MAIS DO MESMO
Se conseguir desligar o cérebro até vai curtir um pouco tudo isso, mas
não dá nem para comparar com o original
- por André Lux, crítico-spam
Pode parecer absurdo, mas sou grande admirador do primeiro "Independence Day". Sim, o filme é estúpido, cheio de buracos no roteiro e de momentos piegas e patrióticos constrangedores,
porém dentro da sua proposta é dos melhores. E foi o primeiro (ou um dos
primeiros) a mostrar os invasores do espaço realmente destruindo um monte de
cidades e causando tragédias, quando antes ficavam só na ameaça. Além disso, os
atores eram bastante carismáticos e o roteiro era bem amarrado a ponto de
(quase) nos fazer esquecer de todas as baboseiras jogadas na tela.
Surge então, esse “Independence Day: O Ressurgimento” que
parece ser uma continuação, mas é mais um recomeço (ou “reboot”) como está na
moda agora com filmes que passaram do tempo de ter uma continuação na época do
seu sucesso e inventam uma forma de começar tudo de novo a fim de atrair a nova
geração aos cinemas.
Assim, 20 anos depois do filme original, surge isso que é
praticamente uma refilmagem do primeiro só que com novo elenco, exceto pela
participação de alguns dos personagens antigos que pouco tem a fazer além de
recitar frases de efeito e soltar piadinhas sem graça quase todo o tempo.
Se a trama do primeiro filme não fazia muito sentido, agora
faz menos ainda. Tudo é maior e mais barulhento, porém sem qualquer novidade ou
diversão que existiam no original. A montagem é truncada e os eventos vão
acontecendo sem qualquer lógica ou preparação do clima, bem diferente do
primeiro. Os jovens atores são neutros e sem carisma, principalmente o que faz
o filho do piloto interpretado no original por Will Smith (que pediu uma
fortuna para participar da continuação e é visto apenas em uma foto no começo).
Para piorar tudo, a trilha musical é muito fraca e
totalmente genérica, não chega nem aos pés da original composta por David
Arnold, cujos temas aparecem de leve no meio do filme e só é ouvida novamente
no início dos créditos finais. Apesar de ter algumas boas sequências e a presença
sempre divertida de Jeff Goldblum, o resto do filme se arrasta até o final
redundante e interminável.
Não dá nem pra elogiar os efeitos visuais, pois é quase tudo
feito em computação gráfica, enquanto o original ainda é da época em que tinham
que explodir maquetes sem dó, o que sempre dá muito mais peso e também obriga
os realizadores a inventarem soluções criativas para a falta de recurso. Aqui,
como podem fazer o que quiserem no computador, abusam da quantidade de naves,
tiros e explosões deixando tudo confuso e inteligível.
Confesso que tenho um fraco por filmes de ficção-científica desse tipo, então até consegui desligar o cérebro e curtir um pouco tudo isso, mas
não dá nem para comparar com o “Independence Day” original. É apenas mais do
mesmo, só que tudo super-inflado e sem qualquer traço de vida inteligente ou
emoção genuína.
Cotação: * *
Fui ver o tal Independence Day 2 e olha, você foi até bem econômico em suas críticas. Esse filme é uma verdadeira (desculpe) merda. Sem pé, nem cabeça, nem braços, sem lógica, sem nada. História sem sentido, cheia de furos e atores jovens para lá de ruins. Nem os efeitos prestam porque já manjados.
ResponderExcluirTá certo: nesses filmes o que vale é desligar o cérebro por duas horas, mas não precisavam exagerar na ruindade, muito longe do primeiro se tornou um clássico instantâneo. Mas esse, não tenho dúvida, é candidatíssimo a quebrar todos os recordes da Framboesa de Ouro.
A bem da verdade só consigo compará-lo apenas a um outro filme de ficção tão abominável: A Reconquista. Jesus!
Marcos K
O primeiro filme foi uma analogia barata aos iraquianos e todo o povo do Oriente Médio. Tão óbvio. Lixo, propaganda de estado. Então que história é essa de "não dá nem para comparar com o “Independence Day” original"? Cade tua visão crítica? Um dos piores filmes de propaganda que já vi, não tem nenhum sentimento por qualquer povo que não seja americano do norte, o resto é alien. Me poupe.
ResponderExcluir