segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Filmes: "O Lado Bom da Vida"


DESFRUTÁVEL

Não que o filme seja ruim, porém não justifica tamanho prestígio junto à crítica e à Academia de Cinema que o indicou para um monte de prêmios

- por André Lux, crítico-spam

Estranhamente esse filme, que não passa de uma comédia romântica disfarçada de algo mais sério, está concorrendo a diversos prêmios Oscar, inclusive Melhor Filme e Diretor! Mas não é para tudo isso. 

“O Lado Bom da Vida” até que começa bem, mostrando a realidade de um rapaz que é Bipolar e está internado em um hospital psiquiátrico depois que espancou o amante da esposa até quase matá-lo. Esse personagem é feito pelo bonitão e carismático Bradley Cooper (também indicado ao Oscar de melhor ator) que tem aqui seu melhor momento no cinema.

Na primeira parte do filme acompanhamos seu retorno ao lar e sua luta para tentar “voltar ao normal” e reconquistar o amor da ex-esposa. Temos aqui várias cenas de humor negro, quando Pat tem surtos e acorda seus pais (feitos por Robert De Niro e Jackie Weaver, ambos indicados ao Oscar de coadjuvante) de madrugada para reclamar de um livro de Hemingway ou exigir que o ajudem a encontrar o vídeo de seu casamento.

No segundo ato, entra em cena a maluquinha Tiffany, feita com brilhantismo surpreendente por Jennifer Lawrence (que parecia uma mosca morta no péssimo "Jogos Vorazes"), que começa a perseguir o rapaz que, obcecado com a ex-esposa, aceita a aproximação com a promessa da moça de entregar uma carta a ela. Essa é a melhor parte de "O Lado Bom da Vida". Os diálogos entre os dois são muito divertidos, mas também em certa medida tristes, pois deixam claro o quanto ambos tem problemas psiquiátricos para tratar.

Infelizmente, o filme cai muito na terceira parte, quando o novo casal tem que se apresentar num concurso de dança. Daí pra frente, "O Lado Bom da Vida" apela para os mais manjados clichês do gênero "comédia romântica", com um final idêntico ao de "Harry e Sally" (o melhor do gênero até hoje). Todos os problemas psiquiátricos enfrentados pelo rapaz e pela moça são descartados, como que se num passe de mágica fosse possível solucioná-los. Assim, tudo que foi mostrado antes se torna uma grande inutilidade, já que nada do que foi desenvolvido nas duas primeiras partes em relação às patologias do casal chega a algum lugar.

Não que o filme seja ruim, é bem desfrutável, porém não justifica tamanho prestígio junto à crítica e à Academia de Cinema que o indicou para um monte de prêmios.

Cotação: * * *

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