- por André Lux
Não deu para entender o que a Marvel quis exatamente com
essa série “WandaVision”. A impressão que fica é que alguém falou: “Ei, que tal
colocar os personagens numa espécie de sitcom antiga?”, acharam genial e, a
partir dessa premissa mínima, começaram a construir o roteiro de forma capenga.
A série começa com Wanda e Visão num daqueles programas cômicos
em preto e branco dos anos 1960, tipo “Dick Van Dyke” e “A Feiticeira”, com direito
a trejeitos exagerados e faixa de risadas. Algumas pequenas pistas de que a
realidade não é bem aquela aparecem, mas é só mesmo a partir do terceiro
episódio que as explicações começam a ser apresentadas e as pontas com o universo
Marvel vão sendo atadas.
O problema é que essas duas realidades não casam e
levantam um monte de perguntas que acabam não sendo respondidas (tipo, por que
e como Wanda gravava e transmitia a vida deles para fora do escudo de força?).
E nos últimos episódios qualquer traço de originalidade dá lugar às velhas
lutas com raios e pancadarias genéricas de sempre.
Os realizadores enfiam vários fan-services durante os
episódios, porém acabam tendo pouco impacto na trama, sendo o pior colocarem o
ator que fez o Mercúrio nos “X-Men” da Fox como o irmão da Wanda, o que gerou
uma avalanche de teorias, mas que no fim era só uma besteira sem nexo que culminou
com uma piada sexual rasteira.
O fato de Wanda estar sofrendo com o luto pela morte do
Visão em “Vingadores: Guerra Infinita” não é justificativa para os atos dela e
o fato de encerrarem a série sem maiores consequências deixa tudo com um gosto mais
amargo.
É uma pena que não souberam aproveitar a interessante premissa
melhor, desperdiçando o talento dos atores Elizabeth Olsen e Paul Bettany em
episódios que possuem sequências muito boas desconectadas do todo, mas que
deixam a desejar no âmbito geral do que tentaram construir.
Cotação: * * *
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