"Falar ou não falar, eis a questão!" |
Feito sob medida para concorrer a várias estatuetas em todos os prêmios possíveis, filme só não é mais soporífero porque conta com uma estupenda atuação de Geofrey Rush
- por André Lux, crítico-spam
Entra ano e sai ano e de uma coisa você pode ter certeza: pelo menos um filme sobre a família real inglesa será produzido e fatalmente estará entre os concorrentes mais fortes nas premiações autoaduladoras da indústria cinematográfica.
Agora é a vez de "O Discurso do Rei", melodrama que tem como intenção principal mostrar que mesmo sendo ricos, poderosos e famosos, os de sangue real também são gente como a gente. Aqui conta-se a história do rei George VI que, coitado, sofria de gagueira! Imagine o quão terrível deveria ser para o soberano de um vasto império sofrer desse terrível mal...
Feito sob medida para concorrer a várias estatuetas em todos os prêmios possíveis (está concorrendo a 12 Oscars, que glória!), "O Discurso do Rei" só não é mais soporífero porque conta com uma estupenda atuação de Geofrey Rush, no papel do sujeito que tenta ajudar o pobre rei a vencer sua gagueira. Ele é o único que consegue se sobressair com muito entusiasmo e verdade em um produção cheia de pompa e circunstância, feita milimetricamente para agradar críticos profissionais esnobes e responsáveis por nomeações a prêmios.
No papel principal temos Colin Firth, mais conhecido por inúmeras encarnações de bobo alegre em filmes como "O Diário de Bridget Jones" e similares, aqui lutando para manter a dignidade enquanto torra o saco do espectador ao proferir seus diálogos recheados da gagueira do rei em questão.
O filme termina com o rei feliz da Silva por ter sido capaz de ler um discurso sem gaguejar muito - o fato do conteúdo ser uma declaração de guerra a Alemanha nazista de Hitler passa batido, afinal o importante mesmo é que o herói conseguiu vencer seus traumas de infância e repetiu tudo direitinho! E viva a família real inglesa! O que seria de nós sem eles, não?
Cotação: * *
Eles empurram esse drama pessoal para as platéias e jogam para debaixo do tapete algumas coisas interessantes. Não contam que a Casa de Windosr tem estreitas ligações com a Casa de Hannover (da Alemanha). Mais do que isso: não contam que existem documentos que provam que George VI tinha contatos com o regime nazista. E também não contam que todo o espectro conservador do Reino Unido - incluindo a aristocracia - tinha um, digamos, "encantamento" com a figura de Hitler e a sua fúria anti-povo, anti-judaica e anti-esquerdista. Um pouco disso é mostrado no filme "Vestígios do Dia".
ResponderExcluirVestígios do Dia é um filmaço!
ResponderExcluirPensei a mesma coisa que você. Um filme insosso feito para ganhar prêmios entre os "críticos profissionais" mesmo que seja uma completa droga para o público
ResponderExcluirA safra concorrente também é muito ruim. A produção estadunidense está em franca decadência, enquanto a francesa, a inglesa e a argentina só fazem melhorar. Mas a exibição, aqui no Brasil, é caso de polícia.
ResponderExcluir1- Concordo com quem citou "Vestígios do dia " como um filmaço... Antony Hopkins e Emma Thompson no mesmo filme é até covardia, rsrsrsrs...
ResponderExcluir2- Por conta destas desgraças de filmes feitos para ganhar a titica da estatueta, dei de rever filmes antigos... Ontem vi"Os Palhaços" de Fellini, e acho que hoje, continuando a festa para meus olhos acho que vou rever "...e la nave vá"...do mesmo. Pensando bem... acho que vou passar um mes só vendo filmes italianos, rsrsrsrsrrs
Abraços a todos
Lais/ São Paulo
O filme vale a pena especialmente pela visibilidade que se dá a esse problema na fala que merece respeito. Hoje, com o avanço dos chamados direitos humanos, pessoas que tem deficiências físicas as mais variadas são respeitadas e têm cada dia mais garantida a sua acessibilidade. Minorias também lutam para ter seus direitos reconhecidos e a sociedade apóia. Não é admissível que pessoas que sofrem com dificuldades na fala sejam ridicularizados e alvo de chacota. Não raro, são pessoas que estudam muito e teriam muito a dizer, mas sofrem por terem dificuldade de exprimir seus pontos de vista e silenciam tendo tanto para falar.
ResponderExcluir“A gagueira é um distúrbio de base neurológica e que muitas vezes possui raízes genéticas. Ninguém gagueja porque quer. A gagueira não é uma falha do indivíduo, e também não é uma falha dos pais”, explica Donaher.
Donaher afirma que os primeiros sinais da gagueira normalmente aparecem entre dois anos e meio e cinco anos de idade. Mais da metade das crianças que manifestam gagueira recuperam-se naturalmente, mas muitas precisam de apoio e tratamento especializado. Se essas crianças forem vítimas de bullying, por exemplo, a gagueira tende a piorar.” (http://www.gagueiraonline.com.br/blog/2011/02/o-discurso-do-rei-reportagem-sobre-o-filme/) Pessoal, é para refletir. Só quem não passou por isso ou não viu alguém próximo sofrer por não conseguir falar e ser levado a sério pode dizer que os dircursos do filme são insossos. Não, meus caros, não se trata de um drama pessoal. A gagueira atinge grande parte da população que não tem a sua dignidade respeitada. O próprio diretor do filme é gago e tvz por isso tenha feito um filme tão sensível.
Sua crítica é superficial. Para os padrões de filme "de linha" este é ótimo.Exelente restituição de época, atores bem no papel e uma direção de atores primorosa. O pobre Colin Firth, vitima, por que atores são mais vítimas que "atores" de sua vida cinematográfica, de papéis tolinhos como vc disse finalmente pode atuar em um roteiro bem estruturado.O mais importante é que finalmente mais um filme sobre a realeza não esconde a "escroquisse" de um sangue azul(o rei q é obrigado a abdicar) NAZISTA que sempre foi pintado pela midia "real adict" como tendo abdicado da realeza por "amor"...O roteiro nisso não tem nada ver com esses filmes a dorar a pílula da realeza como instituição.
ResponderExcluirE o fato do "herói" ser históricamente um ante heroi e ser apresentado desta maneira é ponto para o roteiro.
vale notar também o cenário que em muitos momentos é de tirar o folego como o estúdio do personagem do Geofrey Rush com sua parede de colorido degenerado maravilhosamente impressionista.
Quanto ao roteiro "torrar" o saco do espectador parece uma crítica do tipo "me dá um filme de ação" por que não consigo equalizar meu cérebro no modo vou "curtir um por de sol"
O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
ResponderExcluirVocê consegue se identificar com o drama de um monarca cheio da nota cujas maiores preocupações na vida são sua gagueira e o estado civil do irmão? Pois é, eu também não. Mas os produtores do Hollywood tiveram a cara-de-pau de achar que esse tipo de premissa sustenta duas horas de projeção, narrando um "drama" cujo foco está em fazer um membro da família real inglesa pronunciar um discurso de poucas páginas do início ao fim sem gaguejar. Quanta emoção...
Ainda por cima, botaram Colin Firth numa performance canhestra na pele do personagem principal, tornando o sujeito patético porém estouradinho. Fala sério, simplesmente não dá pra engolir a enésima história de superação individual do cinema voltada para um riquinho qualquer cuja família flertava com o nazismo (isso o filme não conta)! O elenco secundário também é quase todo sem brilho, nem mesmo Guy Pearce (o eterno Ed Exley de Los Angeles - Cidade Proibida) consegue dar carisma ao filme, que aliás é tecnicamente precário. O único que salva a cara é Geoffrey Rush, responsável pelos momentos mais leves de O Discurso do Rei e funcionando bem com as linhas cômicas do roteiro. Mas para por aí. Filmeco totalmente descartável que caiu nas graças da "crítica especializada". Passe longe.
NOTA: * ½
Por que n/ tinha vindo aqui antes?Sou mesmo uma besta Gostei do blog,embora discorde de sua crítica ao "Discurso..."
ResponderExcluirCertamente,voltarei.
Abraços
Gostei da ironia no fechamento do texto, muito bom!
ResponderExcluirAbraços