terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Trilhas: "Robocop" (2014), por Pedro Bromfman

Brasileiro vai a Roliúdi imitar Hanzimmer

- por André Lux, crítico-spam

Não vi o novo "Robocop", dirigido pelo queridinho da revista Veja José Padilha, mas a trilha composta pelo seu parceiro de "Tropa de Elite", Pedro Bromfman, eu já ouvi e posso dizer: é um lixo.

É triste ver um brasileiro conseguindo a proeza de compor a partitura para um filme classe A de um grande estúdio estadunidense para simplesmente copiar o "estilo" do abominável Hanzimmer e seu exército de clones (alguns mais talentosos que o "mestre", diga-se de passagem!).

Mas, imagino que nem seja culpa do compositor, pois certamente foi obrigado a emular o "estilo" Zimmer de fazer trilhas para o cinema, que é a última moda hoje em Roliúdi. Afinal, deu certo nos filmes do "Batman", então é tudo que os adolescentes que lotam os cinemas hoje em dia querem ouvir, certamente imaginam os executivos dos estúdios.

Então, a trilha do novo "Robocop" é o resultado dos sons de uma grande orquestra, sintetizadores, percussão em loop e instrumentos de rock'n roll manipulados ao ponto de tudo parecer a mesma coisa, tocando aqueles manjados ostinatos que Zimmer utilizou em "Batman" e agora aparecem em todas as trilhas de filmes de ação estadunidense (a grande questão, todavia, é: será que Zimmer ao menos sabe o que ostinato significa?).

Bromfman? Zimmer? Tanto faz
Solos pesados de violoncelos são usados em qualquer cena "dramática" e os metais explodem em grandes notas em uníssono nos momentos de perigo, no que os críticos passaram a chamar ironicamente de "As Buzinas da Perdição" (Horns of Doom) - ambos marcas registradas do abominável Zimmer.

O pior é quando Bromfman cita o tema clássico para o filme original, composto pelo grande Basil Poledouris, na faixa "Title Card", pois isso nos lembra o quanto aquela trilha era boa e perfeita para o filme e o quanto essa nova é ruim e absolutamente genérica.

O fato é que essa música poderia ser colocada para tocar em qualquer um desses filmes de ação produzidos nos EUA nos últimos 10 anos, tipo "Transformers" ou o novo "Fúria de Titãs", sem qualquer prejuízo, ninguém ia nem perceber a diferença.

É uma pena ver um brasileiro sendo obrigado a produzir uma música tão sem personalidade, ao ponto de soar burocrática e anônima. Enfim, mais um produto que mostra o quanto o cinemão comercial estadunidense decaiu e continua decaindo. 

Cotação: *

3 comentários:

  1. Pô voce nunca falou de Bernard Herrmann, grande compositor, se tiver tempo faço um post com suas trilhas maravilhosas.

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  2. Dá uma lida na minha lista de trilhas preferidas e também no comentário sobre a trilha do "Batman 2" do Zimmer.

    http://tudo-em-cima.blogspot.com/2009/10/listinha-basica-as-minhas-15-trilhas.html

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