sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

“The Mandalorian”: último episódio da segunda temporada enfim traz alguma emoção genuína

“O Resgate” põe fim à aventura de Din Djarin com Grogu de forma satisfatória e traz uma surpresa que vai emocionar os fãs de “Star Wars”

- por André Lux

Chega ao fim a segunda temporada de “The Mandalorian” com um episódio que enfim trouxe emoções genuínas para uma série que deixou muito a desejar nesse quesito. Quem está lendo minhas análises sabe que sou grande apreciador de “Star Wars” (exceto da trilogia “prequel” que é um horror), porém não fui um dos que ficaram muito empolgados com essa série. A tentativa de misturar os gêneros faroeste, samurais e ficção científica, como fez Lucas na trilogia original, não deu muito certo principalmente pelo fato de não conseguirem definir se o protagonista era um caçador de recompensas frio e durão ou um sujeito de coração mole meio atrapalhado (a trilha musical péssima também não ajudou).

A duas temporadas giraram em torno da relação dele com Grogu (o bebê Yoda) cuja carreira e reputação o mandaloriano colocou em risco para o proteger sem motivos bem definidos, o que deixou toda a série capenga e repleta de situações incoerentes. O fato de vários episódios terem sido meros “fillers” (ou encheção de linguiça como dizem aqui) não contribuiu. Só nos últimos episódios das temporadas é que a ação voltou para a trama principal e a série começou a se conectar com o universo Star Wars que gostamos tanto de ver, abrindo caminho para se conectar com a trilogia “sequel” recém-lançada pela Disney nos cinemas.

Este último, “O Resgate”, põe um fim à aventura de Din Djarin (Pedro Pascal) com o Grogu de forma satisfatória, trazendo de volta a personagem Bo-Katan (Katee Sackhoff) que se une aos outros para invadir a nave de Moff Gideon (Giancarlo Esposito) e salvar o bebê Yoda. As cenas de luta e ação não chegam a ser inventivas, com os heróis não tendo muita dificuldade para atingir seus objetivos, nem mesmo quando o mandaloriano tem que enfrentar Gideon e seu dark saber.

A grande surpresa se dá com a chegada de um Jedi à luta, ninguém menos que o próprio Luke Skywalker, que destrói os “dark troopers” com seu sabre de luz até chegar à ponte. Não tem como não se emocionar com essa cena, ainda mais quando Luke se revela na forma de um Mark Hamill digitalizado para parecer mais jovem (o que ainda não é totalmente convincente).

A despedida entre Din Djarin e Grogu é emotiva também e a segunda temporada se encerra de maneira anti-climática, afinal vai ficar estranho acompanhar o protagonista sem seu companheiro que era justamente o que dava significado à série. Com o grande número de novas produções baseadas em “Star Wars” anunciadas pela Disney recentemente, vai ficar difícil manter o interesse no mandaloriano, um personagem por demais vazio e raso para despertar paixões tendo em vista que agora temos vários outros muito mais queridos pelos fãs.

Neste episódio há também uma cena extra depois dos créditos que mostra o Boba Fett voltando a Tatooine para reclamar o trono do Jabba, o Hutt, onde é anunciada também uma série exclusiva dele. Uma coisa é certa: os fãs de Star Wars não tem do que reclamar. Vai ser engraçado, todavia, observar a reação dos “haters “da trilogia “sequel” a essas séries que se conectam a ela e que eles tanto louvam até agora...

Cotação: ****

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