“O Resgate” põe fim à aventura de Din Djarin com Grogu de forma satisfatória e traz uma surpresa que vai emocionar os fãs de “Star Wars”
- por André Lux
Chega ao fim a segunda temporada de “The Mandalorian” com um
episódio que enfim trouxe emoções genuínas para uma série que deixou muito a
desejar nesse quesito. Quem está lendo minhas análises sabe que sou grande
apreciador de “Star Wars” (exceto da trilogia “prequel” que é um horror), porém
não fui um dos que ficaram muito empolgados com essa série. A tentativa de
misturar os gêneros faroeste, samurais e ficção científica, como fez Lucas na
trilogia original, não deu muito certo principalmente pelo fato de não
conseguirem definir se o protagonista era um caçador de recompensas frio e
durão ou um sujeito de coração mole meio atrapalhado (a trilha musical péssima
também não ajudou).
A duas temporadas giraram em torno da relação dele com Grogu
(o bebê Yoda) cuja carreira e reputação o mandaloriano colocou em risco para o proteger
sem motivos bem definidos, o que deixou toda a série capenga e repleta de
situações incoerentes. O fato de vários episódios terem sido meros “fillers” (ou
encheção de linguiça como dizem aqui) não contribuiu. Só nos últimos episódios
das temporadas é que a ação voltou para a trama principal e a série começou a
se conectar com o universo Star Wars que gostamos tanto de ver, abrindo caminho
para se conectar com a trilogia “sequel” recém-lançada pela Disney nos cinemas.
Este último, “O Resgate”, põe um fim à aventura de Din Djarin
(Pedro Pascal) com o Grogu de forma satisfatória, trazendo de volta a
personagem Bo-Katan (Katee Sackhoff) que se une aos outros para invadir a nave
de Moff Gideon (Giancarlo Esposito) e salvar o bebê Yoda. As cenas de luta e
ação não chegam a ser inventivas, com os heróis não tendo muita dificuldade
para atingir seus objetivos, nem mesmo quando o mandaloriano tem que enfrentar
Gideon e seu dark saber.
A grande surpresa se dá com a chegada de um Jedi à luta,
ninguém menos que o próprio Luke Skywalker, que destrói os “dark troopers” com
seu sabre de luz até chegar à ponte. Não tem como não se emocionar com essa
cena, ainda mais quando Luke se revela na forma de um Mark Hamill digitalizado
para parecer mais jovem (o que ainda não é totalmente convincente).
A despedida entre Din Djarin e Grogu é emotiva também e a segunda
temporada se encerra de maneira anti-climática, afinal vai ficar estranho acompanhar
o protagonista sem seu companheiro que era justamente o que dava significado à
série. Com o grande número de novas produções baseadas em “Star Wars” anunciadas
pela Disney recentemente, vai ficar difícil manter o interesse no mandaloriano,
um personagem por demais vazio e raso para despertar paixões tendo em vista que
agora temos vários outros muito mais queridos pelos fãs.
Neste episódio há também uma cena extra depois dos créditos
que mostra o Boba Fett voltando a Tatooine para reclamar o trono do Jabba, o
Hutt, onde é anunciada também uma série exclusiva dele. Uma coisa é certa: os
fãs de Star Wars não tem do que reclamar. Vai ser engraçado, todavia, observar
a reação dos “haters “da trilogia “sequel” a essas séries que se conectam a ela
e que eles tanto louvam até agora...
Cotação: ****
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