quarta-feira, 8 de março de 2017

Filmes: "Logan"

CANSOU

Filme não cumpre o que prometia e funciona mais como despedida de Hugh Jackman ao personagem


- por André Lux, crítico-spam


“Logan” é certamente o melhor filme solo do Wolverine, o mais idolatrado dos X-Men. Mas isso não quer dizer muito, afinal os dois primeiros foram bem ruinzinhos. Hugh Jackman faz sua nona aparição como o personagem nos cinemas e promete que é a última (mas nunca diga nunca em Roliudi!). Ele nem faz muita questão de esconder o cansaço que sente em atuar na pele do mutante nervosinho novamente.

A melhor coisa do filme é o primeiro ato, que mostra Logan no futuro, algo em torno de 2029, completamente exaurido e vendo seus poderes de regeneração cada vez mais fracos, ao que parece por causa de envenenamento pelo Adamantium (mas isso não é explorado satisfatoriamente). Ele ganha a vida dirigindo uma limusine enquanto vive escondido no meio do deserto, junto com dois outros mutantes, sendo um deles o professor X (o sempre confiável Patrick Stewart) que aqui vive sob o efeito de remédios que o impedem de ter convulsões poderosas que podem causar fatalidades (fala-se um pouco sobre um evento desses que teve trágicas repercussões, inclusive sobre os X-Men, porém é tudo bem vago e mal explorado).

Os produtores do novo filme parecem ter finalmente ouvido os fãs do personagem que sempre reclamaram da violência “censura livre” dos longas anteriores e aqui, pela primeira vez, vemos o Wolverine arrancando sangue de seus antagonistas, muitas vezes de forma gratuita e exagerada.

“Logan” esquenta quando entra em cena uma menina mutante que pode ou não ser filha dele e possui os mesmos poderes. Ela está sendo perseguida por algum tipo de agência não-governamental e a cena de luta e fuga do esconderijo no deserto é realmente muito boa e emocionante justamente por fugir dos clichês do gênero.

Pena que o filme tenha que continuar e, depois de outra boa cena dentro de um hotel, comece então a derrapar, tornando-se apenas mais um daqueles filmes de perseguição de gato e rato, com os protagonistas sempre um passo à frente dos perseguidores. A partir daí “Logan” repete velhos clichês e torna-se banal. Algumas coisas são irritantes, como eles aceitarem o convite de uma família para jantar, quando obviamente já deveriam estar carecas de saber (especialmente o professor X) o que esse tipo de envolvimento com civis inocentes vai acarretar.

Outra cena ridícula é quando assistem a um vídeo de celular onde uma pessoa explica didaticamente as ações dos vilões no laboratório, toda editada, com narração e cenas que a pessoa certamente não teria como filmar. Uma bobagem inacreditável e dispensável.

Não faz muito sentido a obsessão dos bandidos em perseguir os fugitivos, muito menos seus planos. Aparece até um clone do Wolverine, mais indestrutível ainda, mas que pouco acrescenta e só serve para deixar tudo mais confuso e repetitivo. No final vira uma besteira de perseguição no meio do mato, com o protagonista correndo e matando gente entre uma árvore e outra em uma sequência praticamente idêntica ao que já vimos no segundo “X-Men”. Sua opção por ajudar os fugitivos também soa forçada, afinal não conseguiram firmar um vínculo emocional entre eles. Nem mesmo a derradeira cena do personagem título tem muito impacto, parece telegrafada e só vai emocionar mesmo os fãs mais ardorosos.

O filme vem recebendo muitos elogios, mas não chega a cumprir o que prometia. É uma pena, pois Wolverine certamente merecia bem mais que isso...

Cotação: * * *

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