BORRÃO, O FILME
Se quiser ver um compêndio do que existe de mais insuportável no cinema industrial feito em Roliúdi, arrisque. Só não esqueça de levar uma caixa de Neosaldina.
- por André Lux, crítico-spam
Se você é, como eu, fã do desenho original ou então tem esperança de encontrar algum vestígio do talento demonstrado pelos irmãos Wachowsky na trilogia “Matrix”, então não passe nem perto desse “Speed Racer”, suposta adaptação com atores de carne e osso da nostálgica animação japonesa.
Mas, tirando os desenhos dos carros e dos vestuários e o uso esporádico do tema musical original na trilha sonora, o resto do filme não passa de um compêndio do que existe de mais canhestro e insuportável no cinema industrial feito em Roliúdi atualmente: barulho infernal, histeria desmedida (a cada cinco minutos algum personagem olha para a câmera e começa a berrar) e uma overdose de efeitos digitais e cenas de ação editadas de forma tão alucinante que fica impossível identificar o que se passa.
É difícil crer que alguém em sã consciência tenha gasto tanto dinheiro produzindo sequências intermináveis e absolutamente inverossímeis de corridas que, nos melhores momentos, não passam de um borrão na tela!
E, entre uma corrida e outra - desculpem - entre um borrão e outro, sobra para atores consagrados como John Goodman, Cristina Ricci e Susan Sarandon a constrangedora tarefa de tentar dar vida a personagens rasos como poças d'água, que se limitam a repetir jargões politicamente corretos sobre a importância dos “valores familiares” e coisas soporíferas do gênero.
O rapaz que arrumaram para ser o Speed Racer, um tal de Emile Hirsch, não podia ser mais inexpressivo e sem graça. O único que salva a cara é o galãzinho da série “Lost”, Mathew Fox, como o Corredor X. Mas para você ver a que nível chega o negócio, o melhor ator do filme é, de longe, o macaco Zequinha – que nem mesmo é bem aproveitado!
Sinceramente, um filme como esse não merece mais comentários. Perto disso até bombas como “Van Helsing” ou “As Panteras Detonando” parecem obras-primas da sétima arte. Mas se quiser ver para crer, vá por sua conta e risco. Só não esqueça de levar um par de protetores auriculares e uma caixa de Neosaldina, pois você vai precisar. Acredite! Depois não diga que não foi avisado...
Cotação: Zero
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André, essa foi de "utilidade pública", nem penso mais em conferir esta baboseira.
ResponderExcluirÀs vezes a sua missão é meio espinhosa...
Abraço.
Também não gostei do filme, mas acho q quem era fã da série curtirá mais.
ResponderExcluirVale louvar a tentativa (a tentativa!) de se reproduzir na tela o clima do desenho, com os mesmos tipos de tomadas, efeitos e cores, só que de maneira atualizada.
Só que acho q o resultado final saiu muito exagerado. O excesso de recursos às vezes estraga um trabalho.
Por fim, tbm achei os personagens rasos, mas nisso ele é fiel ao desenho.
Me recusei a ver este filme desde que assisti seu trailer e percebi que o odiaria. Portanto, acho que concordaria com sua resenha, se o tivesse visto. Abraço.
ResponderExcluirP.S. Vc publica suas resenhas de filmes separadamente em algum espaço específico, ou todas ficam neste blog? Você chegou a participar da parte de críticas de filmes no site Fulano.com.br, na época em que ela existia? Eu vivia escrevendo lá =)
Cristina, atualmente algumas de minhas críticas são publicadas no site da Fórum.
ResponderExcluirJá tive textos publicados na Agência Carta Maior também e em alguns outros sites, como o NovaE.
Porém, sou amador, não ganho nada com isso.
Eu também sou amadora. Mas é muito mais divertido que ser crítica profissional =)
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