BLEFE
Filme mente e engana o espectador para gerar surpresa e choque, o que é sempre algo imperdoável.
- por André Lux, crítico-spam
David Fincher acabou sendo o maior blefe de sua geração. Depois de um começo problemático em "Alien 3", explodiu com o sensacional "Seven" e virou a maior promessa do cinema estadunidense.
Infelizmente, parece que se deixou levar pelo ego inflado e acabou fazendo filmes excessivos (como "Clube da Luta" e "Millenium") ou simplesmente insonsos ("O Curioso Caso de Benjamim Button", "Zodiaco", "Quarto do Pânico", "A Rede").
Mesmo assim, mantém seu prestígio junto à indústria e os críticos, ao ponto de todo mundo louvar esse "Garota Exemplar", que é baseado num romance de sucesso. Mas é, como Fincher, um blefe.
Esse é um daqueles filmes que são vendidos como algo grandioso, cheio de mistérios e reviravoltas, mas no fundo é apenas mais um que mente e engana o espectador para gerar surpresa e choque, o que é sempre algo imperdoável.
O mistério do desaparecimento da esposa do coitado do Ben Afleck é resolvido já no meio da trama e, convenhamos, é algo completamente absurdo e sem nexo. Nem o maior psicopata do mundo se daria o trabalho de construir um esquema tão elaborado e infalível só para prejudicar uma pessoa.
A partir daí, o filme fica ainda mais tedioso, enquanto seguimos o patético marido que só faz besteiras e o autor do plano mirabolante, que também age de maneira totalmente estúpida e incoerente com o que foi mostrado até então sobre o personagem. Mas pior mesmo é a conclusão, daquelas que fazem a gente gargalhar, de tão forçada e inverossímil.
Fincher encena e filma tudo com preguiça e sem deixar qualquer marca, culpa também da trilha musical de Trent Reznor e Atticus Ross que não serve para nada e a maioria do tempo soa mais como alguém fazendo barulinhos no teclado.
Cotação: *
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