quarta-feira, 22 de junho de 2022

“Obi-Wan Kenobi” termina de forma constrangedora

Série ridícula é mais um prego no caixão da franquia Star Wars que a Disney parece estar disposta a enterrar

- por André Lux

Termina de forma patética essa série que obviamente foi produzida sem o menor cuidado por gente que não conhece Star Wars com uma única intenção: espremer a franquia o máximo possível no menor tempo disponível.

Chega a ser constrangedor ver bons atores como Ewan McGregor, Jimmy Smiths  e Liam Neeson (numa rápida e inútil aparição) em algo tão ruim e mal feito. Se fosse só isso nem teria tanto problema, todavia essa série ainda arrebenta com a continuidade do que foi visto antes na trilogia original e nem mesmo tenta arrumar desculpas para isso. Quer dizer então que a princesa Leia teve essa emocionante aventura com o mestre Jedi Obi-Wan Kenobi e dez anos depois manda uma mensagem impessoal a alguém que “lutou ao lado de seu pai nas guerras clônicas”? Ninguém merece!

Novamente vemos um duelo entre Obi-Wan e Darth Vader que não apenas é pessimamente dirigido e coreografado, mas não tem peso algum e apresenta uma série de situações simplesmente ridículas, tais como o vilão virando as costas e saindo depois de soterrar Kenobi com um monte de rochas e depois Kenobi fazendo o mesmo quando Vader estava praticamente derrotado, inclusive com a máscara destruída (o que foi copiado descaradamente da série “Rebels”). “Ah, tudo bem, vou deixar ele aí para morrer, né?”, certamente pensou o Jedi. Claro que vai dar certo, afinal deu certo da outra vez que deixou ele queimando na lava, não é mesmo?

E que porcaria é essa tal de Reva? Não bastasse ser interpretada por uma atriz péssima, é uma personagem ridícula que age de forma totalmente incoerente e tem motivações que não fazem o menor sentido. Sem dizer que certamente é imortal, afinal foi atravessada no peito pelo sabre de luz de Darth Vader, mas continuou correndo por aí apenas com um leve desconforto. Lembrou-me do Cavaleiro Negro do hilariante “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado” o qual, depois de ter seu braço decepado pelo Rei Arthur, brada: “Não foi nada, apenas um ferimento leve!”. E como foi que ela conseguiu sair daquele planeta e viajar até Tatooine se não havia nenhuma nave naquele lugar onde foi abandonada?

O mais ridículo é ver os produtores da série tentando criar suspense e tensão com cenas de perseguição contra personagens que todo mundo sabe que NÃO VÃO MORRER! Outra besteira insuportável: Kenobi é apresentado nos primeiros episódios como alguém abatido por estresse pós-traumático e desconectado da Força, incapaz até de mexer um pequeno objeto, porém do nada ele simplesmente começa a lutar, segurar inundações e levantar pedras enormes numa boa, como se nada tivesse acontecido. Como assim?

A reação dos fãs tem sido tão negativa que tentaram salvar alguma coisa neste episódio final – chegaram até a finalmente usar os temas clássicos compostos por John Williams! Porém, é muito tarde e não tinha mesmo como arrumar o que já havia sido filmado e tudo termina de forma grotesca. “Obi-Wan Kenobi” acabe sendo apenas mais um prego no caixão da franquia Star Wars que a Disney parece estar realmente disposta a enterrar. Lamentável.

Cotação: *

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Quinto episódio de “Obi-Wan Kenoby” é o melhor até agora


Mas a série continua ruim e não tem a menor razão de existir do ponto de vista dramático

- por André Lux

Depois de quatro episódio desastrosos (o quarto não vale a pena nem comentar de tão ruim), a série “Obi-Wan Kenoby” apresenta seu melhor capítulo até agora. Não que isso seja um grande elogio, mas perto dos outros até que deu para gostar de alguns elementos.

As besteiras, situações ridículas, furos no roteiro e incongruências com o que foi visto antes nos filmes continuam e são tantos que dá para escrever um livro sobre eles, mas algumas pontas soltas foram ao menos parcialmente explicadas (como o fato da Terceira Irmã saber que Anakin é Darth Vader e o mesmo ter deixado ela viva no episódio anterior). Os diálogos são menos constrangedores e algumas cenas de ação e luta parecem menos letárgicas.

Há um flashback de duelo entre Kenobi e Anakin rejuvenescidos por CGI na época das prequels que gera uma certa nostalgia positiva, por mais que estes filmes sejam sofríveis e seria melhor esquecer que existem.

Todavia, a direção de Deborah Chow continua péssima, algumas tomadas aparentam ter sido feitas sem qualquer empenho e Obi-Wan insiste em agir como um completo imbecil, muitas vezes atuando tal qual um covarde - chega ao ponto de deixar uma mensagem comprometedora contra Luke e Leia nas mãos de um notório vigarista!

Irrita também o fato de não usarem os temas clássicos de John Williams nem mesmo quando a série clama por eles, principalmente com Vader em cena! A série certamente seria bem menos sofrível se tivesse uma música melhor e que fizesse uso dos temas canônicos interpolados ao material novo. Pelo visto a Disney não quer pagar direitos autorais ao Williams, pois só isso explica uma decisão estúpia como essa.

Enfim, a série continua muito ruim e não tem a menor razão de existir do ponto de vista dramático simplesmente porque sabemos de antemão que nenhum dos personagens principais vai morrer, já que estão todos vivos e passando bem no episódio IV da trilogia original.

“Obi-Wan Kenobi” é só mais um tiro no pé que a Disney dá em relação à franquia criada por George Lucas e vai continuar agradando apenas os fãs menos exigentes, do tipo que tem orgasmo com qualquer porcaria desde que traga o título Star Wars atrelado a ela.

Cotação: **

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Episódio 3 de “Obi-Wan Kenobi” traz luta patética entre o protagonista e Darth Vader

Série péssima continua desrespeitando a mitologia da saga e consegue transformar até o icônico vilão num idiota incompetente

- por André Lux

Terminei minha análise dos episódios 1 e 2 de “Obi-Wan Kenobi” dizendo que a série poderia melhorar, mas infelizmente não vai. O terceiro é igualmente ruim, desconjuntado, desrespeitoso com o que foi visto antes nos filmes e consegue transformar até o icônico Darth Vader num idiota incompetente. Isso mesmo!

O episódio começa com Kenobi e Leia chegando a um planeta aleatório e, depois de uma série de incidentes tediosos onde o Jedi age novamente como um completo imbecil, eles são salvos por uma mulher que vai levar ambos para fora do planeta. Mas, os Inquisidores descobrem que eles estão lá e enviam sondas e o próprio Darth Vader vai atrás de Kenobi.

Isso já levanta várias questões: por que demoraram tanto para descobrir o paradeiro deles, afinal a nave onde estavam era um cargueiro e certamente tinha um plano de voo bem fácil de alcançar, certo? E por que simplesmente não pegaram a nave antes mesmo de deixar a atmosfera ou imediatamente no momento que chegou ao destino? O Império ficou sem radares e naves por acaso? Esses tipos de furos no roteiro só existem para tentar causar suspense, porém falham miseravelmente e revelam apenas incompetência e preguiça dos autores.

As cenas em que Vader aparece são as melhores, porém quando começa o inevitável confronto entre ele e Kenobi tudo fica constrangedor. A coreografia da luta é bisonha e a música é simplesmente patética, nem mesmo utilizam o tema de Vader, da Força ou qualquer outro que lembre minimamente Star Wars. Uma vergonha!

Vader domina Obi-Wan com uma facilidade que dá pena e ele só não vira churrasco porque o vilão desiste no meio da tortura e o joga longe, dando assim chance para que um personagem aleatório provoque um pequeno caos que permite o resgate do Jedi. Mas, olha, essa cena é ridícula, pois o todo-poderoso Darth Vader, que está a poucos metros do seu ex-mentor do qual sente ódio monstruoso, simplesmente fica parado olhando ele ser levado por um robô lento quando poderia facilmente atravessar o fogo, flutuar sobre, dar a volta rapidamente, apenas pegar os dois com a Força e trazê-los até ele ou simplesmente APAGAR O FOGO COM A FORÇA COMO ELE MESMO TINHA FEITO MOMENTOS ANTES!

Darth Vader: "Fale com a mão"

Claro que não fez nada disso e ficou lá parado como um pateta porque a série precisa continuar e vão obviamente fazer os dois lutar novamente mais à frente. Então, dane-se qualquer lógica ou respeito à mitologia dos personagens canônicos. O mais importante é esticar ao máximo possível a metragem da produção para gerar lucro aos acionistas da Disney.

Cotação: *1/2

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Episódios 1 e 2 de “Obi-Wan Kenobi” apontam para mais um desastre produzido pela Disney

 

É triste ver Star Wars sendo destruída por uma corporação que tem como único objetivo ganhar dinheiro sem qualquer preocupação com a qualidade

- por André Lux

A Disney parece mesmo determinada a destruir a franquia Star Wars produzindo incontáveis séries, filmes e subprodutos sem qualquer preocupação com a qualidade e até mesmo com a própria mitologia da saga.

Depois da problemática trilogia “sequel” (episódios 7, 8 e 9 da história principal), a Lucasfilm concentrou sua produção em séries para seu canal de streaming que vem variando do medíocre (“O Mandaloriano”) ao simplesmente ridículo (“O Livro de Boba Fett”).

Chega agora a mini-série “Obi-Wan Kenobi” que se passa dez anos depois dos eventos narrados no grotesco “Episódio 3: A Vingança dos Sith”, certamente o pior filme da saga. Acompanhamos agora Kenobi vivendo exilado no planeta Tatooine (lá de novo!) enquanto observa o menino Luke Skywalker e é procurado por Inquisidores do Império que caçam Jedis sobreviventes.

É uma premissa até interessante, mas os dois primeiros episódios já deixam claro que tudo será arruinado por roteiros ridículos, direções pífias, atores canhestros perdidos em personagens rasos e caricatos, efeitos especiais fracos e trilha musical genérica (crime dos crimes em se tratando de Star Wars), onde até mesmo o tema principal composto pelo mestre John Williams soa sem inspiração.

Ewan McGregor retorna ao papel de Kenobi catatônico, abatido e desprovido de motivações. Ora, uma coisa é ele estar traumatizado pelos fatos trágicos que levaram à queda de seu pupilo Anakin e pela ascensão do Império, outra é agir como alguém que parece estar morto por dentro, sem qualquer sentido de vida. Mas não foi ele quem quis ir para o planeta deserto justamente para proteger Luke a fim de um dia poder treiná-lo e restaurar a ordem Jedi? No mínimo Kenobi estaria em constante movimento, aprimorando suas habilidades Jedi para essa missão. Mas, não. O que vemos aqui é um chato de meia idade se arrastando como um zumbi pelo deserto...

Se não bastasse isso, o personagem age de forma incoerente com o que foi mostrado antes, tomando decisões burras, se expondo desnecessariamente ou simplesmente apanhando de vilões que ele deveria derrotar com um simples aceno de mão. Chega a irritar a estupidez dos roteiros que ainda por cima são repletos de furos e batem de frente com o que foi apresentado nos filmes. Enfiaram até a coitada da princesa Leia no enredo como uma criança de 10 anos irritante e mimada.

Pode ser que melhore? Pode, mas sinceramente eu duvido. É realmente triste ver uma franquia tão bacana e amada como Star Wars sendo literalmente destruída em pedaços por uma corporação que tem como único objetivo ganhar dinheiro tirando leite de pedra sem qualquer preocupação real pela qualidade dos produtos.

Cotação (Episódios 1 e 2): *1/2

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Chato e desconjuntado, “Mães Paralelas” ao menos tem mensagem contra o fascismo

 A única cena que passa alguma emoção é a derradeira, uma denúncia dos horrores da guerra civil espanhola contra o fascista general Franco

- por André Lux

“Mães Paralelas” é mais um filme chato, desconjuntado e modorrento do cineasta Pedro Almodóvar, queridinho da crítica especializada e de cinéfilos pomposos, que faz tempo não produz nada que realmente tenha a qualidade de alguns de seus trabalhos antigos.

A única cena interessante e que passa alguma emoção é a derradeira, uma denúncia dos horrores da guerra civil espanhola contra o fascista general Franco, porém é tão desconectada do resto do filme que praticamente passa em branco.

Sobra então assistir uma trama tola e arrastada sobre duas mães que dão à luz no mesmo dia e se envolvem de forma nada convincente enquanto um mistério acontece envolvendo os bebês delas. Mas o suspense é muito mal construído e quando vem a revelação do que realmente aconteceu não tem qualquer impacto. A trilha musical é exagerada e às vezes descamba para o terror sem a menor lógica.

O elenco é fraco, com Penélope Cruz novamente tentando em vão parecer uma mulher linda e exuberante, enquanto a atriz que faz a outra mãe é simplesmente pavorosa. Ao menos nem todos os homens no filme são apresentados como estupradores abusivos: Arturo é apenas um adúltero que tenta forçar a protagonista a abortar, o que é um avanço no caso de Almodóvar, não é mesmo? As mulheres, porém, são retratadas como descontroladas, possessivas e sofredoras como sempre.

A mensagem contra o fascismo é sempre bem-vinda, mesmo sendo tão frouxa e mal amarrada. Por causa disso “Mães Paralelas” ganha uma estrela a mais. Claro que ninguém em sã consciência pode falar mal de Almodóvar caso contrário será xingado e cancelado. Ainda bem que eu nunca tive essa tal de sã consciência...

Cotação: * *