O filme é muito hábil em misturar momentos de pura comicidade com outros tocantes.
- por André Lux, crítico-spam
Falar da qualidade excepcional do cinema argentino já é chover no molhado, mas é impressionante a capacidade que "los hermanos" tem em transformar história simples e cotidianas em obras cinematográficas tocantes e ricas em profundidade.
É o caso deste "Um Conto Chinês", que traz o rosto mais conhecido do cinema da Argentina, Ricardo Darin, às voltas com um encontro totalmente inesperado com um chinês que vai parar em seu país depois que sua noiva morre ao ser atingida na cabeça por uma... vaca!
Darin interpreta com a maestria de sempre um dono de loja de ferragens que sofre de Transtorno Obssessivo Compulsivo (TOC). Por isso, é cheio de manias, mal humorado e solitário até o dia em que vê um chinês sendo jogado para fora de um taxi e, depois de fazer de tudo para se livrar dele, acaba sendo obrigado a dar-lhe abrigo.
O chinês não fala uma palavra de espanhol e tem apenas tatuado no braço o endereço de seu tio, que não mora mais no local. Enquanto esperam a embaixada chinesa tentar localizar o tio perdido, o argentino e o chinês são obrigados a conviver, para desespero do primeiro.
O filme é muito hábil em misturar momentos de pura comicidade (principalmente nas tentativas frustradas de comunicação entre ambos) com outros tocantes. Aos poucos, o arredio argentino vai deixando o chinês entrar em sua vida e mudanças começam a acontecer lentamente.
Um tema simples, singelo até, mas que rende um filme muito agradável e que vale a pena ser visto.
Cotação: * * * *