sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filmes: "1492: A Conquista do Paraíso"

DESCOBERTA OU INVASÃO?

Ridley Scott mostra que a “conquista do paraíso” foi na verdade um terrível banho de sangue, que levou à extinção da maioria dos nativos do continente americano.

- por André Lux, crítico-spam

Na época em que foram comemorados os 500 anos da “descoberta” (ou seria invasão?) da América, Róliudi produziu dois filmes sobre o assunto, mas apenas um é digno de nota.

“1492: A Conquista do Paraíso” marcou também a última obra decente do cineasta Ridley Scott, que em tempos áureos nos brindou com gemas como “Os Duelistas”, “Alien” e “Blade Runner” antes de se vender de vez para o cinemão comercial dos EUA para o qual dirigiu abominações como “Gladiador”, “Hannibal” e “Falcão Negro em Perigo”.

Ajudado em muito pela direção de fotografia de Adrian Biddle (a chegada dos europeus ao “novo mundo” é simplesmente espetacular) e pela música primorosa do grego Vangelis, Scott usa todo seu talento estético para mostrar a conquista da América com tintas realistas e sem concessões.

Nem mesmo a figura mítica de Cristovão Colombo é poupada e, mesmo tendo a princípio boas intenções, todos seus erros, falhas e fracassos são enfatizados pelo bom roteiro de Roselyne Bosch. Scott mostra acertadamente que a tal “conquista do paraíso” foi na verdade um terrível banho de sangue, que levou à extinção da maioria dos nativos do continente americano.

Embora não consiga fugir de alguns clichês (tais como exagerar na canalhice dos nobres espanhóis e apelar para cenas recheadas de frases de efeito), o filme é literalmente carregado nas costas pelo grande Gerard Depardieu como Colombo, cujo único defeito é escorregar num inglês macarrônico de vez em quando (dizem que o filme melhora na versão francesa, com a voz original de Depardieu). O restante do elenco é “multinacional” e bastante homogeneo.

Justamente por não ser o retrato heróico da “descoberta” das Américas que a maioria esperava naquela época de celebrações, “1492” fracassou no mundo inteiro e recebeu críticas bem negativas dos profissionais da opinião.

Mas numa revisão, ele melhora muito e é daqueles raros casos que servem tanto como bom espetáculo cinematográfico quanto para uma boa aula de história.

Procure ver “1492” na versão em widescreen e sem cortes que existe para venda no Brasil. A outra versão é em tela cheia e com cortes nas cenas de violência, fatores que simplesmente destroem toda a beleza e força do filme.

Cotação: * * * *

5 comentários:

  1. Ôba, a versão que eu tenho é widescreen e ainda vou assitir.

    Um abraço.

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  2. Concordo com praticamente tudo que vc escreveu André, só não na parte que vc afirma que Gladiador e Falcão Negro são filmes ruins.

    São dois filmaços

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  3. Concordo com você 100%. Na comunidade do Ridley Scott do Orkut, elogiei o Blade Runner, o Alien e o Duelistas, mas detonei o Falcão, o Cruzada e o Gladiador, e quase fui execrado. Refugiando-se naquele saco de gatos que é o argumento "ficção", o pessoal acha que qualquer coisa é justificável. O Falcão então beira chega a ser imoral, mostrando uma produção impecável para glorificar o massacre dos favelados, contra menos de 20 civilizados. É duro ver um diretor ser tão decadente como o Scott.

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  4. Discordo completamente quando vc fala que Gladiador e Falcão Negro são filmes ruins.

    Mais um achismo empírico pautado no subjetivismo barato sem conclusão baseada em dados lógicos. De críticos que emitem opinião pessoal sem respaldo na lógica de argumentação, ou na lógica de comparação o braZil está cheio.

    Ridley Scott permanece como um TITÃ muito acima de lixos rasteiros unidimensionais e supervalorizados como Tarantino, Tim Burton e Woody Allen. Se vc falar mal de G.I. Jane, American gangester do Ridleys Scott usando lógica de argumentação eu até concordo, mas falar de Gladiador e Falcão Negro, só pq vc não gostou carece de embasamento.

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  5. Estou baixando este filme neste momento do Youtube. e pretendo assistir ainda hoje. Só de ou
    vir a linda música do Vangelis já dá emoção

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