domingo, 29 de dezembro de 2013

Morreu Wojciech Kilar, autor das trilhas sonoras de "Drácula" e "O Pianista"


O compositor polonês Wojciech Kilar, autor de trilhas musicais para filmes de realizadores como Roman Polanski, Francis Ford Coppola e Andrzej Wajda, morreu hoje aos 81 anos, anunciou a rádio pública da Polónia.
Além de música para dezenas de filmes, Wojciech Kilar compôs também música sinfónica, música de câmara e obras para instrumentos a solo.
Mas foram as músicas feitas para os filmes que o notabilizaram na Polónia e internacionalmente, com peças como a valsa composta para o filme do realizador polaco Andrzej Wajda "Terra Prometida" a tornarem-se marcos na história da música clássica.
A música que compôs para o filme "O Pianista", do realizador Roman Polanski, valeu-lhe, em 2002, o prêmio Cesar para a melhor música escrita para um filme.

Em 1992, a sociedade norte-americana de compositores, autores e editores, de Los Angeles, distinguiu-o pela melhor trilha sonora original para o filme "Drácula", de Francis Ford Coppola.
"Deixou-nos um homem excecional. Foi uma das figuras mais importantes da cultura polaca", disse Waldemar Dabrowski, diretor da Ópera de Varsóvia após o anúncio da morte de Wojciech Kilar.
Nascido em 1932 em Lviv, vila polaca antes da Segunda Guerra Mundial e que atualmente faz parte da Ucrânia,  Wojciech Kilar viveu após a guerra em Katowice, no sul da Polónia, onde começou os seus estudos na academia de música local.
Posteriormente mudou-se para Paris, França, para prosseguir os estudos com a pianista e pedagoga Nadia Boulanger.

Ouça abaixo a impressionante faixa de abertura do filme "Dracula", de Coppola:

domingo, 24 de novembro de 2013

Dez vídeos para entender a importância do Monty Python


Eles começaram na Inglaterra, influenciaram gerações e, hoje, seus integrantes estão na casa dos 70 anos de idade. Um dos mais importantes grupos de humor do mundo, o Monty Python não é Beatles nem Rolling Stones, mas bem que poderia ser.

O anúncio do retorno da trupe para um show único em julho, após 30 anos, causou alvoroço digno de estrelas do rock entre seus milhares de fãs.

Fundado na Inglaterra no final dos anos de 1960, o Monty Python ficou famoso com a série “Flying Circus'', transmitida pela rede britânica BBC entre 1969 e 1974. Nos anos seguintes, marcou época com as incursões cinematográficas “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado'' (1975) e “A Vida de Brian'' (1979), sucessos mundiais de bilheteria.

A base do estilo “pythonesco” é um humor anárquico e nonsense, com sátiras políticas e principalmente aos costumes da sociedade britânica. A combinação única de paródia e surrealismo, com toques de metalinguagem, ainda hoje ecoa na televisão e cinema.

Sem John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin provavelmente não existiria “TV Pirata'' ou “Casseta e Planeta'', nem “Hermes e Renato'' e os recentes Porta dos Fundos e “Último Programa do Mundo''.

Outro feito do grupo foi popularizar o formato de esquete, as peças cômicas de curta duração oriundas do teatro, que viraram praxe em humorísticos televisivos, de “Trapalhões'' a Roberto Bolaños, passando pelo americano “Saturday Night Live''.

A influência do Monty Python também  pode ser sentida na utilização frequente de colagens em stop-motion na TV nas últimas décadas. O grupo utilizava a técnica para contar algumas de suas histórias surrealistas, inspirando até mesmo programas educacionais.

Cabe ainda aos ingleses a “paternidade'' do lixo eletrônico da internet, o “spam''. A expressão nasceu de um quadro de 1970 em que um grupo de vikings se refere à comida processada servida em um restaurante como “spam''. A palavra acabou ficando famosa como referência a mensagens não solicitadas. 

Com essa e várias outras pérolas, veja dez esquetes inesquecíveis do grupo que ajudam a (tentar) entendê-lo.




terça-feira, 29 de outubro de 2013

Filmes: "A Caça"

AMANHÃ PODE SER VOCÊ

Este é um filme que todos deveriam ser obrigados a assistir, principalmente advogados e jornalistas

- por André Lux, crítico-spam

"A Caça" é um filme que todos deveriam ser obrigados a assistir, principalmente advogados e jornalistas.

O longa é dirigido por Thomas Vinterberg, dinamarquês que participou do movimento Dogma, o qual não passou de uma gozação inventada por um grupo de cineastas escandinavos que, entre outros absurdos, estipulava uma série de "regras" que deveriam ser seguidas em seus filmes. 


Obviamente, tratava-se apenas de uma peça de publicidade para provocar polêmicas que acabou dando certo, já que muitos críticos mundo afora realmente levaram a bazófia a sério, o que garantiu ao grupo notoriedade e prestígio no circuito do chamado "cinema de arte".

Em seu novo filme, Vinterberg aborda um tema que é, mais do que nunca, um dos pilares de qualquer Estado Democrático de Direito: a presunção da inocência, que dita a máxima "todos são inocentes até que seja provado o contrário". E o diretor coloca o dedo na ferida de forma contundente ao mostrar o que acontece com a vida de uma pessoa quando esse princípio básico é desrespeitado.

A trama é protagonizada por Lucas, um ex-professor que, depois de ser demitido da universidade onde lecionava e largado pela esposa, só consegue emprego em uma pequena escola infantil, onde é muito querido pelas crianças. Uma delas é filha de seu melhor amigo e, por sofrer de carência afetiva por parte dos pais, fica cada vez mais encantada com a figura do carinhoso professor, ao ponto de "se apaixonar" por ele (algo muito comum entre as crianças pequenas). Mas quando ela declara seu amor, Lucas não reage da maneira adequada e acaba despertando a raiva da menina, que se sente rejeitada.

Vingativa, ela inventa para a diretora da escola que foi abusada sexualmente pelo professor (usando termos chulos que ouviu o irmão mais velho dizer a um amigo enquanto viam pornografia na internet). Daí para frente "A Caça" se transforma em uma angustiante tragédia, na qual o protagonista é imediatamente tratado como culpado e passa a ser hostilizado pela comunidade, inclusive por seus amigos, sem ter qualquer chance de provar sua inocência.


Abro aqui um parêntese para lembrar que caso muito semelhante aconteceu em São Paulo há alguns anos, quando os donos da escola infantil Base foram acusados dos mesmos crimes e, sem chance nenhuma de se defenderem, tiveram suas reputações destruídas pela imprensa, principalmente pelo jornal Folha de S.Paulo e pela rede Globo. Anos mais tarde, provou-se que eles eram inocentes e o jornal e a emissora em questão inclusive foram condenadas pela Justiça a pagar indenizações milionárias aos acusados. Todavia, a vida deles ficou destruída para sempre.

Voltando ao filme, a decadência física e psicológica que toma conta de Lucas é retratada de forma perfeita pelo ator Mads Mikkelsen, que tem carreira internacional e foi o vilão de "Cassino Royale", o primeiro filme do atual James Bond. Sua interpretação é extremamente contida e cheia de nuances, já que o personagem é arredio, tímido e retraído, fatores que só aumentam a sensação de angústia.


O filme é também muito interessante no sentido de ser completamente diferente dos clichês tradicionais que estamos acostumados a ver no cinemão comercial estadunidense, onde uma obra com temática semelhante certamente acabaria se tornando um thriller repleto de advogados caricatos e cenas quentes de tribunal, o que certamente diluiria seu conteúdo. 

Aqui a abordagem é a oposta dessa e, por consequência, extremamente realista e humana. Nem mesmo a ação da polícia é mostrada. A direção permanece o tempo todo focada na tragédia que se abate sobre o protagonista e sua família (ele tem um filho pré-adolescente) e nas ações irracionais das pessoas que, até ontem, estavam na sua casa comendo e bebendo com ele.

É possível recuperar uma vida destruída pela calúnia?
Vinterberg não tem qualquer sutileza em denunciar o que esse repulsivo tipo de "linchamento de caráter" implica na vida de uma pessoa. Ele quer mesmo é provocar uma reação na platéia, como que dizendo: "Isso pode acontecer com qualquer um e amanhã pode ser com você!". 

Ainda mais quando levamos em conta toda a complexidade e complicações que envolvem uma denúncia grave como a mostrada pelo filme, a de abuso sexual, mas o mesmo pode ser estendido para qualquer tipo de acusação. Afinal, sabemos que na hora de noticiar, a mídia vai dar destaque enorme às acusações, ainda mais se tratar-se de algum desafeto ou inimigo político dos seus donos, manchando assim para sempre a vida dos acusados.

"A Caça" é um tratado sobre a importância da presunção da inocência e com certeza vai chocar aqueles que acham que jamais serão acusados de qualquer crime, por serem "homens de bem", iguais ao Lucas desse excepcional filme. E será que é possível recuperar uma vida destruída por uma falsa acusação? Assista ao filme e saiba a resposta...

Cotação: * * * * *

terça-feira, 22 de outubro de 2013

sábado, 19 de outubro de 2013

Homenagem a Carl Sagan

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Carl Sagan,  é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história. Possui mais de 600 publicações cientificas e é autor de mais de 20 livros.   Em uma época em que as belezas do universo não era tão divulgadas se restringindo aos cientistas e astrônomos, Sagan sempre tentava divulgar as grandes descobertas de uma maneira simples e acessível. A partir desse ponto, ele lançou a série “cosmos” em 1980. São 15 episódios onde Sagan explica para o mundo as belezas e mistérios do universo segundo a ciência moderna.

Aqui você curte uma pequena parte da série “cosmos” com seu famoso monólogo sobre o nosso planeta, o pálido ponto azul (vale a pena ver):

Aproveitando, já que estamos falando sobre o universo, vale a pena acessar o site abaixo.

Nele, você irá fazer uma viagem em nossa galáxia! Apenas uma em um mar de trilhões de outras. Clique na imagem e faça uma boa viagem.

universo


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Filmes: "Gravidade"

MUITO BARULHO POR NADA

Trama simplória, personagens inconsistentes e preciosismo técnico acabam diluindo o suspense

- por André Lux, crítico-spam

Toda vez que críticos e pessoas ligadas à indústria cultural estadunidense começam a rotular um filme de "revolucionário", "melhor não sei o que de todos os tempos" e coisas assim, eu já fico com um pé atrás porque na maioria das vezes é delírio coletivo.

E mais uma vez acontece isso, agora com esse "Gravidade", dirigido pelo competente Alfonso Cuarón que fez os ótimos "E Sua Mãe Também" e "Filhos da Esperança". Não vou dizer que o filme seja ruim, porque não é, todavia não passa de mais um "filme-desastre" só que situado no espaço e com a pretensão de respeitar as leis da física (como a ausência de som no vácuo), embora um astronauta verdadeiro já tenha afirmado que uma das proezas realizadas no filme é inviável (leia aqui).


Assim, "Gravidade" mostra em tempo real a luta pela sobrevivência de dois astronautas, feitos por Sandra Bullock e George Clooney, depois que sua nave é destruída por uma chuva de destroços de satélites que foram detonados por um míssil russo (será que os russos iam mesmo fazer uma burrice dessas? Os países não se comunicam, ainda mais quando tem uma missão trabalhando no espaço?). É um trama bastante simplória que o diretor tenta disfarçar com pirotecnia visual, preciosismo técnico e muito papo furado. 

Em uma das cenas que deveriam ser mais emocionantes, por exemplo, a personagem de Bullock sai girando pelo espaço enquanto é afastada da nave. Então temos uma longa sequência onde a câmera começa girando junto com ela, depois se aproxima de seu capacete até entrar dentro dele e nos dar a visão em primeira pessoa, e depois sai novamente e se fixa do rosto dela enquanto tudo continua girando. Tecnicamente, é uma cena incrível, porém dramaticamente não acrescenta nada, ao contrário, acaba desviando a atenção do drama da personagem para o malabarismo fotográfico da tomada. A gente fica se perguntado coisas como "Nossa, como será que conseguiram filmar assim?" e nem dá bola para a pobre moça. Sem dizer que dá uma tontura incrível.

Apesar da presença sempre eficiente de Clooney, no papel do comandante da missão, o filme é mesmo de Sandra Bullock, até porque a participação do ator é pequena, tem um destino bem sem graça e se resume a ficar fazendo piadas e dando tiradas sarcásticas mesmo em situações de alta tensão, algo que infelizmente contribui novamente para diluir o drama. O problema é que a moça é uma atriz fraca e não tem condições de segurar uma empreitada dessa envergadura. Além disso, sua personagem é inconsistente, pois revela um drama pessoal terrível e uma condição psicológica que jamais a permitiram viajar para o espaço. E ainda temos uma daquelas cenas constrangedoras onde a protagonista recebe informações cruciais de uma alucinação...

Clooney, o piadista: "Garota, acho que 
vamos morrer, mas... cetem bruneva?"
O filme também é prejudicado por uma trilha musical eletrônica que funciona mais como efeito sonoro do que música, exceto quando tenta ser dramática e falha fragorosamente. Não faz muito sentido fazer um filme sem o barulho de explosões e outros ruídos, como é no espaço, se vai colocar por cima de tudo uma trilha barulhenta e intrusiva. 

Cuarón ainda tenta dar algum significado mais profundo ao roteiro fazendo um paralelo na busca pela sobrevivência da protagonista com uma espécie de "renascimento" dela, mas, sinceramente, isso nem chega a funcionar. Sem dizer que as "dicas" para isso são óbvias demais: ela em posição fetal flutuando dentro da capsula e no final saindo pelo orifício embaixo da água.

Mas acho que o maior problema do filme é que em momento algum duvidei do destino da personagem, o que, convenhamos, acaba com qualquer tentativa de criar suspense. Como eu disse, "Gravidade" não é ruim, porém ao menos para mim, não causou nenhuma reação além de tontura e uma certa irritação ao ver tantas cenas repetidas de gente girando e tentando se agarrar em naves ou sendo atingidas pela enésima vez pelos benditos destroços! Ou seja, mais uma vez é muito barulho por (quase) nada.

Cotação: * * *

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Filmes: "Elysium"

DECEPÇÃO

A tentativa de misturar ficção científica com crítica social não funciona como em "Distrito 9"

- por André Lux, crítico-spam

O diretor Neill Blomkamp chamou a atenção do mundo cinematográfico com o interessante "Distrito 9", um filme que misturava ficção científica com crítica social e trazia uma forte mensagem contra o racismo.

Com o sucesso do longa (que chegou a ser absurdamente indicado ao Oscar de melhor filme) ele obviamente foi recrutado por Róliudi para tentar repetir a façanha, agora com mais dinheiro. Só que dificilmente um raio cai duas vezes no mesmo lugar e seu novo filme, "Elysium", é uma decepção em todos os sentidos.

A tentativa de misturar ficção científica com crítica social também se faz presente, mas não funciona como em "Distrito 9". A causa principal disso é que o mundo do futuro apresentado pelo cineasta não faz sentido e nunca ficamos sabendo como funcionam as engrenagens políticas dele.

A trama acontece em 2154 e mostra a Terra devastada por poluição e superpopulação. Nessa época, os ricos se mudaram para uma estação espacial chamada Elysium e vivem totalmente separados do resto do mundo. Um rapaz pobre, feito por Matt Damon quando adulto, sonha em viajar até lá, mas depois de uma vida de crimes, é obrigado a trabalhar em condições desumanas em uma fábrica de policiais-robôs. Depois que um acidente de trabalho o condena à morte, ele tenta desesperadamente chegar a Elysium, pois lá existe uma máquina que cura milagrosamente todas as doenças.

A alegoria social aí é óbvia, porém é pouco desenvolvida e o resto do filme não faz qualquer sentido. Para chegar à estação dos ricos, o protagonista procura Spider, um gangster local que vive de tentar mandar os pobres coitados para Elysium em troca de grana. Esse sujeito é feito pelo brasileiro Wagner Moura (O capitão Nascimento de "Tropa de Elite"), que se esforça em dar vida um personagem muito mal desenvolvido. 

Suas ações levantam todo tipo de questionamento: como ele consegue arrumar todas aquelas naves para transportar o pessoal pelo espaço? Por que as autoridades não rastreiam a trajetória delas e prendem os "bandidos"? Como é possível para ele implantar tecnologia nas pessoas que é reconhecida pela máquina que cura doenças? Como seus ajudantes são capazes de fazerem cirurgias complicadas como a que implanta um exoesqueleto metálico no corpo do protagonista, inclusive em seu cérebro?

O filme tem ainda outros furos terríveis no roteiro que só ajudam a diluir ainda mais o seu conteúdo. A estação Elysium parece não ter qualquer tipo de defesa anti-aérea e para derrubar as naves que tentam invadí-la, a chefe de segurança (feita de maneira péssima pela Jodie Foster) tem que acionar um agente secreto (interpretado pelo mesmo ator de "Distrito 9" que com sua cara de nerd não convence nem um minuto como vilão malvado) que está na Terra para lançar foguetes nelas! Hein, como assim?

"Vai uma cirurgiazinha no cérebro aí, chefia?"
Também não fica claro como funciona aquela sociedade. Existem dois governos paralelos, um em Elysium e outro na Terra? Enfim, os furos se amontoam e eu poderia gastar mais seis parágrafos aqui citando-os.

O maior problema, contudo, é o excesso de cenas de ação e luta, todas elas esticadas e redundantes, no que parece ser uma tentativa de nublar a consciência do espectador para que não perceba todos os furos do roteiro. Mas não funciona, principalmente porque elas são mal encenadas e feitas no irritante modo "câmara tremida" que deixa a gente com vontade de vomitar. O final também beira o ridículo e é totalmente incoerente com a proposta do filme.

Apesar de bem intencionado, "Elysium" naufraga em suas pretensões basicamente porque não tem uma história lógica para contar e precisa enfiar um monte de tiros, lutas e explosões para tentar disfarçar. Todavia, o filme foi detonado por um colunista da revista Veja, que chamou-o de "lixo ideológico da esquerda caviar de Hollywood". Ou seja, conseguiu irritar os porta-vozes da extrema direita tupiniquim, o que, convenhamos, é um grande mérito.

Cotação: ** 1/2

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Filmes: "Guerra Mundial Z"

ZUMBIS A SÉRIO
 
Filme consegue a proeza de não agradar ninguém. Quem não gosta do gênero, vai fugir. Já os fãs vão achá-lo muito leve.
 
- por André Lux, crítico-spam
 
É incrível como evoluíram os zumbis (ou mortos-vivos como eram chamados antigamente). Nos primeiros filmes em que apareceram, andavam bem devagar, com os braços esticados e gemendo. Com o passar do tempo, ficaram mais rápidos e agressivos (“Extermínio” e “The Walking Dead”), mas nada perto dos velocistas desse “Guerra Mundial Z”, certamente o mais caro filme de zumbi feito até hoje (dizem que chegou a US$ 200 milhões).
 
O filme é baseado num livro de sucesso, que dizem ser muito bom (eu não li), no qual um jornalista refaz a trajetória da guerra contra os zumbis com depoimentos de pessoas ao redor do mundo afetadas pelo conflito. Mas pelo jeito quase nada da obra original foi usada na produção, pois o protagonista, feito por Brad Pitt, é um ex-funcionário da ONU que sai pelo mundo atrás de uma possível cura para a praga que transforma todo mundo que foi mordido em zumbis.
 
E é justamente esse personagem o maior problema do filme. Nunca ficamos sabendo qual é a dele realmente (não é soldado, não é médico, não é cientista). Então, por que diabos um poderoso da ONU faria tanto esforço para resgatá-lo e, mais estranho, iria enviá-lo como líder do grupo que sai em busca de respostas? Esse grupo, por sinal, é ridículo. Quer dizer que a única esperança da humanidade recai sobre um sujeito misteriosos que trabalhava na ONU, um jovem cientista nerd e meia dúzia de soldados?  Fala sério!
 
O filme teve sérios problemas durante a produção, ao ponto de terem refilmado todo o terceiro ato que, originalmente, aconteceria na Rússia e seria recheado de perseguições. Optaram por uma solução mais simples e supostamente mais "claustrofóbica", mas sinceramente achei bem sem graça. Apenas o velho clichê de terem que andar quietinhos num lugar infestado de zumbis e que, obviamente, vão ouvir barulhos e sairão correndo atrás de todos.
 
A verdade é que, no final das contas, "Guerra Mundial Z" não vai agradar plenamente ninguém. Por mais que tentem disfarçar, não passa de um filme com zumbis, só que levado a sério, o que já vai afugentar quem não curte o gênero, principalmente as mulheres (até tentei enganar minha esposa, dizendo que era um filme sobre o "fim do mundo", mas bastou aparecerem os primeiros mortos-vivos correndo que ela falou "Ah não, filme de zumbis não!" e caiu fora).
 
Já os fãs desse gênero vão achar o filme muito leve, já que não tem efeitos sanguinolentos e repelentes que a turma adora. Até porque ele foi todo montado para conquistar uma "censura livre", portanto não tem nada de "gore" e mal se vê sangue. Além disso, tem umas coisas ridículas que poderiam ter sido evitadas, como os zumbis digitais subindo um em cima do outro, como se fossem formigas, até chegar ao topo de prédios e muros bem altos (formigas tem "cola" nas patas, então tudo bem fazerem isso, já humanos, mesmo em estado morto-vivos, não tem como). Para piorar, ainda despencam de cima dos muros e saem correndo na moral. Caramba, imagino que até um zumbi precisa estar com os ossos intactos para poder continuar correndo, não? 
 
Enfim, não chega a ser um desastre e até prende a atenção, mas nada mais que isso.
 
Cotação: * *


 

 

Filmes: "Depois da Terra"

DESASTROSO

Não dá para entender como é que alguém investe dinheiro num produto que obviamente vai ser um fracasso

- por André Lux, crítico-spam

Fazia tempo que eu não via um filme tão desastroso como esse "Depois da Terra", daqueles que falham em todas as suas pretensões e propostas. 

Como filme de aventura é tedioso, como ficção científica é risível e como filme-mensagem é patético. Não funciona nem como comédia involuntária, daqueles que a gente morre de rir nas  horas erradas, tipo "Hulk", do Ang Lee, ou "Yor - O Caçador do Futuro".

Certamente a motivação por trás desse desastre foi a vontade de Will Smith em transformar seu filho Jaden em astro e, de quebra, pregar um pouco das maluquices da Cientologia, espécie de religião-auto-ajuda que ele e várias outras celebridades seguem. Ou seja, não dá para perdoar Smith, que também aparece como o autor da estória, que não é apenas cheia de furos ridículos, como também sai do nada e chega a lugar algum, de tão ruim.

O filme é ainda dirigido pelo maior blefe de Hollywood, M. Nigh Shyamalan, que acertou em "Sexto Sentido" e "Corpo Fechado", mas depois só fez bombas, uma pior que a outra. Sua rejeição pelo público é hoje tão grande que seu nome nem aparece em destaque no cartaz de "Depois da Terra".

No início do filme, que é uma mistura de "Oblivion" com "Jogos Mortais", somos informados que a Terra se tornou inabitável para os humanos que fugiram para outro planeta. Só que lá são atacados por outra civilização que para matar as pessoas jogam de suas naves um monstro cego, chamado de Ursa, que se guia pelo cheiro dos feromônios liberados pelo medo! Como se vê, uma estratégia genial!

Se não bastasse isso, os humanos se defendem das criaturas usando.. bombas, granadas, naves, armas de raio laser, armaduras que escondem o cheiro do medo? Que nada! O lance é enfrentar os bichos de cara limpa com uma espécie de espada ou lança retrátil! Santo besteirol, Batman!


Depois desse prólogo, acompanhamos pai e filho tentando reatar laços indo juntos para uma missão em outro planeta, só que sofrem um acidente e acabam caindo na velha Terra, que segundo o protagonista agora é habitada por seres que evoluíram para uma única função: matar seres humanos! Hein, como assim? Por que fariam isso se nem existem mais humanos na Terra? 

Daí pra frente o filme se transforma numa tediosa jornada pela floresta para achar os destroços da cauda da nave, que está a 100 km de distância, para pegar um sinalizador que vai trazer o resgate até eles.

Will Smith tem uma atuação catastrófica, certamente a pior da sua vida, o que é uma pena, pois até que é um ator simpático. Mas, como todo comediante que não sabe fazer nada diferente de micagens, ele entra no velho módulo de "robô com cara de prisão de ventre" para interpretar alguém que deveria ser rígido e pouco emotivo. Chega a dar dó do coitado tentando fingir que é um ator sério.

Mas triste mesmo é a atuação do seu filho, que chega a ser canhestra especialmente nos momentos em que tem simular medo ou raiva. Sem dúvida um mico total que deve ter jogado suas chances de virar astro para o lixo.

Não dá para entender como é que alguém investe seu dinheiro num produto que obviamente vai ser um fracasso, em todos os níveis. Será que ninguém leu o roteiro antes? Fuja!

Cotação: *

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Filmes: "Círculo de Fogo"

DESLIGUE O CÉREBRO

Premissa do filme é "Monstros Gigantes versus Robôs Gigantes". Ou seja, você foi avisado!

- por André Lux, crítico-spam

"Círculo de Fogo" (um nome ruim que não quer dize nada!) é uma daquelas produções que exigem que você desligue o cérebro antes de entrar no cinema. Isso já fica claro a partir da premissa do filme, que é "Monstros Gigantes versus Robôs Gigantes". Ou seja, você foi avisado!

Então, se você conseguir realmente desligar sua massa encefálica, vai se divertir bastante com o filme que, sejamos francos, encerra ao menos por enquanto qualquer pretensão de Guillermo Del Toro (de "Hellboy" e o "Labirinto do Fauno") em querer ser levado a sério como cineasta. Mas ele é um bom diretor e é isso que salva esse "Círculo de Fogo" e o impede de se tornar outra monstruosidade insuportável como os filmes da saga "Transformers".

Del Toro filma suas sequências de ação de maneira bastante clara e permite que você veja as lutas! Não tem aquela chatice atual de câmera tremida, cortes bruscos e rápidos e flashes de luz na sua cara. As brigas são muito bacanas e, pasmem, chegam até a gerar emoção.

Pena que o filme seja tão fraco nas partes em que precisa ter algum peso dramático. O ator que faz o protagonista é um loiro aguado que fica o tempo todo com a mesma cara de quem comeu e não gostou e fala tudo no mesmo tom de voz rouco. Para piorar, ainda colocaram um outro sujeito que fica irritando ele que tem quase a mesma cara. Tem horas que não dá pra sabre qual é um e qual é o outro!

É uma pena também que a trama seja cheia de buracos (aliens que querem tomar posse da Terra mandando monstros clonados gigantes um por vez?) e clichês do gênero, principalmente para quem já viu aqueles velhos seriados japoneses de lutas entre robôs e monstros, tipo Ultraseven. Como sempre, os heróis possuem armas incríveis em seus robôs (como uma poderosa espada e gases congelantes), mas só usam de vez em quando ou no final da luta. Até entendo que os roteiristas tenham tentado prestar "homenagem" aos seriados antigos, mas, sinceramente, se isso já estúpido antes, agora então fica mais ridículo ainda.

Ao seu favor o filme tem um bonito desenho de produção (os monstros são bem bacanas), excelentes efeitos visuais e sonoros e uma trilha musical que funciona bem junto às imagens, coisa rara em se tratando de algo criado por um dos discípulos do abominável Hans Zimmer.

Enfim, eu avisei. Tem que desligar o cérebro... 

Cotação: * * *

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Filmes: "Wolverine Imortal"

ABACAXI

Novo filme do mutante nervosinho consegue ser pior que o anterior


- por André Lux, crítico-spam

Parece brincadeira, mas conseguiram fazer um novo filme solo do mutante mais nervosinho dos "X-Men" ainda pior que o "X-Men Origens: Wolverine", que foi bem fraquinho.

Mas não há desculpa para produzir um filme com o Wolverine e suas terríveis garras de adamantiun em versão "censura livre", onde as cenas de luta são editadas para que ninguém consiga ver direito o que está acontecendo, ou seja, sem violência ou sangue.

O filme já começa de forma ridícula, mostrando Logan salvando um soldado japonês durante a explosão da bomba atômica de Nagasaky, que caiu a poucos metros de distância! Pior, essa sequência da origem a um furo catastrófico no roteiro, já que é a amizade entre os dois que dispara os eventos da trama.

Só que, como ficou estabelecido em todos os outros filmes do personagem, ele sofre de amnésia total, não lembrando nem mesmo de seu nome! Como então iria se lembrar de um sujeito que conheceu em 1945? Lama total.

Depois do flashback da 2ª Guerra, o filme pula para o presente, onde o Wolverine vive barbudo no meio do mato, implicando com caçadores de ursos e sofrendo por ter matado sua amada Jean Grey (a bela Famke Janssen faz uma daquelas pontas que todo ator deve adorar: "Ei, adivinha qual será meu personagem no próximo filme que farei? Uma alucinação!").

E, em mais um daqueles velhos clichês do cinema, ele jura que nunca mais vai se envolver em qualquer tipo de confusão. Resolução que dura cinco minutos de projeção, pois basta aparecer uma japonesinha esquisita e proferir meia dúzia de chavões para ele topar ir até o Japão encontrar seu velho amigo, que está morrendo.

A partir daí o filme passa a ser uma colcha de retalhos dos piores clichês do gênero ação, com direito a invasão de funeral por uma horda interminável de vilões, perseguição pelas ruas de Tókio, luta em cima de um trem bala (toda feita em computação gráfica bem tosca), fuga para um suposto esconderijo que todo mundo sabe onde é, historinha de amor entre o protagonista e a mocinha que pretende salvar, etc.

Tudo muito fraco, desconexo e sem graça, com o Wolverine agindo totalmente fora do personagem e fazendo escolhas duvidosas e até ridículas. No final, por exemplo, há uma cena em que ele é cercado por trocentos ninjas e, após chamá-los para a briga, o que ele faz? Sai correndo pelo meio da rua enquanto é alvejado nas costas por flechas até cair desmaiado. Isso que é estratégia!

Tem outras coisas imperdoáveis no filme, como a vilã Víbora, feita por uma atriz péssima que se veste como se fosse desfilar em escola de samba e cujos poderes nunca ficam claro quais são. E aquele samurai-robô-gigante que luta com o herói no final? Que coisa brega! Tem uma cena na qual o protagonista faz uma operação cardíaca em si mesmo que é de provocar gargalhadas, de tão imbecil. O plano do vilão principal também não faz o menor sentido, depois que é revelado.

O mais triste é que o roteiro é de Christopher McQuarrie (o mesmo do excelente "Os Suspeitos") e a direção é de James Mangold, que fez o bom "Copland". Deviam ter vergonha na cara e fugir de um abacaxi desses!

Cotação: *

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Filmes: "O Homem de Aço"

GROTESCO E OFENSIVO

Só um degenerado poderia conceber algo como esse filme baseado nos quadrinhos do “Super-homem” que fazem a cabeça da garotada há décadas

- por André Lux, crítico-spam

Eu tenho pena das crianças de hoje em dia. Sei que parece papo de velho falando, mas sinceramente, só um degenerado poderia conceber algo tão grotesco quanto esse “Homem de Aço”, filme baseado nos quadrinhos do “Super-homem” que fazem a cabeça da garotada há décadas e renderam pelo menos dois longas metragens espetaculares: “Superman – O Filme” e a sequência “Superman II”.

O sucesso dos filmes dirigidos por Richard Donner e Richard Lester, no final dos anos 1970, vinha justamente do fato deles não se levarem a sério. Afinal, estamos falando de um sujeito praticamente indestrutível que se veste com as cores da bandeira dos EUA, usa capa e a cueca vermelha por cima da calça, pelo amor de Zod! Ou seja, é um filme para crianças! No final, durante o vôo de despedida em volta da Terra, Christopher Reeve até cumprimentava a plateia, como que dizendo "Ei, é apenas uma brincadeira".

Não faz o menor sentido, portanto, tentar aplicar ao “Superman” o mesmo estilo ultra-realista dos novos filmes do “Batman”. Mas, que nada, como deu certo com o "Cavaleiro das Trevas", por que não fazer o mesmo com o “Superman”, não é mesmo? Aí chamaram David S. Goyer e Christopher Nolan para escrever o roteiro (os mesmos dos novos “Batman”, vejam só!) e Zack Snyder (de “300” e “Watchmen”) para dirigir. E o resultado é um dos filmes mais grotescos e ofensivos de todos os tempos!

Confesso que fui um dos poucos que gostou do “Watchmen” do Snyder, mas seu “300” é bem fraquinho e seu filme anterior, “Sucker Punch”, é simplesmente nojento. Sinceramente, não dá para dizer o que é pior nesse “Homem de Aço”, mas sem dúvida o troféu abacaxi vai para a trilha musical do abominável Hans Zimmer, que é uma monstruosidade de ruindade, do começo ao fim, do tipo que deixa qualquer um com dor de cabeça. Eu já havia comentado brevemente o CD com a trilha do Zimmer, mas no filme fica ainda pior. Chega a ser embaraçoso o nível de amadorismo e falta de talento de Zimmer junto com um filme tão pretensioso e desmiolado como esse.

O começo, em Krypton, não faz o menor sentido. No original, Jor-El (interpretado com grande carisma por Marlon Brando) tentava em vão avisar aos governantes da destruição eminente do planeta. No novo filme, todo mundo concorda com os avisos do Jor-El (na pele de Russel Crowe, que se transformou num dos maiores canastrões da atualidade),  mas mesmo assim nada fazem para fugir do planeta, mesmo tendo altíssima tecnologia e naves poderosas!

Depois que o Superman chega à Terra, o filme pula para o presente e sua infância aparece em flash-backs onde descobrimos que seu pai adotivo era um tremendo babaca, além de ser um caipira extremamente articulado e metido a intelectual! A cena da morte dele é de provocar gargalhadas, de tão ridícula. Por sinal, colocar Kevin Costner e Diane Lane como os pais do herói não funciona nem um minuto, pois os dois atores são requintados demais para convencer como dois fazendeiros broncos do Kansas.

Tem outras coisas idiotas no filme. Como o fato de não decidirem se o Superman usa gumex no cabelo ou não. Na cena em que se entrega aos militares, por exemplo, ele está de gumex. Já na sequência seguinte, na nave, não está mais com gumex. Mas, depois, quando foge, volta o gumex! Também não ficam claras as extensões dos poderes do vilões. Pelo que dizem, o Superman levou anos absorvendo a radiação do sol para ficar poderoso, mas Zod e sua gangue ficam com a mesma força assim que chegam à Terra. E assim por diante...

Mas nada supera em ruindade o sujeito que colocaram para fazer o general Zod, um tal de Michael Shannon que, além de ser péssimo ator, tem uma voz de taquara rachada e um corte de cabelo estilo Cebolinha! E por que diabos o sujeito quer tanto destruir a Terra? Bastava ele pegar o tal Codex com o Superman numa boa e ir para qualquer outro planeta que eles já haviam colonizado antes para reconstruir a civilização de Krypton. Afinal, nesta nova versão, Zod não tem motivos para ter ódio de Jor-El e querer se vingar de seu filho, como no original.

Zod e Cebolinha: separados no nascimento
 Entretanto, o que deixa esse "Homem de Aço" intragável são as infinitas cenas de ação e lutas, todas completamente exageradas e ridículas, sempre feitas em animação digital no pior estilo vídeo game. E a destruição causada por elas? A primeira briga entre o herói e alguns vilões simplesmente arrasa Smallville! E o ataque em Metrópolis, então? Dá pra imaginar que milhões de pessoas morreram não apenas por causa do raio que sai da nave de Zod (que literalmente destrói prédios inteiros), mas também da luta entre ele e o Superman! E tudo bem, ninguém fala nada sobre isso! Ah é, mas o Super salva a Lois Lane e um soldado! Para completar a orgia de nojeiras e insensibilidade, o nosso "herói" ainda mata o vilão quebrando seu pescoço! Que coisa bonita e edificante para as crianças verem, não?

Sei que muita gente vai dizer, com razão, que o Superman não passa de um porta voz da indústria cultural imperialista dos EUA e que, por isso, já passa valores deturpados desde o começo. Sim, é verdade. Não dá para negar isso (e nesse novo filme ainda chegam ao cúmulo de perguntar ao Superman com a sutileza de um elefante como poderão ter certeza que ele nunca vai trair os EUA, ao que ele responde: "Hey, fui criado no Kansas"!). Porém, mesmo assim, quando você assiste ao primeiro "Superman" com o Christopher Reeve existem muitos valores ali que podem ser serem benéficos para uma criança, como o fato do herói "nunca mentir", ser fiel aos seus amigos ou colocar sua própria vida em risco para salvar os seres humanos, que ele aprendeu a amar e respeitar. 

Mas neste novo filme nada disso está presente e as crises de consciência do herói são forçadas e tolas. E ainda tentam forçar paralelos entre o Superman e Jesus Cristo em uma cena patética em que ele vai se confessar numa igreja e no fato dele ter 33 anos também... Ninguém merece!

Dá até pena do coitado do Henry Cavill (que esteve na série "Os Tudors") que é bonitão e tem pinta de Superman, mas é um ator por demais limitado para tentar dar algum sentido a um personagem ilógico num filme completamente sem eira nem beira como esse. Se não bastasse tudo isso, o filme é mal feito, tem uma fotografia péssima (toda esmaecida e granulada como é a moda agora dos supostos "ultra-realistas"), desenho de produção feio (algumas naves parecem besouros e outras ridículos pintos gigantes!) e edição picotada e truncada (nas cenas de luta mal conseguimos ver o que se passa).

Felizmente, esse lixo não está fazendo o sucesso esperado, o que significa que talvez não façam uma continuação ou ao menos vão ter que repensar os conceitos antes de aprová-la.

Cotação: ZERO 




domingo, 7 de julho de 2013

Filmes: "Conflito das Águas"

ATÉ A CHUVA!

Filme retrata o que aconteceu na Bolívia na orgia neoliberal que foi enfiada goela abaixo dos povos do mundo, principalmente na América do Sul

- por André Lux, crítico-spam

“Conflito das Águas” é um retrato muito bem feito do que aconteceu na Bolívia no auge da orgia neoliberal que foi enfiada goela abaixo dos povos do mundo, principalmente na América do Sul, no final do século 20. 

Como indica o título original desse maravilhoso filme espanhol “Também a Chuva” foi privatizada naquele país que, anos depois, elegeu Evo Morales para Presidente. Parece brincadeira, mas não é: no ano 2000 o governo da Bolívia chegou ao cúmulo de privatizar toda a água do país – inclusive a água da chuva, de modo que qualquer um que a recolhesse enquanto caia do céu estaria cometendo um crime!

O filme é dirigido com grande sensibilidade por Iciar Bollain e conta com um roteiro formidável, que dá vida a três histórias paralelas que se entrecruzam. A principal trata da produção de um filme sobre o descobrimento da América, a ser dirigido pelo personagem interpretado por Gael Garcia Bernal (que foi Che Guevara em “Diários de Motocicleta”). 

O produtor, um sujeito que a princípio só pensa em economizar o dinheiro do orçamento, regozija-se do fato de que na Bolívia tudo é mais barato (leia-se, a miséria é tão grande que a população local trabalha na produção muitas vezes em troca de um saco de arroz).

É neste contexto que entra um nativo Aymara que, lutando pelos direitos de seus colegas de serem testados para o filme conforme foi prometido num folheto distribuído pelos produtores, consegue o papel principal de líder dos indígenas. Só que esse sujeito é também o líder, na vida real, da revolta da população pobre contra o governo neoliberal e suas medidas desumanas.

A partir dessa elaborada trama, somos apresentados a diversas alegorias entre a desesperadora situação dos nativos durante o “descobrimento” da América (na verdade, foi uma invasão seguida de um massacre) e a realidade miserável enfrentada pela mesma população cinco séculos depois. Aos poucos, os membros da produção do filme dentro do filme vão sendo afetados de forma profunda pelos eventos que acontecem à sua volta, tanto em nível físico quanto moral.

Esse é o tipo de cinema que leva à reflexão sem precisar ser didático ou panfletário. Todos os personagens são multidimensionais e humanos, com qualidades e defeitos, dúvidas e convicções. Nada é preto no branco, tudo é cinzento, embora não seja possível fugir à realidade de que o neoliberalismo foi (ou é ainda, já que muitos o defendem mesmo depois de ter levado o mundo à beira do abismo) um dos sistemas ideológicos mais cruéis e desumanos da história da humanidade. 

Se alguém ainda tem dúvida, basta assistir a esse excelente filme, cujas qualidades técnicas e dramáticas são tão evidentes que o resultado final é nada menos que devastador.

Cotação: * * * * *

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Filmes: "Star Trek: Além da Escuridão" (spoilers!)

A ECA DE KHAN

Filme não é ruim, mas o roteiro é uma das coisas mais sem pé nem cabeça que já vi na vida

- por André Lux, crítico-spam

Quando vi os primeiros trailers desse novo "Star Trek" fiquei preocupado, pois parecia que iam pisar no mesmo território já explorado no filme anterior, que deu um "reboot" na série iniciada no final dos anos 60 por Gene Rodenberry. Ficava claro que a motivação por trás dos atos do vilão era a vingança, igual ao que queria o Nero do primeiro filme. 

Tinha esperança que não fosse isso, porém "Star Trek: Além da Escuridão" bate na mesma tecla e, pior, traz de volta um dos vilões mais memoráveis da série antiga: o terrível Khan, que no segundo longa da tripulação original é o responsável pela morte do Spock (Leonard Nimoy, que aparece novamente aqui em ponta). Acaba sendo uma mescla do segundo e do sexto filmes da tripulação original, "A Ira de Khan" e "A Terra Desconhecida".

Não vou dizer que o filme é ruim, longe disso. É muito bem feito, tem desenho de produção e feitos visuais excelente, muita ação e música bacana de Michael Giacchino. É como uma volta na montanha russa. O problema mesmo é o roteiro, que é uma das coisas mais sem pé nem cabeça que já vi na vida, com furos do tamanho de uma cratera.

São tantas coisas sem sentido que acontecem no filme que não dá nem para ficar enumerando (vi alguns sites estadunidenses listando por perto de 20 furos!), mas tem algumas coisas que realmente são absurdas demais. Entre elas, o vilão se teletransportar da Terra para um planeta dentro do império Klingon, a sabe-se lá quantos anos-luz de distância! E o que diabos ele foi fazer lá?

Depois, tem a história do almirante Marcus (feito pelo "Robocop" Peter Weller) que manda Kirk ir até o local para bombardear o vilão e entrega para ele 72 torpedos supostamente de última geração! Como assim, era para a Enterprise lançar 72 torpedos sobre um único sujeito, no meio do império Klingon?

Tem muitas outras coisas absurdas no filme (o Dr. McCoy, por exemplo, simplesmente descobre o segredo da vida eterna, mas depois ninguém mais fala disso!), mas vou parando por aqui até porque elas incomodam mais depois que você sai do cinema e começa a pensar nelas. Durante a projeção tem tanta ação e correria que até dá para esquecer tudo isso.

Mas o que realmente detona o filme é o rapaz que colocaram para fazer o Khan, um tal de Benedict Cumberbatch, que não é mau ator. O problema é que se trata de um sujeito baixinho, franzino e com cara de "mauricinho" que não convence nem um segundo na pele do que seria um "super-homem" criado artificialmente no passado para comandar a Terra durante as chamadas "guerras eugênicas" (pelo menos é assim na iconografia original, no novo filme não se fala disso).

Khans: o "mauricinho" e o "fodão"
Nada a ver com o Khan original, feito com propriedade e carisma pelo grande Ricardo Montalban. E a história que inventaram para justificar o ódio dele contra a Federação é muito forçada e, para variar, não faz muito sentido também.

As melhores coisas do filme acabam sendo, além das cenas de ação (que são muitas), a interação do elenco da Enterprise e algumas piadinhas que funcionam. Como eu disse, o filme no todo não é ruim dentro do que se propõe, porém ficou bem aquém do esperado, principalmente quando você pensa nele depois da exibição, e não chega nem perto do primeiro. Tomara que melhorem no próximo, porque um novo "Star Trek" é sempre bem vindo!

Cotação: * * *

terça-feira, 18 de junho de 2013

Excelente crítica de "Man of Steel", de Zimmer (inglês)

- By James Southall

The most-hyped film of the year is finally here – after months of publicity, Zack Snyder’s Superman rebootMan of Steel has been released (to fairly lukewarm reviews, it has to be said).  Henry Cavill takes on the most iconic of comic book roles, his jaw appropriately chiselled, and he’ll be hoping it leads to a rather more successful career than that enjoyed by his predecessor in the role, Brandon Routh (who!?) from the little-liked 2006 Superman Returns.  One rather suspects that it will.

For what it’s worth – in other words, not much – I enjoyed the film for what it was.  It’s a fairly straightforward good guy / bad guy thing – as it should be – and my fears from the early reviews that it would take itself too seriously were unfounded.  There’s certainly a good sense of fun, a good spectacle to the action sequences, and Cavill acquits himself well.  Think too much about it and holes soon appear, but that’s not unexpected, and as a piece of entertainment I thought it served its purpose.

Hans Zimmer
Hans Zimmer
Given the involvement of Christopher Nolan as the film’s producer, Hans Zimmer’s announcement as the film’s composer came as no surprise - while Snyder had worked with Tyler Bates on most of his previous films, it seemed likely that someone a bit higher-profile would be chosen.  While I didn’t think his music for Nolan’s Batman films was terrible, it did seem rather a missed opportunity – they were good films, one of them bordering on great, and the relentlessly grim music didn’t particularly damage them but there was an opportunity there to write something very special.  However, this time it’s Superman – it was hard to imagine the music could possibly come out so relentlessly joyless, so my hopes were high for something of the quality and creativity shown in the composer’sInception – while the composer has undoubtedly been stuck in a bit of a rut since then, indeed going through the weakest period of his career, it was natural to assume a bit of brightness and optimism at least in the music for Man of Steel.

Think again.

Wisely, Zimmer avoids any attempt to reference or ape any Superman music which has gone before.  Sadly, that’s where the wisdom ends.  The problems here are endless, but one rises above all others – the music is completely devoid of any even remote sense of fun.  It’s humourless, grim, bleak, meant to be incredibly serious but compositionally so simplistic that in fact it’s impossible to take seriously at all.  Zimmer recently stated that he deliberately writes simple music because he feels that’s the best way of establishing an emotional connection – but I really don’t see what emotions he is attempting to connect with through this music.  There’s no inherent problem with simple music – but simplicity itself is not enough to establish an emotional connection.  There’s good simple music and bad simple music, just as there’s good complex music and bad complex music.  This is really, really bad simple music, puerile and banal throughout.  If you were a youngster back in the 1990s who quite enjoyed Media Ventures film scores, then I imagine the music you might write for some sort of school project might sound something like this.  My friend said that this makes Zimmer’s Broken Arrow score sound like Hugo Friedhofer’s Broken Arrow, and that seems pretty apt.  Zimmer’s music has always been simple, but he seems to be going simpler and simpler in recent years, stripping so much away that actually there’s nothing left.  Social media reaction to the score has been and will no doubt continue to be as if people are witnessing some sort of musical miracle; I can’t help but think what they’re actually hearing is the emperor’s new clothes.

As the hype surrounding the film and score grew in the weeks before its release, various tracks were “leaked” onto various websites’ promotional pieces.  I listened to a few of these and genuinely believed (and hoped) that at least some of them must be a joke, perhaps a fan-made thing that had somehow mistakenly been taken seriously.  This surely – surely – couldn’t be a professional film composer’s music for a $200m blockbuster.  Turns out the joke was on me – on all of us – because it is.  (And don’t call me Shirley.)  Not only does the music sound amateurish, it also sounds remarkably cheap – it’s written for orchestra but I don’t really know why, because barely anything in here sounds anything other than synthetic, with keyboards either doubling or replacing the orchestral recording most of the time.  Even the much-vaunted group of 16 celebrity percussionists who bang away on their drums from time to time somehow manage to sound synthetic in places.  Again – it’s the no-budget high school approximation of a big-budget film score, which is an extraordinary failure given that there have presumably been very few films ever made with higher music budgets than Man of Steel.

The music mostly sounds like castoffs from other Zimmer scores, some recent and some more distant – the male choir that was a hallmark of many of his earlier action scores, the HORN OF DOOM that by now just sounds like self-parody, the cello action ostinato that you hear everywhere, some synth brass that could be from one of his adventures with Jack Sparrow.  But they really are like castoffs – like music that might have been improvised in early drafts of those scores but understandably discarded – a feeling only increased by the fact that it all sounds like the synth mockups of cues rather than the actual recordings intended for the film.

And where’s the theme?  People will claim there are themes here, and they’d be right, but they’re not themes in the traditional sense.  How can you possibly have a Superman film and not give him a soaring theme?  OK, I get it – the recent Batman films were deadly serious, ultra-realistic portrayals of a vigilante dressed as a bat.  You couldn’t possibly put a melody in there – no way.  Not one that anyone might actually become attached to – oh no.  But this is Superman!  He flies around in a pair of tights with his underpants on the outside.  If you can’t give Superman a proper theme – one the audience can hum on their way from the cinema, one kids in 30 years will have as their ringtones – well, let’s all give up now.  I’ve come back to the same point – there’s just no fun here, none at all.

The album opens with “Look to the Stars”, which under an electronic soundscape introduces the “main theme”, a series of widely-spaced progressions that slowly builds in volume up to a brief burst of fairly generic action.  ”Oil Rig” is the first of the glum action tracks: an array of drummers bangs incessantly away before the HORN OF DOOM signals something really bad is happening.  ”Sent Here for a Reason” introduces a piano variation on the main theme which is reasonably attractive at first glance, but there’s no meat on the bone – it’s too simple to leave an impression – and then when a bass guitar takes up the theme, we really are back to Broken Arrow.  I guess it’s tracks like this that are meant to be the ones with some semblance of hope or heroism, but I don’t get any of that from it.

“DNA” is another relentlessly dark action piece, the stolen bassline from Once Upon a Time in the West the only ingredient of quality; otherwise it’s like an early draft of “The Kraken” from Pirates of the Caribbean, at least until Broken Arrow takes over again.  The female vocal in “Goodbye My Son” has a certain innocence to it, like a lullaby, but is spoiled by the 90s Media Ventures slow-mo action which emerges over it, and the trite cliché of the cello ostinato.  The HORN OF DOOM is back in “If You Love These People”, as well as some synthy percussion and an electric guitar, for a cheap action track that again rolls out every cliché in the book.  At least in “Krypton’s Last” there’s what sounds like an attempt to inject a bit of – gasp – emotion, but the violin solo passes before it’s had chance to leave any injection at all, and we’re back into silly overblown power anthem territory before you know it.

“Terraforming” is based around a rhythmic pattern with synth brass eventually laid on top – one of the easiest tricks in the film composer’s book when they’re trying to find some energy for a scene, but not when it’s as tired and hackneyed as done here – and then what can only be described as some sort of rumbling, growling extreme fart noises ushering in a new passage of dull “action”.  It keeps pounding pointlessly away for almost ten minutes – and there’s no respite in sight, because “Tornado” picks up where it left off, yet more miserable joyless bass-laden action music, this time with a highly-irritating synth effect fluttering around it like a pesky insect you want to swat.  No insects in “You Die or I Do”, but it’s hardly less irritating, with its simplistic blaring synth-laden brass and percussion on top of the familiar string ostinato – again it’s more like listening to a child’s music project than a professional film composer’s film score.  ”Launch” is even sillier, with the electric guitar adding a new layer of dumbness.

“Ignition” brings back all the drummers, who pound away like nobody’s business – the same rhythms they pound away whenever else they appear – before they give it a rest again.  Can’t quite understand what the point is.  ”I Will Find Him” continues the unstructured mess, as various ideas heard earlier in the score are combined together one after the other – we’re approaching the end of the score and nothing so far has been developed, only ever restated, which again emphasises the lowest common denominator approach Zimmer was clearly aiming for (and hitting).  Still, there is in this track for the first time something slightly more exciting about the action material, the sense for the first time that there is more to it than just being loud and obnoxious.  ”This is Clark Kent” also has an element of quality, the piano theme getting its most pleasant airing.  Finally, we’re in a sequence of tracks that doesn’t sound amateurish.  Admittedly, “I Have So Many Questions” briefly bucks that trend, with an extended set of variations on the over-simplistic “mystery theme” or whatever you might call it dragging the pace right down, but it livens up again in “Flight”, one of the pre-release tracks that had people dancing in the streets with joy.  The main theme slowly builds, ultimately reaching a frenzied orgy of guitar, synth brass and percussion that is still a bag of cheap tricks, but at least isn’t awful.  The finale cue, “What Are You Going to Do When You Are Not Saving the World?” is actually a long way from being awful – it’s too little too late, but it does earn the album an extra star from me, it’s so much better than anything else here – it’s this score’s equivalent of Inception‘s “Time” or The Da Vinci Code‘s “Chevaliers de Sangreal”, and while it’s certainly not as good as either of them, it does have a high guilty pleasure value to it, thanks in no small part to it actually not being completely bleak and miserable.

Two versions of the album have been released, a regular and limited edition, both of which feature two discs, on the second of which is “Hans’s Original Sketchbook”, a piece of music that lasts almost half an hour and is apparently the suite Zimmer composed early on in the process and from which the composing team wrote the score.  One thing that’s interesting is that even though it’s keyboard-only, it doesn’t sound too far from the sound of the final score.  It does indeed feature most of the material heard through the score itself.  I’m not entirely sure why it’s been made available – the cynic in me wonders whether it’s just an attempt to rebuff those who suggest Zimmer doesn’t always take the most active involvement in the creation of his scores – and it certainly does show that the score is fully-crafted from his own ideas.  

But perhaps apart from a solitary listen for curiosity value, I wonder exactly who is ever going to listen to it – admittedly, the condensation of the better parts of the score into something a bit shorter does have some appeal, but you could paste it all together from the first disc if you were that way inclined.  More likely, you’ll be listening to something else instead – something good.
The special edition – which comes in a very nice package, it must be said, so at least the purchasers of that album get something of quality (and if you discard the CDs it would make a useful storage container for perhaps some small mints) – also features the dubious bonus of another half-hour of score cues.  ”Are You Listening, Clark?” features a dissonant soundscape which sounds a bit like the distorted whalesong emitted by the alien probe in Star Trek IV, before Spock realised you had to filter it as if heard underwater to hear the intended sound.  ”General Zod” opens with some even stranger noises, this time resembling one of the songs Ross played on his keyboard in that episode of Friends, with the added bonus later on of one of Zimmer’s clichéd slow-build ostinato-based action – and then some incredibly earnest, melodramatic synthetic strings which are meant to signify events of great importance, no doubt, but sound like an amateur Zimmer-impersonator improvising on a keyboard.  It sounds incredibly silly, again more like self-parody than anything, but at least it brings an unintentional but much-needed smile to the face.

“You Led Us Here” brings back the gloom and misery, darkly depressing choral fragments oohing and aahing over noodling keyboard patches.  A lot of drums bang away, with no accompaniment, in the appropriately-named “This is Madness”.  ”Earth” has a synthy version of the main motif, in what is presumably intended to be a more reflective setting, then the piano in an even more pared-down arrangement than usual, then that theme gets an odd, dated, flower power-style synth arrangement.  A comically-ominous bass synth passage opens “Arcade”, which is the sort of thing you’d play to a young film composer if you were showing them the kind of cliché they should strive to avoid.  But, unbelievably, it gets worse, as another ostinato pattern emerges and then – the HORN OF DOOM is back.  If I hadn’t seen the film, I’d be convinced it was a joke.  Then, at last, comes the best feature of the album – after two excruciating hours, there is finally some mercy.  It’s over.  There’s silence.  The miserable, never-ending doom and gloom is at an end.  And there was much rejoicing.

If the score on the album is poor, then at least one might think it might work in the film – but it doesn’t, not really.  It only occasionally detracts from the experience – the ludicrous HORN OF DOOM will probably have people splitting their sides with laughter when they watch back in a few years, it’s so asinine and inane – but here you have something that, while clearly far from a masterpiece, should still have proved to be fertile ground for any competent film composer.  Good versus evil; not just a hero that’s easy to latch on to but in terms of American popular culture, perhaps the hero that’s easy to latch onto; a nasty villain; a glamorous young woman – yes, fertile territory indeed.  It fails on all counts, failing to bring any menace to the villain, any spunk to the hero – and not for the first time, watching the film it’s as if Zimmer thought every single moment was the moment, and by treating them as such, of course none of the music has an impact anywhere – coupled with the lack of development, the obvious restatement of material all over the place, it’s the musical equivalent of being bludgeoned to death.  The film does actually have a few places where it stops to take a breath, but the music never allows it to.  ”THIS IS SO IMPORTANT!” is the constant scream from the score.  It could have been epic; instead (and I can’t believe I’m about to type these words) it’s an epic fail.

Does it really matter?  It’s easy to say that if film music has been dumbed down, then it’s because films have been dumbed down; and if films have been dumbed down, it’s because society’s dumbed down.  (In fact it’s so easy to say that, I just did.)  But who leads, who follows?  I would have thought that any “artist” with any self-worth would strive to do his or her best possible work, not play down to the lowest common denominator, which is what Zimmer has done here.  The easy riposte to that is that he needs to put food on his family’s table, therefore needs to do what he’s told to do by the filmmakers – but there would certainly have been a way of satisfying their needs without treating the audience like idiots, throwing an endless parade of cheap tricks in their direction.  Sadly – and perhaps this invalidates my argument – those cheap tricks seem to have been lapped up like meaty bones by a dog, people seemingly salivating as they fall over each other in saying how “awesome” it is.  While a few reviews of the film have criticised the music, notably that in Variety, more have described it as effective (or indeed “awesome”); and the vast majority of course haven’t mentioned it at all.  So I must ask again – does it really matter?  While the fact that the film will make a ton of money and the soundtrack album will top the charts suggests that no, it doesn’t, I couldn’t feel more strongly that it does.  Sales figures don’t indicate quality – sometimes they just indicate that people are falling for the marketing – and who’s to say that with music that’s a little more, shall we say, “intellectual”, that Man of Steel wouldn’t end up with even higher box office, its soundtrack selling even more copies?

Zimmer’s whole ethos – the whole raison d’être of his Remote Control studio – is that one size fits all.  His brand of film music is based on providing something that’s there – not something that makes an attempt to raise the film to a level it wouldn’t otherwise have occupied, like all the best film music has done, but just something that’s there.  When he’s at his best, he certainly raises films up – Inception was no hotbed of complex composition, but it was a score that felt uniquely crafted to its film, one designed on that film’s nuances and needs – and here we are, hearing a retread of the same thing in a different film – not only does it fail to boost Man of Steel, it even cheapens the experience of watching or listening to Inception in future.  One size does not fit all.  Man of Steel – the film – may not have the ambition of Inception – but it still has its unique musical needs, and they’re just not satisfied.  I’m not talking here about the exercise of a particular musical style by a composer – all good composers have their own distinctive styles.  I’m not even talking about self-borrowing – hardly something to applaud, but it has always happened in film music and always will.  What I’m talking about is this treatment of it almost as library music – “this is an action scene, so this is how it must sound” etc, regardless of context.  Filmmakers don’t let their production designers or cinematographers behave like that, so why do they let their composers?  It’s as if Hollywood has forgotten just what film music can do – what it’s there to do.  What is the point of paying such a large sum of money on getting Hans Zimmer to assemble music like this, when they could just pull a few tracks of library music off the shelf which would do an equivalent job but be far cheaper?  Film music isn’t supposed to just be there – it’s supposed to respond to the unique needs of the film and help to shape the audience’s response to it.

So – does it really matter?  You bet it does.  It matters to me, and it should matter to you.  This trawl through the detritus of previous music, throwing it together to provide something that’s there – it matters.  It’s not right.  It shouldn’t happen.  Just because it makes a ton of money, it doesn’t make it right and it certainly doesn’t make it good.  Intellectually, this is scraping the barrel.  The drive for simplicity has come at the cost of any depth whatsoever – film music doesn’t get more surface-level than this, more like wallpaper.  It has no impact at all – it’s far too shallow to make any sort of dramatic impact on the film, and so hollow that there is no emotional connection – frankly it all seems pointless.

I am acutely aware that another thing that seems pointless is someone like me writing a review of an album like this – some people will buy it whatever I say, some people will avoid it whatever I say.  True, too, that someone like me is hardly in a position to make a stand and have any bearing on anything.  But surely the time has come for someone with more influence to take a step back, look at what film music – not all film music by any means, but an awful lot of mainstream Hollywood film music – has become and ask themselves whether things have really gone in the right direction.  

Man of Steel is not the worst film score I’ve ever heard – it’s not even the worst of the year – but it’s surely one of the worst for an event film like this; and I can never remember having such a feeling of being treated like an idiot by a film score.  It’s so disappointing that it aims so low, with seemingly so little ambition – and then doubly disappointing that it fails to meet even the most modest of targets it sets itself.  Zimmer’s bag of tricks is sounding increasingly limited – I’ve got a reputation for some reason as a regular hater of his music, whereas in truth I’ve probably given him more positive reviews over the last couple of decades than any other regular reviewer of film music – but I have to say, on the evidence of the last few years, he really just doesn’t seem to have anything left to say.  Some of the music here is borderline insulting in its simplicity and cheapness.  And perhaps the biggest crime of all – it’s just so boring.  There’s no sign of the composer’s popularity waning either within Hollywood or with his own, uniquely devoted and vocal group of fans, for whom the emperor’s new clothes seem a true delight; and as a long-time lover of film music, that’s pretty scary.  Surely it’s time for someone else to have a turn now.

Rating: *