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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Filmes: "TROPAS ESTELARES"


TIRO PELA CULATRA

Mão pesada, roteiro ridículo e elenco desastroso transformam suposta sátira em propaganda do nazi-fascismo.

- por André Lux, jornalista e crítico-spam

O holandês Paul Verhoeven é um cineasta polêmico. Chamou a atenção do mundo realizando filmes de arte em sua terra natal e entrou em Hollywood pelas portas dos fundos, dirigindo "Conquista Sangrenta" (Flesh + Blood), um dos mais perturbadores e indigestos filmes passados na Idade Média.

Logo depois, emplacou um blockbuster chamado "Robocop", que teria sido apenas mais um banal filme de ficção se não fosse pelo alto grau de acidez imputado por Verhoeven à trama. Ao mesmo tempo que atingia o espectador ávido por perseguições, explosões e sangue (que jorra em abundância), "Robocop" também tinha algo mais a dizer, principalmente na crítica feroz ao consumismo desenfreado (até a polícia é privatizada nesse mundo neoliberal do futuro) e à industrialização da violência e do sexo na sociedade estadunidense.

Em "Tropas Estelares", baseado no livro de Robert A. Heinlein, Verhoeven tentou ser ainda mais satírico, traçando uma crítica mordaz entre a futura sociedade nazi-fascista do filme com a própria sociedade estadunidense e seu amor por armas de fogo e guerra - detalhe que, diga-se de passagem, passou totalmente despercebido nos EUA.

Entretanto, ao contrário de "Robocop", Verhoeven falhou feio dessa vez e o tiro saiu pela culatra. Dirigiu tudo com mão pesada, exagerou nos efeios especiais e na violência e deixou a impressão de justamente louvar o fascismo pregado pelos protagonistas. A culpa também é do elenco desastroso que leva a sério os personagens propositalmente caricatos e superficiais. São constrangedoras as atuações de Casper Van Dien (hoje astro de filmes policiais televisivos classe Z) e de Denise Richards que deixam o filme com um ar de "Barrados no Baile nas Estrelas". O diretor tentou se explicar dizendo que foi obrigado a contratar atores do segundo escalão devido à falta de dinheiro, que acabou sendo todo usado nos efeitos especiais...

Mas "Tropas Estelares" tem ainda uma dos roteiros mais ridículos e absurdos já filmados, que não respeita qualquer lógica ou sanidade. Se não acredita, então veja: logo no início somos informados que a raça humana está em guerra com insetos alienígenas que habitam um planeta do outro lado da galáxia. Ninguém explica o porque da peleja, muito menos como diabos as duas raças cruzaram-se. Entretanto, os insetos raivosos jogam (?) um meteoro em direção ao nosso planeta que acaba caindo em Buenos Aires (com certeza o cara que vigiava o radar dormiu nessa hora).

O estado nazi-fascista que domina a Terra, no qual quem não faz parte do exército é considerado cidadão de segunda classe, declara guerra total aos insetos e manda os soldados para destruí-los no mano a mano, com direito inclusive a granadas atômicas, das quais eles se protegem depois de jogar nos monstros escondendo-se atrás de árvores e pedras (é sério, gente, não estou inventando!). Começa então uma interminável e enfadonha série de cenas de ação regadas a muita pirotecnia, efeitos especiais de última geração e corpos mutilados em detalhes grotescos.

É claro que tudo isso deveria ser usado a favor da sátira, mas infelizmente não dá para rir da propaganda pró-fascista que "Tropas Estelares" acaba fazendo. Sabemos que a intenção de Verhoeven não era essa, mas quem assistiu ao filme no cinema vai lembrar de ouvir os urros de apoio da platéia toda vez que um personagem citava alguma filosofia nazista ou quando os corpos mutilados começaram a pipocar.

"Tropas Estelares" é um filme asqueroso em todos os sentidos. Prova que até a melhor das intenções pode gerar resultados completamente nocivos!

Cotação: *
.

10 comentários:

José Carlos Lima disse...

Tenho presenciado jovens se inspirando na Tropa de Elite para espancar, agredir

Tropa de Elite é apenas mais um ingrediente neste mundo já bastante violento

Não assiti nem vou assistir ao filme

Não vi, não gostei

Se bem que estou sendo obrigado a ouvir=ver a tal porcaria nas ruas, pontos de ônibus e praças

Muito lamentável mesmo!

Anônimo disse...

Frei Betto: O esquerdista

Frei Betto

Rio - Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social. Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos superiores a outros.

Ser esquerdista — patologia diagnosticada por Lênin como ‘doença infantil do comunismo’ — é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé.

Adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas não suporta povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola.

Como não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um emprego que pague bom salário e dê-lhe mais direitos que deveres. Adeus ideais, utopias!

Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa ‘gente da periferia’. E pontificou: “Que burrice a sua largar o governo.”

Tive vontade de rir. Contive-me e apenas respondi: “Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles.”

Elton disse...

Ainda não vi Tropa de Elite (ou seria "da" Elite), mas o desencontro entre o que dizem alguns comentaristas e o que dizem os realizadores dá mesmo a impressão de que o filme foi, no mínimo, mal feito. Existem algumas pessoas em cuja opinião eu confio e que elogiam o filme e que concordam que achar que o filme é apologia da violência é um erro de interpretação, o que não é impossível.
Preciso ver este filme, em algum dia em que eu esteja de bom-humor para não cair deprimido por causa da violência.
Starship troopers é um filme ruim, mas achei que fica muito claro que o fascismo é meramente uma característica da sociedade humana descrita no filme. Não vi apologia.

Anônimo disse...

De certo que Tropa de Elite permite uma leitura fascista, mas afirmar que o filme seja fascista em si, só é mesmo possível mediante a distorção do significado de 'fascismo' a ponto de deixá-lo vazio, como uma mera apologia da violência.
Se assim fosse, praticamente toda a humanidade sempre foi fascista ao menos nos momentos de guerra, desde a antiguidade.
Ocorre que 'Fascismo' só faz sentido realmente numa conotação política de exaltação do Estado como um ente superior ao indivíduo e à própria coletividade. Nada há a esse respeito em Tropa de Elite, cuja a violência deriva de uma mera guerra particular. A cena em que o Capitão Nascimento descerra a bandeira do BOPE em cima da banderia do Brasil, é um sinal de quase desprezo pelo estado. Bem como sua ojeriza pela corrupção nas corporações policiais, e ao mesmo tempo sua omissão.
Tropas Estelares sim, é um filme nitidamente fascista! Isso fica claro no discurso anti-democrático explícito de um dos personagens, e na exaltação à hierarquia, disciplina e uso da força. O que ilustra ainda mais a diferença entre os dois filmes.
Neste último, não há conflito ideolófico algum dentro do estado, e sim uma guerra externa contra um inimigo alienígena sem qualquer interesse em dialogar. Em Tropa de Elite, há contradições ideológicas internas subjacentes à toda trama. Não há um pensamento hegemônico de estado, exceto dentro de uma das corporações.
Pode-se porém, fazer a leitura de que o BOPE é internamente fascista, num guerra pessoal contra um inimigo externo. Mas isso só funcionaria como propaganda fascista se fosse elevado a um nível muito mais amplo. Caso contrário, até 'O que é Isso Companheiro' poderia ser considerado fascista.

Marcus Valerio XR
http://www.xr.pro.br

André Lux disse...

Marcus, penso que hoje em dia o termo "fascista" abrange mais do que um mera exaltação ao Estado e diz respeito também à falta de respeito pelos direitos humanos, à intolerância, ao racismo e à violência do 'olho por olho, dente por dente'.

Anônimo disse...

Olha só amigo, depende muito da cabeça de cada um. Filme pra mim é exatamente FILME e o encaro como tal. Se o conteúdo é absurdo mas diverte, então é ótimo. Se é baseado em fatos reais, mas tem uma história interessante e que também distraia, tá ótimo. Ou seja, vocês críticos querem tudo cabeça, tudo que nos faça pensar e ainda por cima que seja sutil.

Ah meu, relaxa e curta!!!! Quando eu quero ver algo da VIDA real vou ler um jornal ou assistir ao noticiário, faça o mesmo e deixa o filme ser o que é, apenas um FILM E!!!! Agora se o Filme está fazendo a cabeça das pessoas, então acho que é hora de rever muita coisa em nossa sociedade, pois é sinal de que a mente das pessoas anda muito fraca para ser influenciada!!!

Quanto a Tropa de Elite, facista ou não, mostrou a realidade. Ué mas não é isso que vcs críticos querem???? Por acaso não é o que ocorre todo dia nas favelas do Brasil, até os dias de hoje???? Bandido matando gente inocente, polícia corrupta fazendo vista grossa e policial matando bandido??? Você queria o que? O BOPE entrando na favela com alimentos e bebida para a população? E levando bala dos traficantes sem reclamar?

Não precisa publicar este comentário não cara, apesar de que não to ofendendo ninguém. Mas acho que antes de julgar filmes, você deveria assistí-los e tentar entendê-los, mas cada cabeça enxerga de um jeito.

Abraços e boa sorte neste seu trabalho.

Johnny Pequeno disse...

Hum, realmente já vi várias pessoas comentando o mesmo. Mas, quando assisti a esse filme pela primeira vez, senti o mesmo tom de sátira que vi em Robocop, justamente devido ao exagero contido no roteiro, e até os péssimos atores ajudaram a ambientar o clima jocoso e sarcástico. Então, nunca consigo concordar com essas críticas ao filme.

Cybershark disse...

Vão refilmar o TOTAL RECALL, infelizmente...

Trailer: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mToM4M6BDDA#!

Unknown disse...

Coitado não entendeu o filme.

Anônimo disse...

Cara! Sai dessa vida de comunista pq isso é um regime falido ha muito tempo. Se vc acha que tudo na vida é contra as suas idéias vazias, tudo bem. pode se mudar para a China ou a Coréia do Norte. Creio que lá vc se sentira em casa e será feliz.