Sean Connery, o eterno James Bond, morreu aos 90 anos. Ele faleceu enquanto dormia, na casa em que morava há duas décadas, nas Bahamas. Connery vivia com a esposa de 91 anos, com quem era casado há 45 anos.
sábado, 31 de outubro de 2020
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Segunda temporada de “The Mandalorian” começa com mais do mesmo
Reciclagem de ideias, excesso de “fan service” e caracterização contraditória do protagonista impedem a série de ser mais do que mediana
- por André Lux
A segunda temporada de “The Mandalorian” começa de forma decepcionante,
com um episódio que parece café requentado, além de apelar demais para
o “fan service” com um sem número de referências à saga original.
O episódio é chamado de “The Marshal” (O Xerife) e segue os
clichês básicos dos faroestes do passado. O Mandaloriano quer encontrar outro
da sua seita e acaba novamente em Tatooine, onde descobre um sujeito usando a
armadura do Boba Fett, um dos personagens secundários da saga original mais
queridos pelos fãs.
Depois de descobrir que o sujeito, feito pelo ator Timothy
Olyphant (sorridente demais), não é realmente um mandaloriano, o protagonista
exige que ele lhe entregue a armadura e os dois ensaiam um duelo. Mas são
interrompidos pelo ataque de um dragão Kayt, certamente a mais evidente referência
a Duna jamais vista em Star Wars. Os dois então vão juntar forças para destruir
o monstro.
A partir daí a coisa começa a desandar. Primeiro porque o
episódio fica praticamente igual a dois da primeira temporada: aquele em que o
Mandaloriano tem que salvar uma vila do ataque de saqueadores e o outro no qual
precisa matar um tipo de rinoceronte gigante para recuperar as peças de sua
nave. Ou seja, é mais do mesmo, com o roteiro seguindo rumos óbvios até o
desfecho da ação.
Não há nada relativo a desenvolvimento do protagonista, pelo
contrário, parece que não aprendeu nada, já que continua levando o bebe Yoda
(que não tem nada a fazer além de parecer fofo) à tiracolo mesmo quando vai
enfrentar uma situação de perigo extremo.
As motivações dele continuam obscuras e não fica claro se os
roteiristas querem pintá-lo como um sujeito durão e estoico ou um idealista de
coração mole. No começo do episódio, por exemplo, ele trata um antagonista de
maneira bastante cruel, sádica até, mas depois aceita ajudar a matar o monstro
da areia sem mais nem menos. Um cara durão e praticamente invencível
como ele conseguiria arrancar a armadura do xerife a força sem muito esforço.
Ao que parece, os criadores da série se empolgaram com a
recepção positiva que a série teve e acharam que a melhor coisa para manter o
interesse dos fãs é reciclar o máximo possível de ideias que deram certo e
enfiar o maior número de “easter eggs” da saga original.
Não que o episódio ou mesmo a série sejam ruins, longe disso.
É bem feita, prende a atenção e tem efeitos especiais bem razoáveis. O problema
é que quase nunca voa acima do medíocre (a péssima trilha musical não ajuda em
nada também). E se optaram por manter esse rumo, certamente vai continuar assim.
Vamos torcer para que arrisquem mais daqui para frente.
Cotação: * * 1/2
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
“Os 7 de Chicago” mostra como a “justiça” é usada para destruir os adversários dos donos do poder
- por André Lux
Não poderia ser mais oportuno o lançamento na Netflix de “Os
7 de Chicago”, novo filme do diretor e roteirista Aaron Sorkin (“A Rede Social”).
A obra, baseada em fatos reais acontecidos nos EUA em 1968, mostra de forma didática
como a “justiça” pode e é usada para perseguir e condenar adversários dos donos
do poder.
O termo usado para essa prática é “Lawfare”, junção da
palavra “law” (lei) e o vocábulo “warfare” (guerra) que significa “guerra
jurídica”. Ou seja, uso ou manipulação das leis como um instrumento
de combate a um oponente desrespeitando os procedimentos legais e os direitos
do indivíduo que se pretende eliminar.
É impossível não perceber as semelhanças entre o julgamento
de cartas marcadas a que foram submetidos os réus retratados em “Os 7 de
Chicago” e a perseguição feita, por exemplo, pela Lava Jato e o ex-juiz Sérgio
Moro contra Lula e o Partido dos Trabalhadores aqui no Brasil.
Quem acompanhou de maneira minimamente sensata o julgamento
do ex-presidente Lula sabe que ele já havia sido condenado antes mesmo do
processo ser iniciado, sobrando para o ex-juiz Moro apenas conduzir um teatro
grotesco que desrespeitou todos os direitos constitucionais do acusado,
inclusive ignorando provas apresentadas pela defesa e impedindo até que seus advogados
falassem.
É exatamente isso que testemunhamos durante a projeção de “Os 7 de Chicago”, onde o desfecho do julgamento já havia sido decidido meses antes no gabinete do Procurador Geral da República logo após a posse do novo presidente dos EUA, Richard Nixon. Assim, toda e qualquer manifestação da defesa ou dos réus era sumariamente ignorada e até rechaçada pelo juiz Julius Hoffman, que hoje está na lata do lixo da História como tantos outros iguais a ele.
Juízes Hoffman e Moro: na lata do lixo da História |
O filme é tecnicamente brilhante e conta com um elenco excelente,
onde os destaques ficam para Sacha Baron Cohen (isso mesmo, o “Borat”!),
certamente em sua melhor e mais contida atuação, e o veterano Frank Langella
como o famigerado juiz Hoffman, numa performance precisa e deveras enervante. O
único ponto baixo é Mark Rylance, ator queridinho do Spielberg por uns tempos,
mas que é muito fraco, fala sempre para dentro e não convence nunca como o
advogado do grupo.
Mas nem tudo são flores. A direção é titubeante,
especialmente quando tenta imprimir um ar dinâmico e cômico no início do filme
que não cabe num assunto tão pesado e sério como esse. Só quando o personagem
do co-fundador dos Panteras Negras Bobby Seale é amarrado e amordaçado em pleno
tribunal é que o cineasta parece se dar conta da seriedade do tema e deixa de
lado essa aproximação farsesca que tenta a toda hora tirar sorrisos marotos do
espectador.
O roteiro também peca em alterar os fatos reais de maneira ingênua
numa tentativa de gerar catarse e emoções fáceis. Principalmente quando quer “humanizar”
o procurador Richard Schultz (feito por Joseph Gordon-Levitt) que agiu como um
verdadeiro carrasco durante o julgamento, mas no filme é pintado como uma
pessoa sensível e sensata. E no discurso final de um dos réus, algo que destoa
completamente da realidade e só serve para tentar transformar sem sucesso a obra
em um novo “Sociedade dos Poetas Mortos”. Mas esses problemas não chegam a
incomodar tanto e o filme mantém a dignidade e importância.
Chega a ser vergonhoso ler e assistir às inúmeras análises
do filme em questão feitas por profissionais da opinião daqui, nas quais
destacam o absurdo do julgamento de cartas marcadas e o quanto esse tipo de
prática prejudica e pode até destruir a democracia. Porém, praticamente nenhum
deles traça o óbvio paralelo com o tratamento dado pela “justiça” ao
ex-presidente Lula, muitos certamente por não serem capazes de enxergarem as
semelhanças e outros certamente por não terem coragem de se posicionar.
Mas o pior mesmo são aqueles que só ficam indignados quando esse
tipo de prática espúria ocorre em solo estrangeiro, enquanto aqui batem palmas
para o arbítrio quando é praticado contra alguém que não gostam. Ou seja, ficar
apontar as injustiças absurdas num julgamento que ocorreu há mais de 50 anos em
outro país é fácil. Já traçar os paralelos com o que acontece hoje embaixo dos
nossos narizes, aí não é só pra quem tem coragem.
É por causa dessas pessoas que tipos como os juízes Hoffman
e Moro florescem e conseguem transformar a Justiça em um show de horrores que,
em última instância, corrói a democracia por mínima que seja e leva ao poder
figuras grotescas como Hitler, Trump e Bolsonaro.
Cotação: * * * 1/2
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
“Borat 2” é a obra-prima do comediante Sacha Baron Cohen
Filme provoca menos risadas, porém é mais pertinente ao
mostrar o estado de loucura no mundo depois que nova onda conservadora se
instalou na mente de grande parte da população
- por André Lux, crítico-spam
Nunca achei muita graça no ator Sacha Baron Cohen. Primeiro
porque seu estilo de humor histérico e caricato não me atrai muito. E segundo
porque sempre me pareceu um sujeito extremamente narcisista e egocêntrico.
Vi o primeiro “Borat” no cinema e, apesar de dar boas
risadas, não achei nada genial ou revolucionário como muitos disseram na época.
Apenas um filme bobo repleto de “pegadinhas” onde o protagonista agia de forma
tosca e ofensiva para provocar reações de choque de seus interlocutores (leia aqui minha análise do filme).
Chega agora “Borat 2” e, rapaz, finalmente o comediante
acertou o alvo! Ao que parece Sacha amadureceu e aprendeu a deixar o ego de lado
e se concentrar em criar quadros realmente surpreendentes sem que Borat seja o
centro das atenções ou apele para provocações baratas ou escatologia (que
sobraram no primeiro filme).
Desta vez o autor tem uma missão: desmascarar a hipocrisia,
o falso moralismo e a falta de noção da extrema-direita estadunidense,
representada de forma máxima hoje na figura do grotesco Donald Trump e seus asseclas
mais próximos. Assim, Borat sai do Cazaquistão para tentar agradar o atual mandatário
dos EUA a fim de que o ditador de seu país também possa entrar para o “Clube
dos Homens Fortes”, cuja lista passa por Putin, Kim Jong-Un e, claro, Jair
Bolsonaro. Para isso ele tem que dar de presente sua filha de 15 anos, pois os
homens poderosos adoram meninas, segundo explica um dos personagens do filme.
A estrutura de “Borat 2” é bem menos caótica do que a do
primeiro longa e acompanhamos as peripécias do protagonista e sua filha inseridos
em situações que seriam inacreditáveis caso não fossem reais. Assim, Borat
veste a famigerada túnica da Klu-Klux-Klan para entrar despercebido na
convenção do partido Republicano. Logo em seguida se disfarça de Trump e sai
gritando no meio do discurso do vice-presidente enquanto leva a filha pendurada
no ombro.
É de fazer cair o queixo algumas cenas que presenciamos. Como
as conversas negacionistas e sobre teorias da conspiração entre Borat e dois “rednecks”
do sul dos EUA, quando dizem, por exemplo, que o casal Clinton bebe o sangue de
crianças. Ou quando o protagonista canta durante um protesto contra a
quarentena lotado de gente segurando metralhadoras e rifles. A canção que diz
que “Obama é um traidor que deveria estar preso” e “Jornalistas e cientistas
deveriam ser injetados com o vírus de Whan ou esquartejados” recebe aplausos
entusiasmados da plateia, que conta inclusive com algumas saudações nazistas.
A cena mais constrangedora e grotesca se dá quando o grande
amigo conservador de Trump, Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e
advogado pessoal do presidente, quase chega às vias de fato com a filha de 15
anos do Borat, disfarçada de repórter, num quarto de hotel.
“Borat 2” provoca bem menos risadas do que o primeiro e tem
algumas cenas arrastadas (como as que ele troca faxes com o governo do
Cazaquistão), porém é muito mais pertinente e provocador ao mostrar de forma
explícita o estado de loucura que se encontra o mundo hoje depois que a nova
onda conservadora se instalou na mente de grande parte da população, onda essa cujo
epicentro obviamente é os EUA e seus políticos que apostam no que existe de
pior no ser humano para conquistar o poder e permanecer nele.
Será que um filme como esse será capaz de mudar os corações
e as mentes de quem se deixou infectar por esse vírus terrível? Quem viver,
verá...
Cotação: * * * *
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Filmes: "V DE VINGANÇA"
Qualquer pessoa de esquerda ou que tenha simpatia pelas lutas por justiça social vai lavar a alma com esse filme que não tem medo de colocar o dedo na ferida da sociedade e reflete de maneira alegórica a nossa condição atual.
- Por André Lux, crítico-spam
Em certo momento da graphic novel “V de Vingança”, um dos personagens descarrega todas as balas de seu revólver contra o protagonista da história, que mesmo assim continua avançando sobre ele. “Por que você não morre??”, grita desesperado, para ouvir como resposta: “Não há carne e sangue dentro deste manto, há apenas uma idéia. Idéias são à prova de balas” (dá até para imaginar um certo senador de extrema-direita fazendo essa pergunta depois que seu sonho de “acabar com a raça” de um grupo de pessoas não deu muito certo).
Essa é a força que está por trás da história criada por Alan Moore (o mesmo de “Watchmen”) que acaba de ser levada aos cinemas pelas mãos dos criadores da série “Matrix”, Larry e Andy Wachowsky, que apenas assinam o roteiro e produzem dessa vez. Qualquer pessoa que seja assumidamente de esquerda ou que tenha simpatia pelas lutas por justiça social vai lavar a alma com esse filme, dirigido com precisão por James McTeigue, que não tem medo de colocar o dedo na ferida da sociedade. Trata-se, mais uma vez, de uma história passada num futuro próximo (2020), mas que reflete de maneira alegórica a nossa condição atual. E como reflete!
O roteiro mostra o que seria a Inglaterra sob o domínio de um governo ditatorial de extrema-direita, que chegou ao poder aproveitando-se do caos generalizado que tomou conta do mundo graças às guerras infinitas provocadas pelos Estados Unidos (que no filme já se encontra à beira do colapso). Estimulando o medo, a intolerância racial, sexual e social e reprimindo a população por meio da violência, da religião e da intensa manipulação midiática, o novo governo lança mão também de um artifício aterrador: atos de terrorismo contra sua própria população. Tudo isso em nome de “salvar” a população e “libertar” o país. Já ouvimos tudo isso antes, não?
Mas, ao contrário do que parece, “V de Vingança” não é um mero filme de ação e explosões (embora elas existam), e sim um intenso thriller político que, após um início truncado e titubeante, pega o espectador pelo colarinho e não larga mais. Para isso conta com dois trunfos: a atuação impecável de Natalie Portman, como Evey, que sofre uma transformação brutal, tanto física quanto psicológica no decorrer da trama, e de Hugo Weaving (o Mr. Anderson de “Matrix”), que dá vida ao anarquista conhecido apenas como V e passa o filme todo coberto por uma máscara de Guy Fawkes, o lendário cidadão britânico que tentou explodir o parlamento inglês no século 17. Verdade seja dita, nada mais difícil do que passar emoções a partir de um personagem mascarado (ainda mais quando a máscarar é dura e totalmente inexpressiva como a usada no filme), mas mesmo assim, graças à entonação e à expressão corporal de Weaving, a personalidade magnética de V cresce à medida que a trama progride, tornando-se arrebatadora no final.
O filme é entrecortado por dezenas de diálogos brilhantes ( “O povo não deveria temer seu governo. O governo é que deve temer o povo”) e reserva algumas seqüências absolutamente emocionantes, particularmente a da leitura de uma carta que traz um grito ensurdecedor contra a intolerância e a favor das diferenças e a cena que marca o despertar angustiante de Evey do seu estado anterior de letargia e alienação para o mundo real que a cerca. Quem já passou por esse doloroso, porém importantíssimo, processo vai ter dificuldades em segurar as lágrimas.
Com tantos conteúdos abertamente a favor da revolução popular e do conceito marxista que prevê sociedades criadas a partir da exploração das classes fatalmente criarão seus próprios algozes (“ação e reação”), é natural que “V de Vingança” provoque tantas críticas ferozes proferidas pelos defensores do sistema atual, sempre ligados aos setores mais conservadores e reacionários da sociedade, que se expressam livremente por meio da sua imprensa corporativa.
Mas esse tipo de reação histérica apenas dá mais força aos méritos dessa brilhante obra, que certamente vai ficar na cabeça das pessoas por um bom tempo - ao menos para aquela parcela dos espectadores que ainda se prestam a pensar e refletir sobre o que acabaram de assistir.
Alan Moore, o autor da graphic novel original, rejeitou a adaptação e não quis nenhum tipo de envolvimento com o filme desde o seu início, tanto é que seu nome nem consta dos créditos (embora o desenhista David Loyd tenha participado ativamente). Azar o dele, pois “V de Vingança”, o filme, não causa nenhum demérito à história em quadrinhos. Afinal, mesmo com várias mudanças e acréscimos (principalmente na conclusão que ficou um pouco ingênua apesar do forte apelo alegórico), o conceito principal permaneceu intocado: ideais nunca morrem - e sem eles não somos nada.
Cotação: * * * *
Segunda temporada de “The Boys” derrapa em excesso de clichês e mensagens políticas óbvias
- por André Lux, crítico-spam
Depois de uma sensacional primeira temporada, a série “The Boys” derrapa em uma série de episódios fracos e sem o mesmo impacto. Fica difícil identificar porque os criadores optaram por enfiar tantos clichês e soluções absurdas nos roteiros, algo que não existia na primeira temporada (clique aqui para ler minha análise).
Há também um excesso de personagens, sendo que muitos deles nem mesmo chegam a ser importantes para o desenrolar do enredo e servem apenas para deixar tudo arrastado e inflado. O pior é o Profundo (o Aquaman deste universo) que entra para uma religião maluca para tentar voltar aos Sete, mas não chega a lugar algum serve só para satirizar seitas como a Cientologia. Para que perder tempo também mostrando a relação entre Bruto e Hughie com seus pais?
Incomoda também a mão pesada em tentar passar mensagens políticas e sociais, traçando paralelos bastante óbvios e simplistas entre a nazista Tempesta (que nos quadrinhos era um homem) e o atual presidente dos EUA Trump, algo que vai deixar tudo datado rapidamente. Claro que é sempre louvável criticar esse tipo de ideologia que prega a “supremacia branca” e outras sandices, porém não precisava ser assim de maneira tão na cara.
Mas nem tudo é ruim nesta temporada. Ainda temos boas sequências de ação, alguns choques bastante “explosivos” e é sempre bom ver uma série popular assim mostrando o poder que a manipulação pelo medo e pelo ódio tem para as ideologias da extrema direita. “As pessoas amam tudo que eu digo, elas só não gostam da palavra nazista”, dispara Tempesta em uma frases perfeita para explicar a ascensão de figuras deploráveis como Hitler, Bush Jr, Trump e Bolsonaro, só para citar alguns exemplos. E, claro, é sempre maravilhoso ver nazistas levando uma surra!
Cotação (2ª Temp): * * *