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segunda-feira, 3 de março de 2025

“Alien Romulus” é um Alien para a geração tik-tok

 

A pílula mais amarga do filme é a insistência do Ridley Scott em inserir na trama as besteiras que inventou para os ridículos “Prometheus” e “Alien Covenant”

- por André Lux,  crítico-spam temente ao Alien

Quem segue meu canal sabe que sou grande apreciador da franquia Alien, especialmente do primeiro que considero um dos mais aterrorizantes filmes de terror já feitos. Gosto até do polêmico “Alien 3” e dos crossovers entre Alien e Predador. Mas parei por aí.

A partir de “Alien: A Ressureição” a franquia oficial desandou e piorou muito quando o próprio Ridley Scott, cineasta que dirigiu o primeiro Alien, voltou a explorar este universo e nos brindou com “Prometheus” e “Alien Covenant”, de longe dois dos filmes mais ridículos já produzidos por um grande estúdio.

Surge então “Alien Romulus” que prometeu trazer a franquia de volta aos trilhos. Ledo engano. Embora tenha sido dirigido por um cineasta competente, Fed Alvarez, o roteiro é um verdadeiro queijo suíço, repleto de furos e besteiras que acabam comprometendo o esforço técnico investido no filme.

Já começa a história com a bendita companhia achando o Alien do primeiro filme encapsulado num casulo em meio aos destroços da Nostromo. Mas como isso é possível se a nave foi destruída por nada menos do que três explosões nucleares e o próprio monstro foi ejetado pela Ripley a milhares de quilômetros do local da explosão? E por que diabos iriam vasculhar o espaço atrás do Alien se já sabiam da transmissão que vinha do planeta onde existem centenas de ovos?

O mais triste é que, já que resolveram trazer a criatura original, podiam ter feito algo bem melhor e coerente mostrando o caos e a destruição causada por ela na estação espacial. Mas, não, ao invés disso inventam uma trama sem pé nem cabeça onde um bando de adolescentes idiotas resolve sair do planeta onde são obrigados a trabalhar praticamente como escravos e ir buscar suprimentos na tal estação espacial que tem o nome de Romulus/Remus.

A partir daí as perguntas começam a pipocar no cérebro de qualquer um que tenha mais do que dois neurônios funcionais: por que a companhia abandonaria a estação, na qual investiram milhões em busca de domar o “organismo perfeito”, na órbita do planeta onde ela operava? Por que jogaram no lixo um androide em perfeito estado que tem acesso às dependências da empresa? Como os jovens poderiam sair do planeta usando uma nave da própria companhia sem qualquer tipo de represália? E por aí vai...

Tudo isso seria desculpável se o filme ao menos seguisse a lógica criada pela própria franquia, todavia, como foi feito para tentar prender a atenção dos jovens espectadores acostumados a ver vídeos de 2 minutos no Tik Tok, apelam para uma edição frenética e desmiolada na qual o tempo de duração da impregnação de um personagem pelo facehugger até o surgimento do monstro em sua forma final é de 5 minutos.

Se não bastasse tudo isso, ainda trazem de volta um “irmão gêmeos” do androide Ash do primeiro filme num efeito de computação gráfica sofrível que desrespeita a memória do ator Ian Holm e ainda acaba com a lógica do original. Ora, naquele filme o sintético foi colocado em segredo na nave justamente para ajudar a trazer o Alien de volta à terra. Se existissem outras cópias daquele mesmo androide andando por aí nas naves da companhia, todo mundo saberia de cara que ele era um deles, não é mesmo?

Androide gêmeo de Ash destrói a lógica do primeiro filme
O gêmeo do Ash: destruindo a lógica do primeiro filme

Mas a pílula mais amarga que existe em “Alien Romulus” é a insistência do Ridley Scott, que é um dos produtores do filme, em inserir na trama as besteiras que inventou para os ridículos “Prometheus” e “Alien Covenant”, ou seja, aquela maldita gosma preta que cria Aliens do nada e os patéticos Engenheiros, que pareciam uns bebês mutantes bombados. Isso faz o filme desembocar em mais uma conclusão tosca, na qual a protagonista tem que lutar contra um híbrido entre Aliens, humanos e Engenheiros que consegue ser ainda pior que o Newborn de “Alien Ressureição”. 

Besta quadrada: é um alien? É um humano? É um engenheiro?

Ao que parece, Ridley Scott parece determinado a destruir o legado de todos os filmes bacanas que fez no passado, haja visto que também é responsável pelas bombas “Blade Runner 2049” e “Gladiador 2”. Alguém precisa parar esse homem!

Apesar de todos esses pontos negativos, “Alien Romulus” é perfeitamente passável, tem algumas sequências tensas e a parte técnica é primorosa, usando muitos efeitos práticos nas criaturas. Mas é pouco frente ao que poderia ter sido feito com o material.

Cotação: **

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