Gaghan




TEMPOS MODERNOS (Modern Times), de Charles Chaplin

segunda-feira, 24 de maio de 2010

DVD: "O Solista"

COLUNISTA TAMBÉM É GENTE 

Não era um mendigo negro qualquer, não senhor! Ele havia estudado na Unicamp e sabia tocar violoncelo!

- por André Lux, crítico-spam

Era um belo dia ensolarado em São Paulo. Colunista da Folha de São Paulo (Robert Downey Jr.) dirigia-se para a sede do jornal para começar mais um dia de trabalho quando foi surpreendido por uma cena no mínimo exótica: um mendigo negro (Jamie Foxx) tocando violoncelo no meio da praça da República.

Num ímpeto instintivo, o Colunista parou o carro e foi até o artista insólito. Tentou conversar com ele, saber mais sobre sua vida, mas ouviu apenas um monte de frases desconexas. No meio daquilo tudo conseguiu descobrir o nome do sujeito e que ele havia estudado música na Unicamp.

Perplexo, o Colunista da Folha voltou para seu carro e, chegando ao jornal que publica suas opiniões, tentou descobrir mais sobre o mendigo negro que tocava violoncelo. Soube que ele tem uma irmã e que realmente estudou na Unicamp, embora tenha sido apenas dois anos antes de abandonar o curso misteriosamente.

O faro do Colunista, especialista em nutrir seus leitores pseudo-intelectuais de classe média com artigos atrativos e de fácil consumo, sentiu que tinha uma ótima oportunidade em mãos. Assim, ao invés de escrever ataques contra Lula, Evo Morales, Hugo Chávez ou qualquer outra coisa que cheirasse a esquerda progressista, o Colunista da Folha reservou seu espaço para falar do bizarro mendigo negro. 

Mas não era um mendigo negro qualquer, não senhor! Ele havia estudado na Unicamp e sabia tocar violoncelo! O artigo, recheado de passagens edificantes e emocionantes, foi publicado em página nobre do jornal da “Ditabranda”.

No dia seguinte, o Colunista foi surpreendido com a reação que seu artigo provocou nos leitores. Uma enxurrada de mensagens elogiosas chegou à sua caixa de emails. O telefone não parava de tocar, todos querendo saber mais sobre o mendigo preto que tocava violoncelo. 

Emocionada, Dona Lu Alckmin organizou uma vaquinha entre suas amigas frequentadoras da Daslu e conseguiu comprar um violoncelo novo para o andarilho. José Serra, então prefeito da cidade, tocado pelo texto da colunista, anunciou que liberaria mais verbas para atender à população carente. 

Um outro membro do PSDB, que chorou ao ler o artigo da Folha, conseguiu um apartamento para alojar o mendigo negro que tocava violoncelo. Outro sugeriu que se agendasse um concerto dele em espaço nobre e que se convidassem várias personalidades importantes da alta roda da sociedade paulistana para o evento.

Todo feliz, o Colunista foi procurar o andarilho para contar-lhe as boas novas. Estranhamente, o mendigo não ficou nada animado com as novidades e começou a proferir frases sem sentido por vários minutos.

Novamente tocado pela loucura e pelo talento daquele mendigo negro que tocava violoncelo soberbamente, o Colunista escreveu mais uma coluna sobre o assunto, agora descrevendo sua experiência ao acompanhar o sujeito em suas andanças pelo centro da cidade, no meio daquela massa mal cheirosa que tanto apavorava os frequentadores do shopping Iguatemi. Mas valia o sacrifício para agradar seus leitores.

Os meses se passaram e o Colunista continuou acompanhando o mendigo e escrevendo sobre suas façanhas bizarras e exóticas no meio da gentalha. 

O sucesso de suas colunas foi tão grande que logo um editor famoso, conhecido pelo seu prodigioso talento para descobrir obras que calariam fundo na alma da classe média apavorada e cheia de culpas, fez uma oferta milionária para publicar os artigos da colunista em forma de livro.

Quando atingiu as livrarias, foi um sucesso estrondoso. A revista Veja dedicou capa ao assunto e o livro ficou vários meses na lista dos mais vendidos. Não demorou muito para que a obra fosse comprada por um grande estúdio de cinema e transformada em um bonito e edificante drama que apresentava ao mundo a exótica história do violoncelista preto e mendigo que, por causa de sua doença mental, abandonou os estudos na prestigiosa Unicamp e virou andarilho.

Voluntarioso, o Colunista prometeu doar 1% de todos os seus lucros a uma instituição de caridade mantida por Dona Lu Alckmin. Orgulhoso de sua jornada insólita entre os membros da massa mal cheirosa, o Colunista da Folha de São Paulo percebeu que a experiência o transformou numa pessoa melhor, mais sensível e carinhosa, fator que reascendeu inclusive a chama da paixão em seu casamento com uma publicitária do PSDB.

Assim, depois de mais uma noite de sono tranquila e livre de culpas, o Colunista acordou renovado e pronto para escrever novos ataques contra Lula, Hugo Chávez, Evo Morales e qualquer outra coisa que cheirasse a esquerda progressista.

Cotação: *

Observação: O texto acima é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é uma mera coincidência.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Cine-Trash: "Hulk", de Ang Lee

MONSTRUOSAMENTE RIDÍCULO

Gorila verde com cara de "bebê Johnson" é a estrela do primeiro (e, torçamos, último) pretenso filme-de-arte baseado em quadrinhos

- por André Lux, crítico-spam

Tudo o que tem sido dito sobre "HULK" é, infelizmente, verdade. O filme é realmente um horror. Chega a ser monstruosamente ridículo em praticamente todos os seus intermináveis 138 minutos de duração! É inacreditável que a Universal tenha gasto 120 milhões de dólares para produzir essa que é, de longe, a pior adaptação de um personagem de quadrinhos, indefensável em todos os aspectos, mesmo para os admiradores mais fanáticos (perto disso até mesmo o fraquinho "HOMEM-ARANHA" vira uma obra-prima). Uma total abominação que, tudo indica, pretendia ser o primeiro "filme de arte" baseado num comic book. Tomara que seja o último...

Essa pretensão "artística" fica evidente na tentativa de aprofundar os personagens inserindo alguns subtextos psicológicos e nuances pseudo-filosóficos que poderiam até ser louváveis, caso tudo não fosse destruído pela direção totalmente inadequada e, pior, pretensiosa-até-a-última-gota do chinês Ang Lee (o mesmo dos superestimados "RAZÃO E SENSIBILIDADE" e "O TIGRE E O DRAGÃO" e que só acertou em "BROKEBACK MOUNTAIN"). E é exatamente aí que reside o maior erro do filme: ele se leva a sério do começo ao fim, parece até novela mexicana. Não há um momento de humor sequer, exceto aqueles involuntários que fazem a gente rir e sempre nos momentos errados. Mesmo defeito, diga-se de passagem, do filme anterior de Lee no qual guerreiros "ninja" trocavam diálogos risíveis sobre o sentido da vida antes de sairem voando e andando em paredes.

Falando nisso, existem três seqüências em "HULK" que já merecem entrar de cara para a antologia das cenas mais ridículas da história do cinema: a luta do gigante verde contra três cães-monstros (incluindo aí um hilariante "poodle do inferno"), o vilão loiro (Josh Lucas) todo engessado dando choques no pobre Bruce Banner e, obviamente, toda a seqüência na qual o pai do monstro (Nick Nolte, que só pode ter atuado em estupor alcoólico) grita e baba, culminando com ele mordendo alucinadamente um fio de alta tensão!

E, por falar no papai Banner, toda a trama envolvendo a história do cientista louco que injeta em si mesmo suas experiências, passando os resultados para o seu filho, é inútil e redundante. Poderia ter sido eliminada sem maiores prejuízos. Ao menos deixaria o filme mais curto e menos tedioso, livrando-nos da penosa experiência de sermos obrigados a ouvir diálogos pretensamente profundos que soam incrivelmente rasos e fora de lugar, já que são calcados em psicologia de almanaque. Que besteira é aquela sobre "memórias reprimidas"? Trata-se de um filme sobre um homem que fica nervoso e vira um monstro verde, pelo amor de deus!

Mas nada pode salvar um filme que traz como principal chamariz uma criatura tão lamentavelmente criada como o "HULK" em questão. Os efeitos não são ruins, pelo contrário. O problema é mesmo o design do monstro, que ficou parecendo um gorila verde com cara de bebê-Jonhson. Pior, Hulk é oco, sem vida. Seus ataques não têm peso (tudo é filmado em velocidade acelerada, o que impede que se criem relações de escala), suas motivações não existem, seus gritos histéricos são patéticos. Com um material como esse em mãos, nem mesmo os melhores técnicos em computação gráfica podem salvá-lo do desastre. O fracasso da figura do monstro é tão evidente que nem mesmo os brinquedos derivados do filme seguem o design do Hulk visto nas telas!

E se não bastasse tudo isso, escolheram para fazer o papel de Bruce Banner um sujeito com talento limitado e carisma zero (Eric Bana). Nem mesmo sua relação com Betty Ross provoca qualquer tipo de emoção, primeiro porque o casal já inicia o filme em fase de separação (não trocam nem mesmo um carinho que seja durante toda a projeção!) e, segundo, por causa da magreza excessiva de Jenniffer Connelly que parece ter optado definitivamente pelo visual "mulher-palito", típico de modelos de passarelas. Continua bonita e talentosa (embora aqui atue no piloto automático), mas não tem mais o mesmo charme e exuberância que mostrou em filmes como "O PREÇO DA TRAIÇÃO" ou mesmo "ROCKETEER". Ou seja: a química entre o casal é inexistente, não há qualquer erotismo ou mesmo romance e, por causa disso, não convence nem um pouco quando usam a moça para tentar acalmar o Hulk e todo o pretenso "drama" que decorre disso.

Como era de se esperar a trilha musical do amador Danny Elfman (que ao menos tem a desculpa de ter substituído na última hora o compositor Mychael Danna, cuja partitura original foi rejeitada) também atrapalha, principalmente quando insere solos de instrumentos étnicos (como um duduk e percussão africana) ou vocalizações de estilo oriental que destoam completamente tanto da proposta do projeto quanto do que se vê na tela.

Sinceramente, daria pra ficar falando dos aspectos negativos do filme por horas. Por isso, para encurtar, basta dizer que ele é tão ruim, mas tão ruim, que chega a ser até engraçado. Quem quiser ver para tirar sarro do que vê na tela, "HULK" do Ang Lee é a escolha certa. Um filme que, sem dúvida, já figura entre os maiores clássicos do cinema-trash-involuntário, ao lado de preciosidades como "PLAN 9 FROM OUTER SPACE", de Ed Wood, e "CIDADE DOS SONHOS", de David Lynch. Ou seja: é um filme que como aventura dá sono e como drama só provoca o riso.

Interessante, todavia, é notar que alguns críticos tentam nos convencer que o novo filme do chinês é uma "obra-prima" da sétima arte! Duvido muito que se "HULK" tivesse sido dirigido por um Peter Jackson (de "O SENHOR DOS ANÉIS") ou mesmo pelos irmãos Wachowsky ("MATRIX") e tivesse resultado exatamente igual ao filme de Ang Lee, esses senhores o estariam louvando tanto... Mais uma prova de que certos cineastas possuem prestígio inatacável, não importando a qualidade real de seus filmes. É ver para crer.

Cotação: Abaixo de zero