Não é fácil ficar velho, ver a vida passar acelerada, sentir a dor da traição de falsos amigos e amores, mas no escurinho do cinema ninguém tira o nosso direito de sentir emoções que poucos tem o privilégio de compartilhar
- por André Lux, crítico-spam
Chorei de soluçar vendo o novo “Star Trek: Sem Fronteiras” no cinema. Não tanto pelo filme em si, que é bacana sim, mas pela belíssima e emocionante homenagem que fizeram ao elenco original, especialmente Leonard Nimoy, nosso eterno Spock, que morreu ano passado.
Os fãs acabaram sendo um pouco duros demais com esse terceiro capítulo do recomeço da franquia, que teve um primeiro episódio muito bom e um segundo que pecou pelo exagero. A culpa foi dos trailers iniciais que além de terem sido pessimamente montados, davam a impressão de ser um mero filme de ação desmiolado, elevando a enésima potência tudo que deu errado no segundo. O fato de te sido dirigido por um sujeito que fez um dos “Velozes e Furiosos” também contribuiu para acirrar a, bem... fúria dos apreciadores.
Mas não é bem assim. Apesar de ter um ritmo muito acelerado e um excesso de cenas de ação e destruição (impressiona como é fácil arrebentar a Enterprise nessa nova franquia), o roteiro é bem amarrado e repleto de emoção. A boa surpresa é que foi co-escrito pelo ator que faz o Scotty, Simon Pegg, que todo mundo conhece das comédias inglesas e obviamente é fã confesso da série, inserindo na trama dezenas de citações à série antiga e também a fatos que envolvem os atores originais na vida real, como o atual Sulu ser casado com um homem, homenageando assim o ator George Takey da tripulação antiga, que é abertamente gay e defensor da causa GLTB. O filme também é dedicado ao ator Anton Yelchin, que faz o novo Chekov, momrto pouco tempo depois das filmagens, vítima de um triste acidente em sua casa.
Pena que não conseguiram achar uma solução melhor para impulsionar a trama do que o manjando clichê do vilão sedento por vingança contra a Federação que tem em mãos uma “máquina do juízo final”, até porque com aquele enxame infernal de pequenas naves ele nem precisaria de mais nada para causar destruição em massa, não é mesmo? Mas ao menos sua motivação faz certo sentido dentro da lógica exposta pelo roteiro e tentam humanizar o personagem o máximo possível.
A música do esforçado Michael Giacchino continua boa e, embora não chegue nem aos pés de um Jerry Goldsmith ou até de James Horner que compuseram as melhores trilhas dos filmes originais no cinema, consegue emocionar na medida certa quando a cena assim exige e não atrapalha nas sequências de ação. O que já é uma baita de um elogio hoje em dia...
O adeus final ao nosso querido Leonard Nimoy... |
Mas o importante é que Star Trek continua vivo e está sendo tratado com carinho pelos novos produtores, que sempre buscam incorporar a nova linguagem da sétima arte na série, mas sem nunca esquecer de onde tudo começou.
Nessas horas a gente percebe que não é fácil ficar velho, ver a vida passando acelerada, sentir a dor da traição de falsos amigos e amores, ficar longe de quem se ama, mas no escurinho do cinema ninguém tira o nosso direito de sentir emoções as quais poucas pessoas tem o privilégio de compartilhar e que acabam, de uma forma ou de outra, dando sentido a essa vida sem sentido que levamos...
Vida longa e próspera, meus caros nerds!
Cotação: * * * *
Vida longa e próspera, meus caros nerds!
Cotação: * * * *
2 comentários:
Vida longa e próspera companheiro.🖖
Sem dúvida !!
André, também chorei durante o filme quase todo, talvez por motivos diferentes dos seus, mas sim cada referência, cada homenagem a tudo que aconteceu nestes anos todos.. vi muitas fases da minha vida passando diante dos meus olhos, e ainda sou a mesma nerd ( este termo nem existia) que era apaixonada pela lógica impecável e pelas orelhinhas pontudas de Mr. Spock.
Vida Longa e Próspera ! ( apesar de estarmos no país da moscas !! )
Lais \ SP
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