REPULSIVO
Este filme ainda faz um grande mal para a luta dos homossexuais contra o preconceito. Recomendado para sádicos ou masoquistas
- por André Lux, crítico-spam
* ATENÇÃO: Essa crítica contém spoilers! *
O diretor Pedro Almodóvar fez alguns filmes muito bons (meu preferido ainda é "Carne Trêmula"), mas também fez algumas porcarias indefensáveis (como "Má Educação"). Esse "A Pele Que Habito" é de longe o seu pior trabalho.
Apesar de ser supostamente baseado na obra "Tarantula", do francês Thierry Jonquet, o filme está mais para uma releitura de "Frankenstein", com o coitado do Antonio Banderas fazendo o papel de um cirurgião plástico que quer fazer renascer os mortos. Só que aqui ele quer transformar alguém vivo num sósia da sua mulher que morreu.
Para isso, ele rapta um rapaz que, bêbado e drogado, tentou transar com sua filha sem sucesso, deixando-a ainda mais traumatizada a ponto dela se suicidar (justo quando ela estava tentando se recuperar do suicídio da mãe). Ou seja, para vingar a morte da filha, o personagem de Bandeiras transforma o pobre rapaz em um transsexual que se parece com a ex-mulher! Essa história não só é ridícula, como extremamente repulsiva (quando queria ser apenas perturbadora). Assistir a esse filme é um exercício penoso.
Aqui os recalques de Almodóvar contra os homens ditos heterossexuais nunca estiveram tão explícitos. No filme todos são loucos, drogados e estupradores (não necessariamente nesta ordem), o que só comprova que o cineasta, que é homossexual assumido, deve ter uma raiva enorme deles e usa seus filmes para se vingar de algum trauma do passado. É evidente também a atração que sente por transsexuais e travestis, figuras sempre presentes em sua obra, e por mulheres fortes e dominadoras (serão elas uma representação de algum figura materna ou da própria mãe do cineasta?).
A verdade é que este filme, além de ser repugnante, ainda faz um grande mal para a luta dos homossexuais contra o preconceito, já que utiliza do mesmo como artifício narrativo. Só recomendado para sádicos ou masoquistas.
Cotação: *
Péssimo comentário.
ResponderExcluirEu achei ótimo.
ResponderExcluirConta aí quais vc gostou e quais não gostou do Almodóvar, além dos dois já citadas no primeiro parágrafo. Serve como dicas de filmes a buscar e/ou fugir na locadora, para quem se identificar com sua opinião.
ResponderExcluirAté hoje conheço só uns 5 filmes do Almodóvar e não acho nenhum memorável. O melhorzinho deve ser justamente "A Pele que Habito"...
Dele eu gosto do "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos", "Tudo Sobre Minha Mãe" e "Carne Trêmula". Acho ele superestimado.
ResponderExcluir"Ata-me!" também é legalzinho.
ResponderExcluirDos que você citou vi os dois primeiros e acho bem fracos. Quando puder vou procurar o "Carne Trêmula", que ainda falta ver.
ResponderExcluirTambém acho ele (bastante) superestimado.
Poxa, descobri que eu e vários amigos meus somos sádicos e/ou masoquistas, porque adoramos o filme. O mais curioso é que do meu círculo de amizades o único que não gostou do filme é um tremendo machista. Vai-se entender o mundo...
ResponderExcluirGostar de qualquer coisa feita pelo Almodovar é coisa de gente chique!
ResponderExcluirEu também achei horrível, mas tem muita gente que gostou de ver o pobre rapaz, que na verdade era um estuprador, no papel de mulher estuprada. Nesse caso, a vingança é até convincente. Difícil é engolir a grotesca transformação do transsexual em um clone da ex-mulher do médico. Nada justifica tamanha aberração. Almodóvar consegue ser mais escatológico que Dr. Frankstein.
ResponderExcluirDe Salto Alto é um dos meus preferidos
ResponderExcluirUm alerta: reli esse texto agora e notei que ele acaba, sem querer, entregando um monte de spoilers. Essas revelações sobre a operação de sexoe etc só acontecem lá pela metade do filme. Talvez seja o caso de avisar isso num primeiro parágrafo, sei lá, pra quem não viu e ler não sair prejudicado...
ResponderExcluirNão é o pior filme do Almodovar, não concordo com sua avaliação. Gostei do filme e não sou sádico nem masoquista. Até o Antônio Bandeiras, que não é um grande ator, está bem no filme.
ResponderExcluirO recalque do Almodovar sempre foram as mulheres.
ResponderExcluirTodas desequilibradas, problemáticas e sofrem feito um cão.
Demonstrando sempre q de uma maneira ou outra para ser mulher basta ter a aparência de uma e trejeitos.
Neste filme isso ficou explícito, ao menos para mim.
No fundo, no fundo ele é bem sexista.
Meu esposo e eu detestamos o filme.Intrigante mas nojento,repulsivo.
ResponderExcluirRidículo o galã Antonio Bandeiras se submeter a isso. Em primeiro lugar não houve estupro e a garota filha de Antonio Bandeiras foi até o jardim de livre e espontânea vontade(descaracterizando assim o suposto estupro). O médico cientista(Antonio Bandeiras) neste filme é sádico, inescrupuloso. Contudo esta etapa do filme mostra como é possível imaginarmos o paradeiro de muitas pessoas, mas não aqui no Brasil. Primeiro ele ofende, destrói a vida do moço, faz uma vaginoplastia involuntária, transforma ele numa pessoa parecida com sua esposa. Renega-a como mulher.No dia em que a pobre criatura é estuprada no seu cativeiro sombrio pelo irmão do médico, ele(o médico cientista lazarento ) resolve fazer sexo com brutalidade horas após...gente é repugnante!O transexual sente dores e o médico quer fazer sexo anal após um estupro?Desculpem mas o filme é um lixo.Gostei do final, apesar de tudo, gostei!
Os filmes de Almodóvar são inovadores. Isto já basta para torná-lo um ícone. Agora acho engraçado as pessoas gostarem de ver filmes de monstros, também escatológicos, nojentos e sádicos, mas se conformarem porque o montro tem cara de monstro, então está desculpado. No caso do Bandeiras, assim como o Dr. Lecter, são limpinhos, bonitinhos então tudo muda de repente. Vai entender.
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