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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Filmes: "Divertida Mente"

ESTUDO SOBRE A DEPRESSÃO

Animação da Pixar comprova que pode existir vida inteligente mesmo dentro da indústria cultural estadunidense

- por André Lux, crítico-spam

“Divertida Mente” é provavelmente a obra-prima da Pixar. O mais interessante é que a nova animação do estúdio parecia, pelos trailers, um tremendo erro. Afinal, que história era aquela de representar as emoções humanas com personagens cômicos em uma sala de controle?

O filme, porém, é uma grata surpresa, muito criativo, bonito, bem dirigido (pelo mesmo sujeito que fez “Monstros S.A.” em parceria com o diretor de "UP: Altas Aventuras"), engraçado e ainda por cima educativo. 

Pais inteligentes e antenados em psicologia certamente vão encontrar nele mil maneiras de usar os personagens Alegria, Tristeza, Raiva, Nojo e Medo de maneira positiva na educação dos filhos (claro que sempre deixando claro pra eles que somos nós que estamos no controle das emoções e não contrário!).

O mais interessante é que “Divertida Mente” acaba sendo um estudo da Depressão, doença silenciosa que vitima milhares de pessoas e que é muito difícil de diagnosticar e tratar. Quando a menina Riley perde a Alegria e a Tristeza, que são sugadas para fora da sala de controle, passa a apresentar alguns dos clássicos sinais de Depressão: irritabilidade, desânimo, ansiedade, apatia, entre outros.

O filme retrata com perfeição também o perigo que é uma pessoa tomar decisões importantes com esse quadro e dominada pela Raiva ou pelo Medo, além das graves consequências que isso pode causar não só para ela, mas também para todos que estão em volta – especialmente os familiares.

 Claro que tudo isso não vai fazer muita diferença para quem não está minimamente ligado no assunto. Mas para o resto dos mortais o filme funciona mesmo assim graças a um roteiro muito bem escrito, repleto de tiradas cômicas na hora certa, comentários ácidos sobre a eterna “guerra dos sexos”, exploração das criaturas terríveis que habitam o subconsciente e dos sonhos e delírios que habitam a mente das crianças. É particularmente tocante o destino do Bing Bong, o amigo imaginário da pequena Riley, que é uma mistura de elefante, gato e algodão doce.

Embalado por uma trilha musical deliciosa composta pelo esforçado Michael Giacchino (o tema principal é simplesmente contagiante), “Divertida Mente” comprova que pode existir vida inteligente mesmo dentro da indústria cultural estadunidense. Imperdível!

Cotação: * * * * *





6 comentários:

Anônimo disse...

André, na sua opinião, qual é o melhor e o "menos bom" filme da pixar?

André Lux disse...

Não sei cara, não costumo classificar filmes assim.

Anônimo disse...

Devia classificar se quiser ser um bom analista.

André Lux disse...

Quem disse que quero ser um "bom analista"? risos

Anônimo disse...

Ok. Vamos continuar. Qual a sua opinião a respeito da trilogia De volta para o futuro?

Minha opinião: o primeiro é sensacional, mas os outros...

Dhanylo disse...

Assisti o filme por causa dessa análise e valeu cada minuto.