O que os nerds fizeram em 1982 usando um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dispõe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar
- por André Lux, crítico-spam
Eu vi o "Tron" original nos cinemas quando tinha uns 12 anos. Lembro bem que o filme foi causou forte sensação entre a moçada principalmente pelos seus efeitos visuais (os primeiros feitos em computador, no caso na "unha" pelos programadores já que naquela época não existiam programas como conhecemos hoje).
E também pelo desenho de produção de cair o queixo (entre os criadores do visual do mundo virtual estava o grande Jean "Moebius" Giraud).
A história? Bem, era uma confusão das grandes, mas o que importava é que o personagem principal, Kevin Flynn (Jeff Bridges, super divertido), era sugado para dentro do computador e obrigado a lutar em vários tipos de jogos bacanas pelo vilão (o programa "Master Control" que, claro, havia adquirido consciência e queria dominar o mundo).
As lutas com os discos e com as motos geraram trocentas imitações, impressionam até hoje e o resto é história. E eis que, 29 anos depois do original, chega a continuação "Tron: O Legado", que utiliza tudo que há de mais moderno em computação gráfica. E, acreditem se quiserem, o novo filme parece bem mais datado e não chega nem perto da graça que continha o original!
O que os nerds da informática fizeram em 1982 usando um teclado e um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dispõe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar. Inacreditável! O desenho de produção é feio, sem graça, tudo é escuro e, pior, meio brega (principalmente o personagem Castor, que beira o ridículo com aquele cabelinho branco cheio de gumex).
Eita programa brega! |
Enfim, por uma série de artimanhas forçadas do roteiro, o filho do Flynn (feito por um rapaz inexpressivo) vai parar dentro do computador também e aí repete-se o enredo do original - mas as lutas de discos e motos são mil vez mais confusas e sem graça que as do original!
Só no finalzinho, na sequência da perseguição das naves é que o filme empolga um pouco. Mas é só. Nem a linda Olivia Wilde (a 13 do seriado "House") tem o que fazer, num personagem bobo e inútil. O único que sobra é Bridges, ainda divertido como Flynn. O Tron então, coitado, quase nem dá as caras no filme e tem uma participação vexaminosa.
A música, composta por uma dupla de DJs franceses que se auto-intitulam Daft Punk, é fraca e vai soar velha daqui há alguns meses - pior é que eles tentam incorporar às suas batidas eletrônicas o som de uma orquestra e ao fazer isso imitam o "estilo" do abominável Hans Zimmer, com aqueles repetitivos e intermináveis ostinatos do "Batman Begins"! E pensar que a trilha do "Tron" original era espetacular, composta pela transexual Wendy Carlos que escreveu as partituras originais para os filmes "Laranja Mecânica" e "O Iluminado", de Stanley Kubrick, ainda sob o nome Walter Carlos.
Uma tremenda decepção, até para quem estava com as expectativas bem baixas. A única emoção capaz de fazer a gente sentir é saudades do filme original...
Cotação: *
André, est´e meu post sobre a nova publicidade golpista da Globo News http://asarvoressaofaceisdeachar.blogspot.com/2011/01/nao-pense-na-cbn-muito-menos-na-globo.html
ResponderExcluirOlá estou começando um trabalho no meu blog, de divulgar notícias.Gostaria que pessoas como você mim seguisse.
ResponderExcluirOlá André!
ResponderExcluirLeio o Tudo em Cima já vai pra uns três anos, mas nunca cheguei a comentar...
Sobre o Tron Legacy... Obviamente que o original é insuperável, ainda mais sabendo que com poucos recursos (pra época), o Steven Lisberger, sob o aval da Disney, conseguiu realizar um clássico.
Mesmo que a seqüência, com toda a tecnologia de CGi disponível, não tenha o mesmo brilho do original, se destaca em alguns pontos:
- Quando o Sam boicota a reunião da Encom e disponibiliza a mais nova OS da empresa na Internet, temos aí uma referrência descarada ao Software Livre, não acha?
- Sobre a Trilha Sonora, tudo bem que o Daft Punk não é um primor de qualidade, mas se as músicas parecem datadas, talvez tenha sido essa a intenção deles, uma vez que 90% do que se faz de e-music hoje é basicamente o uso de freqüencias graves excitadas até o seu limite, sem preocupação com melodia. Pra trlha do Daft Punk isso não se aplica por completo, vide o encerramento, que "homenageia" a tecnologia antiga e chega a emocionar quem escuta (no meu caso).
O filme pode ter ficado muito abaixo do esperado por quem conhece o Tron de 82, mas com certeza não é uma bomba como foi o live-action do Speed Racer. Uma pena que as sequels de filme clássico, como o Tron, são feitas para serem assistidas por pessoas que só querem ver "mais um filminho pipoca na telona" e não pra quem é fã dos originais. Esse tipo de situação já aconteceu comigo quando fui ver o Terminator Salvation.
Cara,
ResponderExcluirConcordo com tudo que disse, apesar de ter encontrado referências interessantes no filme como a que Artie citou.
Só não concordo com uma coisa...
DAFT PUNK fraco??
Acredito que tenha que estudar mais sobre e-music e principalmente sobre eles.
O que eles fizeram, com primor, foi orchestrar musicas com referências explicitas a games, ficou incrível e por causa desta trilha eles já arrecadaram mais alguns prêmios na sua esplendorosa estante.
Sou fâ incondicional de e-music e o que eles fazem e principalmente já fizeram por este estilo não tem preço.
E isso aí!
Quase concordamos desta vez. rs
Abraço!
Só pra lembrar, eu amava o primeiro, mas reassisti, e, independente da inovação temática e tecnológica, é BEM ruim.
ResponderExcluirMas esse é BEM pior.
Discordo que o novo TRON seja pior que o primeiro...
ResponderExcluirA grande vantagem do original foi a originalidade da ideia. E um tom mais assumidamente "nerd", enquanto o Tron:O Legado vai por uma linha mais "dark", meio Blade Runner, meio Batman.
Porém, as duas histórias são fracas.
De elenco, Jeff Bridges brilha nos dois filmes, a favor do Tron original temos David Warner (o Sr. Ed Dillinger) e no "Legado" o jovem Garrett Hedlund não faz feio. E claro,a Olivia Wilde dispensa apresentações. O resto é dispensável.
Por fim, gosto das duas trilhas sonoras, são de épocas diferentes, com enfoques diferentes, ouço ambas com o mesmo prazer.
pô vei nada ver que tu falou tron o legado é muito massa, a guerra de discos, o desafio da grade .
ResponderExcluirCOMO VOÇÉ EM SUA CONSCIENCIA FALA QUE TRON LEGADO É UMA DROGA??????