LIXO DESPREZÍVEL
Refilmagem de clássico juvenil vira mais um filme para machos em delírio movido pelo ignóbil tema “vingança e retaliação”
- por André Lux, crítico-spam
Eu vi o “Fúria de Titãs” original quando tinha uns 11 anos de idade. Fiquei várias noites sem dormir por causa da Medusa. Para a minha geração aquele filminho despretensioso, cujos efeitos visuais baseiam-se inteiramente na técnica do stop-motion criada pelo genial Ray Harryhausen, marcou época.
E eis que os “jênios” de Roliudi resolveram refilmá-lo, agora com efeitos especiais de última geração! Mas não se engane: esse novo “Fúria de Titãs” não tem nada a ver com clima romântico da aventura original, sendo apenas mais um desses filmes para machos em delírio movidos pelo ignóbil tema “vingança e retaliação” que faz a cabeça de brucutus descerebrados mundo afora.
Assim, o roteiro sem pé nem cabeça segue os passos do igualmente desprezível “Gladiador”, trazendo um Perseu de cabelo raspado (Sam Worthington, de “Avatar”, expressivo como uma escultura de pedra) cuja missão é vingar a morte dos pais pelas mãos do deus Hades (um Ralph Fienes atacado por algum problema que o deixou afônico). Mas o que ninguém sabe é que Hades está tramando a derrubado do chefão Zeus (Liam Neeson, com visual “Jesus Cristo em armadura brilhante”) que está perdendo os poderes porque os humanos não rezam mais como antes.
Furioso, Zeus manda o Kraken, que aqui tem a altura de um prédio de 30 andares e tentáculos infinitos, destruir a cidade de Argos a não ser que o rei mate em sacrifício sua filha Andrômeda (pelo jeito isso vai fazer todo mundo voltar a rezar). No original, Perseu, que é filho de Zeus com uma humana, e Andrômeda se apaixonam e ele sai em missão a fim descobrir como deter o Kraken para salvar sua amada. Nesse novo, ele não está nem aí para a bela mocinha e só pensa em se vingar do malvado Hades, ao lado de um monte de guerreiros fortões mal humorados.
Por sinal, Perseu aprende a lutar magistralmente com uma espada depois de uma aula que dura exatos 30 segundos (tudo bem gente, ele é um semideus!). O mais estranho é que Zeus fica toda hora dando uma mão para o seu filho Perseu. Ué, mas não foi ele mesmo quem mandou o Kraken destruir Argos para dar uma lição nos humanos? Um caso clássico de esquizofrenia divina, na certa...
E aí Perseu e sua trupe passam por mil perigos, enfrentam monstros digitais genéricos, encontram os incríveis homens-carvão (é sério!), lutam com a Medusa (que desliza mais rápida que uma Ferrari), tudo ao som de uma “música” ridícula de um Zé Ruela de nome impronunciável que não passa de mais um dos clones do abominável Hans Zimmer (e lembrar que o original tinha uma trilha maravilhosa composta por Laurence Rosenthal!).
É tanta besteira e ruindade juntas que não dá nem para dar risada, pois além de tudo o filme é “super sério”, cheio de frases de efeitos e tomadas posadas. Isso quando você consegue ver alguma coisa, pois a edição frenética é daquelas que deixam qualquer um com dor de cabeça.
Perto desse lixo desprezível, o filme original vira um verdadeiro clássico! Sem brincadeira...
Cotação: *
Rapaz. Coincidência. Assisti ao filme ontem e assim, gostei, bom divertimento pra quem não tem pretensões maiores... mas sinceramente? achei q faltou algo... foi mto chinfrim.. sem graça... sem emoção.. putz! a parte dos escorpiões é igual aos Transformers!!
ResponderExcluiro filme é muito mecânico e previsível. Lembro bem quando assisti a primeira versão, passei mto medo tb.. não só da medusa, mas de todos em geral!
Mas tudo bem.. por essas e outras que não vou ao cinema mais.. prefiro assistir os filmes depois!