Dá para assistir, mas não espere muito
- por André Lux, crítico-spam
O faroeste (ou “western” como é chamado lá nos EUA) é um gênero que vira e mexe volta às telas do cinema, mas sinceramente não há muito mais a explorar nele, principalmente depois que Clint Eastwood lançou “Os Imperdoáveis”, certamente o mais denso e realista deles.
Assim, seguindo a moda atual de “atualizar” (leia-se “refazer”) filmes do passado, surge essa nova versão de “Sete Homens e Um Destino”, clássico do gênero inspirado em “Os Sete Samurais”, do Akira Kurosawa, famoso pelo elenco excepcional e pela trilha musical do grande Elmer Bernstein (cujo tema principal virou jingle dos comerciais do cigarro Marlboro por décadas).
Não vou dizer que a nova versão é ruim, porque seria injustiça, porém não empolga e, claro, fica muito longe do original. O maior problema é a direção de Antoine Fuqua, que fez o ótimo “Dia de Treinamento”, mas parece não entender nada do gênero, insistindo numa aproximação hiper-realista em um tema que implora por algo leve e divertido (basta comparar com o bem mais sucedido “Silverado”, de 1985). A fotografia escura e destituída de cores vibrantes também atrapalha e deixa o filme ainda mais pesado.
Outro ponto baixo é a trilha musical assinada por James Horner que é contemporânea e minimalista ao extremo, além de ser novamente uma mera colcha de retalhos de seus trabalhos anteriores, principalmente “Lendas da Paixão” (não as partes bonitas), “Jogos Patrióticos”, “A Marca do Zorro”, “Coração de Trovão”, “Jumanji” e até “Mercenários das Galáxias”, seu primeiro trabalho e que era “Sete Homens e Um Destino” no espaço! O que é uma pena, já que esta foi sua derradeira trilha lançada nos cinemas, finalizada por Simon Franglen, um de seus colaboradores habituais e que assina como co-compositor, pouco depois de sua morte em um triste acidente aéreo. Nem mesmo o tema clássico composto por Elmer Bernstein é aproveitado (exceto por uma progressão rítmica), aparecendo apenas durante os créditos finais e soando completamente fora de contexto com o resto da trilha.
Choca também a fraqueza do roteiro, incapaz de criar diálogos memoráveis e de gerar empatia com os personagens, lançando mão de diversos clichês do gênero. Não ficam claras nem as motivações dos pistoleiros que vão se juntando ao grupo. O índio, por exemplo, troca umas palavras com o líder, dá um pedaço de carne crua pra ele morder e, pronto: vira um membro fiel. Hein? A grande batalha final não empolga muito e é por demais alongada. O elenco traz bons nomes, como Denzel Washington, Ethan Hawke, Chris Pratt e Vincent D’Onofrio, mas não chegam a brilhar devido à mediocridade do roteiro.
Medíocre é o melhor adjetivo para definir o filme. Dá para assistir, mas não espere muito.
Cotação: * * 1/2
O faroeste (ou “western” como é chamado lá nos EUA) é um gênero que vira e mexe volta às telas do cinema, mas sinceramente não há muito mais a explorar nele, principalmente depois que Clint Eastwood lançou “Os Imperdoáveis”, certamente o mais denso e realista deles.
Assim, seguindo a moda atual de “atualizar” (leia-se “refazer”) filmes do passado, surge essa nova versão de “Sete Homens e Um Destino”, clássico do gênero inspirado em “Os Sete Samurais”, do Akira Kurosawa, famoso pelo elenco excepcional e pela trilha musical do grande Elmer Bernstein (cujo tema principal virou jingle dos comerciais do cigarro Marlboro por décadas).
Não vou dizer que a nova versão é ruim, porque seria injustiça, porém não empolga e, claro, fica muito longe do original. O maior problema é a direção de Antoine Fuqua, que fez o ótimo “Dia de Treinamento”, mas parece não entender nada do gênero, insistindo numa aproximação hiper-realista em um tema que implora por algo leve e divertido (basta comparar com o bem mais sucedido “Silverado”, de 1985). A fotografia escura e destituída de cores vibrantes também atrapalha e deixa o filme ainda mais pesado.
Outro ponto baixo é a trilha musical assinada por James Horner que é contemporânea e minimalista ao extremo, além de ser novamente uma mera colcha de retalhos de seus trabalhos anteriores, principalmente “Lendas da Paixão” (não as partes bonitas), “Jogos Patrióticos”, “A Marca do Zorro”, “Coração de Trovão”, “Jumanji” e até “Mercenários das Galáxias”, seu primeiro trabalho e que era “Sete Homens e Um Destino” no espaço! O que é uma pena, já que esta foi sua derradeira trilha lançada nos cinemas, finalizada por Simon Franglen, um de seus colaboradores habituais e que assina como co-compositor, pouco depois de sua morte em um triste acidente aéreo. Nem mesmo o tema clássico composto por Elmer Bernstein é aproveitado (exceto por uma progressão rítmica), aparecendo apenas durante os créditos finais e soando completamente fora de contexto com o resto da trilha.
Choca também a fraqueza do roteiro, incapaz de criar diálogos memoráveis e de gerar empatia com os personagens, lançando mão de diversos clichês do gênero. Não ficam claras nem as motivações dos pistoleiros que vão se juntando ao grupo. O índio, por exemplo, troca umas palavras com o líder, dá um pedaço de carne crua pra ele morder e, pronto: vira um membro fiel. Hein? A grande batalha final não empolga muito e é por demais alongada. O elenco traz bons nomes, como Denzel Washington, Ethan Hawke, Chris Pratt e Vincent D’Onofrio, mas não chegam a brilhar devido à mediocridade do roteiro.
Medíocre é o melhor adjetivo para definir o filme. Dá para assistir, mas não espere muito.
Cotação: * * 1/2
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