sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Filmes: 2019 - O Ano da Extinção (Daybreakers)

TERROR COM CONTEÚDO

Esse é um filme totalmente original que subverte os clichês do gênero e ainda traz uma crítica político-social bastante interessante.

- por André Lux, crítico-spam

"2019 - O Ano da Extinção" (Daybreakers) parece, a princípio, apenas mais um filme sobre vampiros que quer se aproveitar da atual onda de fanatismo que cerca a saga “Crepúsculo”. Mas não se engane. Esse é um filme totalmente original que subverte os clichês do gênero e ainda traz uma crítica político-social bastante interessante.

Estamos na Terra do ano 2019, dez anos após uma epidemia que transformou grande parte da humanidade em vampiros. O problema é que existem cada vez menos humanos e até animais e o precioso sangue está cada vez mais escasso. 

Assim, o que restou da raça humana é caçada e cultivada por uma mega corporação comandada por um vampiro neoliberal sem escrúpulos que lucra horrores com a alta do preço do sangue. E para piorar tudo, a falta do precioso alimento começa a transformar os vampiros mais pobres em verdadeiros monstros sem controle, os quais são perseguidos e destruídos pela polícia.

Temos aí uma ótima alegoria sobre a crueldade do sistema capitalista, que pode remeter à escassez de água que parece estar chegando, onde só os que podem ter acesso a esses “comodities” (como os defensores desse sistema desumano chamam aquilo que pode gerar lucros) poderão sobreviver, enquanto o resto é tratado como lixo e enviado para a morte. Em tempos onde favelas de São Paulo são sistemática e criminosamente incendiadas, o filme não poderia ser mais atual.

Esse subtexto político permeia toda a obra, que conta com boas atuações de um elenco liderado por Ethan Hawke (como um vampiro cientista que se recusa a beber sangue humano e tenta encontrar desesperadamente um substituto sintético para ele), Willem Dafoe (no papel de caçador de vampiros que funciona como alívio cômico) e Sam Neill.

Assistindo a “Daybreakers” podemos notar também o quanto a música é importante para o cinema. Composta pelo australiano Christopher Gordon (das minisséries para a televisão “A Hora Final” e “Moby Dick”), a partitura é simplesmente espetacular e eleva o filme a patamares maiores do que os sonhados pelos seus realizadores (os irmãos Michael e Peter Spierig, também australianos).

Tenso, bem dirigido, com diálogos inteligentes, sem finais redentores idiotas ou excesso de cenas nojentas, “Daybreakers” é um dos raros filmes que misturam terror com ficção científica que valem a pena serem assistidos atualmente. 

Não percam – e não se esqueçam de prestar atenção à música!

Cotação: * * * *

7 comentários:

  1. Êpa, esse eu não perco.

    Abraço.

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  2. Oi André boa tarde, quem é o diretor de "Daybreakers ?
    Não sei se vc já assistiu , mas tem 1 filme sobre vampiro q eu adorei, e q tbm foge ao clichê desses filmes.
    Trata-se de " Let The Right One In" 1 filme sueco q eu baixei por indicação do meu filho Caio. Muito bom, sem aquela "sanguinolência" do cinemão americano, c 1 ritmo + lento, mas nem porisso menos interessante (talvez porisso mesmo + interessante).
    Abrs, Roni Vita

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  3. André, meu comentário nao é sobre o filme, pois aqui em Boa Vista que eu saiba ainda nao chegou o filme. Eu ia perguntar se voce já ouviu falar de um filme do mesmo jeito daquele filme da decada de 80, RAMBO, acontece que foi feito um filme nos mesmos moldes de rambo, mas nao sendo um norte americano que mata os inimigos dos eua. Era um arabe que mata os inimigos dos arabes. Estou procurando o nome desse filme, saiu na imprensa com o nome de rambo arabe, mas nao consegui achar o nome do filme.
    Abraço.

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  4. Em suma: "Daybreakers" é uma metáfora bem ao gosto do teu nível mental, em que inimigos de classe são representados como monstros.

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  5. Marcio, eu já ouvi falar também desse filme, mas não sei o nome.

    Anônimo, levando em conta o lixo odioso que vc vomita em meu blog todos os dias só posso concluir vc é realmente um monstro.

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  6. Ví o filme e ... gostei.

    Tmbm recomendo pois achei original (se é q essa quase "paródia mórbida pode assim ser chamada) prende mesmo a atencao e, como vc já bem disse, escapa dos lugares comuns q, nao por menos, está estrangulando Róliúidi.

    E a música? Boa, muito boa.

    Inté,
    Murilo

    Ps.: estou fugindo de cyber botecos q nao aprovam "palavroes", até qdo Lula os usa. Daí ... hnm ... idolatram qlqr merda, porra, babaca, etc.
    Como se o brazula mediano fosse "limpinho e cheirozinho" na linguagem (tomara q nunca).

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  7. O Rambo árabe é este aqui?

    http://74.125.93.132/search?q=cache:l87MQDqt_JAJ:forum.outerspace.terra.com.br/showthread.php%3Ft%3D16801

    http://www.imdb.com/title/tt0493264/

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