A ECA DE KHAN
Filme não é ruim, mas o roteiro é uma das coisas mais sem pé
nem cabeça que já vi na vida
- por André Lux, crítico-spam
Quando vi os primeiros trailers desse novo "Star
Trek" fiquei preocupado, pois parecia que iam pisar no mesmo território já
explorado no filme anterior, que deu um "reboot" na série iniciada no
final dos anos 60 por Gene Rodenberry. Ficava claro que a motivação por trás dos atos do vilão era
a vingança, igual ao que queria o Nero do primeiro filme.
Tinha esperança que
não fosse isso, porém "Star Trek: Além da Escuridão" bate na mesma
tecla e, pior, traz de volta um dos vilões mais memoráveis da série antiga: o
terrível Khan, que no segundo longa da tripulação original é o responsável pela
morte do Spock (Leonard Nimoy, que aparece novamente aqui em ponta). Acaba
sendo uma mescla do segundo e do sexto filmes da tripulação original, "A
Ira de Khan" e "A Terra Desconhecida".
Não vou dizer que o filme é ruim, longe disso. É muito bem
feito, tem desenho de produção e feitos visuais excelente, muita ação e música
bacana de Michael Giacchino. É como uma volta na montanha russa. O problema
mesmo é o roteiro, que é uma das coisas mais sem pé nem cabeça que já vi na
vida, com furos do tamanho de uma cratera.
São tantas coisas sem sentido que acontecem no filme que não
dá nem para ficar enumerando (vi alguns sites estadunidenses listando por perto
de 20 furos!), mas tem algumas coisas que realmente são absurdas demais. Entre
elas, o vilão se teletransportar da Terra para um planeta dentro do império Klingon,
a sabe-se lá quantos anos-luz de distância! E o que diabos ele foi fazer lá?
Depois, tem a história do almirante Marcus (feito pelo
"Robocop" Peter Weller) que manda Kirk ir até o local para bombardear o
vilão e entrega para ele 72 torpedos supostamente de última geração! Como
assim, era para a Enterprise lançar 72 torpedos sobre um único sujeito, no meio do
império Klingon?
Tem muitas outras coisas absurdas no filme (o Dr. McCoy, por
exemplo, simplesmente descobre o segredo da vida eterna, mas depois ninguém
mais fala disso!), mas vou parando por aqui até porque elas incomodam mais
depois que você sai do cinema e começa a pensar nelas. Durante a projeção tem
tanta ação e correria que até dá para esquecer tudo isso.
Mas o que realmente detona o filme é o rapaz que colocaram
para fazer o Khan, um tal de Benedict Cumberbatch, que não é mau ator. O
problema é que se trata de um sujeito baixinho, franzino e com cara de
"mauricinho" que não convence nem um segundo na pele do que seria um
"super-homem" criado artificialmente no passado para comandar a Terra
durante as chamadas "guerras eugênicas" (pelo menos é assim na
iconografia original, no novo filme não se fala disso).
Khans: o "mauricinho" e o "fodão" |
Nada a ver com o Khan original, feito com propriedade e carisma pelo
grande Ricardo Montalban. E a história que inventaram para justificar o ódio
dele contra a Federação é muito forçada e, para variar, não faz muito sentido
também.
As melhores coisas do filme acabam sendo, além das cenas de ação (que são muitas), a interação do elenco da Enterprise e algumas piadinhas que funcionam. Como eu disse, o filme no todo não é ruim dentro do que se propõe, porém ficou bem aquém do esperado, principalmente quando você pensa nele depois da exibição, e não chega nem perto do primeiro. Tomara que melhorem no próximo, porque um novo "Star Trek" é sempre bem vindo!
Cotação: * * *
2 comentários:
Caro André.
Gosto muito de seu blog, mas este comentário é para reclamar. Entro no blog, inicio a leitura e, começa um som horroroso, com alguem falando em inglês, com música em alto som!!! Só, que não consigo desligá-la!!!! Será que é compulsória??? Não há a opção de não ouví-la???
Será que vou ter que deixar de visitá-lo???? Aguardo explicação!!
Jairo T. M. Abrahão
O filme nao passa de outra merda quase desenho animado + quase filme.
Lixo!
Inté,
Murilo
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