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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Trilhas Sonoras: "Batman: O Cavaleiro das Trevas"

ESCOLHA INFELIZ

As partituras de Zimmer são rasas, limitam-se a pontuar a ação e ele é incapaz de compor música complexa para orquestra. 

- por André Lux, crítico-spam

O diretor Christopher Nolan acertou em praticamente todos os ingredientes ao fazer os novos filmes do “Batman”, mas foi muito infeliz em um dos mais importantes: a escolha do compositor de suas trilhas sonoras. 

No caso, foram os compositores, já que contratou uma dupla inusitada: o péssimo Hans Zimmer (“Gladiador”, “Falcão Negro em Perigo”, “A Rocha”) e o irregular James Newton Howard (“Sexto Sentido”, “O Príncipe das Marés”, “Neve Sob os Cedros).

De cara já há um problema nessa escolha: o “estilo” dos dois compositores não tem nada a ver um com o outro (coloco entre aspas, pois dizer que Zimmer possui estilo é uma ofensa aos músicos decentes). 

Pelo que li em entrevistas e análises de entendidos no assunto, Zimmer ficou responsável pelos temas principais e pelas cenas de ação e suspense, enquanto Newton Howard musicou as partes mais melancólicas dos filmes (como o tema de Harvey Dent e do triângulo amoroso entre os protagonistas). 

Mas, a grosso modo, quase 80% da trilha tem a assinatura inconfundível de Hans Zimmer e só de vez em quando aparecem alguns sinais do toque do outro compositor. Azar nosso.

Em “O Cavaleiro das Trevas”, Zimmer não procurou desenvolver seu tema para o Batman, deixando-o rolar praticamente da mesma forma que no filme anterior. Pesado e sombrio o tema é registrado nos níveis mais baixos e graves da orquestra, sem muita variação ou qualquer nuance. 

É quase um tema minimalista que parece dizer o tempo todo “esse cara é nervoso e carrancudo”. Assim, perde-se a chance de explorar musicalmente os conflitos internos do personagem, seus medos, dúvidas e desvios psicológicos. 

Zimmer, o abominável: prova viva de que não é
preciso estudar ou ter talento para fazer sucesso
Só para comparar, o mestre Jerry Goldsmith criou três momentos diferentes dentro do mesmo tema para o protagonista de “Patton”: uma introdução com trompetes no ecoplex remetendo às crenças espirituais do general, outra passagem mais sóbria para definir o código de honra incorporado por ele e outra puramente militarista. 

Assim, com um só tema, Goldsmith trouxe à tona três elementos distintos do personagem principal, dando voz a características mencionadas apenas de relance no roteiro.

Mas, Zimmer não é Goldsmith. Assim, sua aproximação ao material é o reflexo de suas limitações. Suas partituras para os filmes do “Batman” são rasas e se limitam a pontuar a ação nas telas. Soma-se a isso a total incapacidade do sujeito em compor música complexa para orquestra. 

Suas orquestrações são ridículas, sem contraponto, harmonia, fuga ou qualquer outra técnica que poderia elevar a música a patamares minimamente interessantes. Tudo é pasteurizado e, via de regra, temos a sensação de que todos os membros da orquestra, mais os solistas e o sintetizador estão tocando a mesma nota, ao mesmo tempo. Sensação que aumenta ainda mais por culpa da mixagem pesada que deixa o som “achatado” e não dá qualquer chance para nuances no desempenho dos músicos.

Em “O Cavaleiro das Trevas”, Zimmer criou um tema para o Coringa que é de um simplismo de dar dó: nada mais do que um zumbido de uma nota só tocada pelo cello, sampleado e acompanhado por guinchos de guitarra e sons que se assemelham a alguém jogando um gato em cima do sintetizador. 

No filme até que funciona, pois contribui para aumentar o clima enervante que emerge do personagem, porém da mesma forma que o tema do Batman, não ajuda em nada para expandi-lo além do que se vê na tela.

Justiça seja feita: a trilha musical de Zimmer para os dois “Batman” funciona razoavelmente bem junto como as imagens, o que no caso dele é algo surpreendente, já que estou acostumado a vê-lo (ou seria ouvi-lo?) destruindo filmes de ação e aventura com sua mesmice barulhenta ou passando em brancas nuvens quando o assunto são comédias ou dramas. 

E não adianta querer me convencer que a trilha é ótima, pois ela funciona junto com as imagens. Para mim, uma boa trilha sonora é aquela que, além de funcionar dentro do filme, traz à tona elementos “escondidos” na trama ou nos personagens. Cito como exemplo disso, o tema que Bernard Herrman criou para o misterioso “Rosebud” em “Cidadão Kane”. 

Ouvidos mais atentos vão perceber que Herrman “entrega” o mistério logo de cara juntando o tema ao objeto na cena do menino na neve. Ou Goldsmith “explicando” por meio da música que o unicórnio de “A Lenda” está perdoando os erros do protagonista. Além disso, claro, uma boa partitura deve ser musicalmente interessante fora do filme.


O álbum com a trilha sonora de “O Cavaleiro das Trevas” traz 14 faixas editadas em forma de suíte, com nomes que remetem a diálogos do filme, mas não deixam claro para qual cena foram compostas – pecado que enfurece todos os colecionadores de música de cinema. 

A primeira, “Why So Serious?” tem mais de nove minutos e traz, basicamente, o tema do Coringa em diversas variações, o que vai fazer você lamentar ter perdido todo esse tempo da sua vida com algo tão estúpido. 

Lançaram depois mais uma versão da trilha, num álbum com dois CD, trazendo ainda mais músicas que ficaram de fora da primeira edição. Enfim, mais do mesmo...

Repleta de momentos bombásticos e barulhentos, a trilha do novo “Batman” funciona como uma injeção de testosterona na veia – não é a toa, portanto, que a maioria dos fãs de Hans Zimmer são adolescentes nervosos. 

Como eu disse, até funciona junto com o filme, mas se quiser ouvir em casa... prepare a Neosaldina!

Cotação: * *

12 comentários:

Christian disse...

Os Cavaleiros (das Trevas) que diziam nhiiiiiiiiiiiiiiii nhiiiiiiiiiiiii nhiiiiiiiiiiiii

Hahahahha pusta barulheira sem pé nem cabeça!

Pedro MArtins disse...

Pelo amor de deus, este filme tem uma das melhores trilhas sonoras já existentes, e inclusive, mesmo nao tendo muito a ver com o assunto aqui tratado, ganhou o oscar de melhor edição de som, As músicas ficaram emocionantes, na parte onde Harvey Dent esta com a familia de Gordon, puxa, éemocionante aquela música, esse zumbido? explica exatamente a loucura que se passa na cabeça do coringa, eu tenho a trilha sonora, a música toda é muito doida, no bom sentido, desculpepor descordar, mas garanto que apoucos que concordam com sua opinião...

André Lux disse...

Edição de som não tem nada a ver com a composição da trilha musical.

Rafael Monteiro disse...

andré, na boa, esse nhiiiiii pro coringa ficou sensacional.. é um personagem q causa repulsa e o nhiii em questão faz aumentar esse sentimento q nos deixa até incomodados...

Anônimo disse...

Aprenda mais um pouco sobre música e venha me fazer uma crítica decente. Hans Zimmer é simplesmente o melhor compositor, e se você soubesse disso provavelmente poderia ser chamado de crítico.

MysteryRoberto disse...

voce realmente não sabe fazer uma critica. Concordo plenamente e geralmente com Pedro, Rafael e o "anonimo", pois eles sabem mesmo preciar uma boa musica, como eu.

Jivago Achkar disse...

Foi uma das piores ignorâncias que eu já li na internet sobre compositores de trilhas sonoras de filmes. "Péssimo Hans Zimmer". Hahaha meu, o zumbido aumentando conforme o Coringa entra em cena marca exatamente o nível de loucura que provoca no expectador. Tenho a trilha original e vou continuar amando esse cara. Goldsmith foi um tremendo compositor, mas são estilos diferentes. Morre aí o assunto.

Gosto é gosto, é claro. Se você não gostou, isso já se refere a você. Agora, criticar da forma como criticou, achei tão desnecessário quanto estúpido. Pra você que falou sobre minimalismo, o próprio Philip Glass, que é nada menos do que um dos compositores mais influentes do século passado, é conhecido por seu minimalismo magnífico.

Sem mais. ;)

André Lux disse...

Hanzimmer é a pior praga que surgiu no mundo das músicas de filme. Gostar do barulho que ele produz é sinal de péssimo gosto, infelizmente.

Jivago Achkar disse...

Hahaha sinal de péssimo gosto? Bem, tenho uma coleção gigante no que se refere a Berlioz, Beethoven, Mozart, Wagner, Händel, Vivaldi, Grieg, Chopin, Lizst, Schumann, etc. Além de amar Radiohead, Pink Floyd, Roger Waters, Sigur Rós, Scott Walker, Frank Sinatra, Blackmore's Night, Godspeed You Black Emperor, sem citar as trilhas que possuo, onde há Alexandre Desplat, Jerry Goldsmith, John Williams, James Horner, Danny Elfman, Elmer Bernstein, Bernard Hermann, Ennio Morricone, Maurice Jarre e claro, HANS ZIMMER. Sem contar muitas outras coisas que eu aprecio no cenário musical. Você define o gosto musical de uma pessoa apenas por um artista. Isso, meu caro, me desculpe, é coisa de ignorante que quer desesperadamente convencer o seu ponto de vista. ;) Vai conhecer música boa. Chega de críticas.

André Lux disse...

Todos esses compositores que você citou devem se revirar na tumba ao terem seus nomes desfilados ao lado do abominável Hanzimer. Já os vivos devem se contorcer em agonia, principalmente o Morricone, que é de quem o Hanzimmer mais rouba.

Marco Mente Brilhante disse...

Boa Noite,

Noite de domingo, estou aqui lendo esse blog e vejo o quanto as pessoas tem inveja das outras, bom, eu ouso desafiar alguém que critica o música do Hans Zimmer fazer algo melhor para os mesmo filmes, quero deixar claro que gosto de todos os Compositores, os de hoje e os do passado, quem me enviar as músicas vou entender que não havera a mesma mixagem, mas tambem peço que não me venha com música classica, não que eu não goste, eu amo, mas quero ver quem é melhor, e outra tambem sou músico, escrevo e leio partituras melhor que o Zimmer, vamos lá, eu desafio.

André Lux disse...

Huinzimmer é o "É O Tchan" do mundo das trilhas sonoras. Mas tem quem goste, né?