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sexta-feira, 1 de maio de 2020

“Tales From the Loop” vai agradar quem busca ficção científica reflexiva


Os episódios são longos, mas deixam um gosto de “quero mais”, sempre um dos maiores elogios

- por André Lux


Para quem gosta de filmes ou séries de ficção científica reflexivas e originais, eu recomendo “Tales From The Loop” exibida pelo Amazon Prime Video. São oito episódios livremente inspirados em um livro de artes e contos do suíço Simon Stalenhag que acontecem numa pequena cidade do estado de Ohio, nos Estados Unidos, unidas por uma instituição misteriosa que funciona no subsolo e que aparentemente tem influência sobre a cidade toda.

Cada episódio conta uma história independente, porém quase sempre interligada de maneira sutil aos personagens principais e seus arredores. O clima da série é existencial, com ênfase no ritmo lento e minimalista, embalado por uma trilha musical composta por ninguém menos que Phillip Glass (músicas adicionais são creditadas a Paul Leonard-Morgan, mas seguem o estilo de Glass).

Essa aproximação certamente vai aborrecer muitas pessoas, acostumadas a series frenéticas como “Stranger Things” e “Black Mirror”, porém quem for capaz de emergir na proposta ficará fascinado, assim como fiquei.

O mais interessante é que nenhuma explicação é dada para os eventos bizarros que acontecem em cada episódio, apenas que tudo tem conexão a um objeto misterioso o qual os cientistas chamam de “Eclipse” que pode ser alienígena ou fruto de alguma experiência. Assim, personagens viajam ao futuro, vão parar em universos paralelos, congelam o tempo, trocam de corpos e assim por diante. Nada de novo no universo do gênero. A novidade aqui, porém, é ausência de explicações e a ênfase nas consequências que cada experiência traz para a vida de seus protagonistas e dos que os rodeiam.

Tecnicamente brilhante, com fotografia esplêndida e efeitos especiais fluídos e um elenco homogêneo e competente, “Tales From the Loop” impressiona pela capacidade de nos jogar dentro daquele mundo, sem nunca perder o interesse. Realidade essa que pode muito bem ser a de um universo paralelo, já que o comportamento letárgico das pessoas e a total ausência de referências à cultura pop dão a impressão que se trata realmente de um mundo espelho do nosso, porém diferente.

Os episódios são longos, cerca de 50 minutos cada, mas deixam sempre um gosto de “quero mais”, certamente um dos maiores elogios. A série foi criada por Nathaniel Halpern e tem Matt Reeves, diretor de “Cloverfield” e do novo “Batman”, como produtor executivo. Para quem procura algo diferente e imersivo, recomendo com louvor.

Cotação: ****

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