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terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Homenagem a um gênio da música: BRAVO, ENNIO!

Emocionante. Essa é a melhor palavra para descrever o que senti ao ver o grande Ennio Morricone finalmente recebendo seu mais do que merecido Oscar - só que pelo conjunto de sua carreira. Para ser bem sincero, foi a única coisa que prestou naquela chatíssima cerimônia na qual desfilam as celebridades da indústria cinematográfica estadunidense, muitas delas em vestidos que mais parecem cortinas de bordel ou embalagens de bombons...

Enfim, adorei ver Morricone, que já compôs mais de 400 trilhas para o cinema, agradecer pelo prêmio em italiano, dando assim uma banana para os imperialistas que, fossem mais inteligentes, já teriam dado dezenas de Oscars para o genial compositor, autor de algumas das mais importantes e maravilhosas trilhas sonoras - entre as quais destaco minhas favoritas: "A Missão", "Os Intocáveis", "Era Uma Vez na América", "Cinema Paradiso", "Era Uma Vez no Oeste", "Quando Explode a Vingança", "Uma Simples Formalidade", "A Lenda do Pianista do Oceano", "O Bom, O Mau e O Feio", "O Enigma de Outro Mundo", "Orca" e tantas outras...

Essa semana foi especial para mim, pois não apenas pude ver Morricone falando ao vivo pela primeira vez, como acabei de receber meu CD duplo da trilha de "Quando Explode a Vingança" - também conhecido como "Duck, You Sucker!", "Giu La Testa", "A Fistfull of Dynamite" ou "Era Uma Vez na Revolução" (título francês) -, penúltimo filme do genial cineasta Sergio Leone.

Além disso, encontrei um DVD excelente numa dessas megastores, "Morricone conducts Morricone", que é a gravação de um concerto regido pelo compositor realizado na Alemanha com orquestra completa, coral e solistas. As perfomances de "Era Uma Vez na América", "Cinema Paradiso", "A Missão", "Pecados de Guerra" e das trilhas dos filmes de Sergio Leone fizeram eu e minha esposa chorar de emoção!

Fiquei muito feliz também por saber que o concerto que Morricone apresentou na ONU há algumas semanas, chamado de "As Vozes do Silêncio", era uma cantata pela paz escrita logo após o 11 de Setembro, mas “dedicada às vítimas silenciosas de tantas tragédias com menor visibilidade”. Por alguns instantes, fiquei com medo que ele havia se rendido ao politicamente correto e à hipocrisia, igual àqueles que só são capazes de fazer homenagens a vítimas de tragédias ocorridas entre a elite mundial.

Felizmente, Morricone demonstrou que sua inteligência também está a serviço das causas políticas e sociais.

Bravo, Ennio!

Abaixo, a homenagem que o jornalista Mino Carta prestou a Morricone em seu blog:

O digno Morricone

"Às vezes me alegro pela minha origem italiana. Disse às vezes, e sublinho. Por que, por exemplo, posso pensar em Berlusconi, em Andreotti (um dos maiores tartufos do século passado), nem se fale de Mussolini e da Praça Veneza apinhada de camisas pretas. Etc., etc. Tenho, neste momento, o consolo oferecido por Ennio Morricone, velho e grande músico, o do seu comportamento na hora de receber o Oscar. Digno, composto, comovido na medida certa. Não se esforçou para falar na língua do lugar, usou a dele, com Clint Eastwood, o ator dos spaghetti westerns musicados por Morricone, a funcionar como intérprete, este Clint merecedor de prêmio bem mais que Scorsese, outro italiano que não me convence. Acompanhava-o a mulher, trajada como convém a uma velha dama, ao contrário de muitas no auditório. E dedicou o seu Oscar a todos aqueles que não o receberam, embora fizessem jus à estatueta. Em compensação, a ganharam Titanic e O Gladiador, para falar de eventos recentes."

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