DESLIGUE O CÉREBRO
Premissa do filme é "Monstros Gigantes versus
Robôs Gigantes". Ou seja, você foi avisado!
- por André Lux, crítico-spam
"Círculo de Fogo" (um nome ruim que não quer dize nada!) é uma
daquelas produções que exigem que você desligue o cérebro antes de entrar no
cinema. Isso já fica claro a partir da premissa do filme, que é "Monstros
Gigantes versus Robôs Gigantes". Ou seja, você foi avisado!
Então, se você conseguir realmente desligar sua massa
encefálica, vai se divertir bastante com o filme que, sejamos francos, encerra
ao menos por enquanto qualquer pretensão de Guillermo Del Toro (de "Hellboy" e o "Labirinto do Fauno") em
querer ser levado a sério como cineasta. Mas ele é um bom diretor e é isso que
salva esse "Círculo de Fogo" e o impede de se tornar outra
monstruosidade insuportável como os filmes da saga "Transformers".
Del Toro filma suas sequências de ação de maneira bastante clara
e permite que você veja as lutas! Não tem aquela chatice atual de câmera
tremida, cortes bruscos e rápidos e flashes de luz na sua cara. As brigas são
muito bacanas e, pasmem, chegam até a gerar emoção.
Pena que o filme seja tão fraco nas partes em que precisa
ter algum peso dramático. O ator que faz o protagonista é um loiro aguado que
fica o tempo todo com a mesma cara de quem comeu e não gostou e fala tudo no
mesmo tom de voz rouco. Para piorar, ainda colocaram um outro sujeito que fica
irritando ele que tem quase a mesma cara. Tem horas que não dá pra sabre qual é
um e qual é o outro!
É uma pena também que a trama seja cheia de buracos (aliens
que querem tomar posse da Terra mandando monstros clonados gigantes um por
vez?) e clichês do gênero, principalmente para quem já viu aqueles velhos
seriados japoneses de lutas entre robôs e monstros, tipo Ultraseven. Como
sempre, os heróis possuem armas incríveis em seus robôs (como uma poderosa espada
e gases congelantes), mas só usam de vez em quando ou no final da luta. Até
entendo que os roteiristas tenham tentado prestar "homenagem" aos
seriados antigos, mas, sinceramente, se isso já estúpido antes, agora então
fica mais ridículo ainda.
Ao seu favor o
filme tem um bonito desenho de produção (os monstros são bem bacanas), excelentes efeitos visuais e sonoros e
uma trilha musical que funciona bem junto às imagens, coisa rara em se tratando
de algo criado por um dos discípulos do abominável Hans Zimmer.
Enfim, eu avisei. Tem que desligar o cérebro...
Enfim, eu avisei. Tem que desligar o cérebro...
Cotação: * * *