Postagem em destaque

SEJA UM PADRINHO DO TUDO EM CIMA!

Contribua com o Tudo Em Cima!   Para isso, basta você clicar no botão abaixo e ir para o site Padrim, onde poderá escolher a melhor forma d...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Filmes: "O DISCURSO DO REI"

"Falar ou não falar, eis a questão!"
POBRE REI GAGO

Feito sob medida para concorrer a várias estatuetas em todos os prêmios possíveis, filme só não é mais soporífero porque conta com uma estupenda atuação de Geofrey Rush

- por André Lux, crítico-spam

Entra ano e sai ano e de uma coisa você pode ter certeza: pelo menos um filme sobre a família real inglesa será produzido e fatalmente estará entre os concorrentes mais fortes nas premiações autoaduladoras da indústria cinematográfica.

Agora é a vez de "O Discurso do Rei", melodrama que tem como intenção principal mostrar que mesmo sendo ricos, poderosos e famosos, os de sangue real também são gente como a gente. Aqui conta-se a história do rei George VI que, coitado, sofria de gagueira! Imagine o quão terrível deveria ser para o soberano de um vasto império sofrer desse terrível mal...

Feito sob medida para concorrer a várias estatuetas em todos os prêmios possíveis (está concorrendo a 12 Oscars, que glória!), "O Discurso do Rei" só não é mais soporífero porque conta com uma estupenda atuação de Geofrey Rush, no papel do sujeito que tenta ajudar o pobre rei a vencer sua gagueira. Ele é o único que consegue se sobressair com muito entusiasmo e verdade em um produção cheia de pompa e circunstância, feita milimetricamente para agradar críticos profissionais esnobes e responsáveis por nomeações a prêmios.

No papel principal temos Colin Firth, mais conhecido por inúmeras encarnações de bobo alegre em filmes como "O Diário de Bridget Jones" e similares, aqui lutando para manter a dignidade enquanto torra o saco do espectador ao proferir seus diálogos recheados da gagueira do rei em questão.

O filme termina com o rei feliz da Silva por ter sido capaz de ler um discurso sem gaguejar muito - o fato do conteúdo ser uma declaração de guerra a Alemanha nazista de Hitler passa batido, afinal o importante mesmo é que o herói conseguiu vencer seus traumas de infância e repetiu tudo direitinho! E viva a família real inglesa! O que seria de nós sem eles, não?

Cotação: * *

Luto: Morre John Barry, um dos maiores compositores de trilhas de cinema

O mestre John Barry
LONDRES — O compositor britânico John Barry, vencedor de cinco Oscar e conhecido pelas trilhas sonoras de 11 filmes de James Bond, faleceu aos 77 anos, anunciou a família do músico.

Barry morreu no domingo em Nova York, onde viveu nos últimos anos, vítima de um ataque cardíaco.
O compositor ganhou fama com os filmes da série 007, entre eles "Goldfinger", "Da Rússia com Amor" e "Só se vive duas vezes".

"Eu acredito que James Bond teria sido bem menos 'cool' sem John Barry", afirmou David Arnold, que sucedeu o músico como o compositor das trilhas de 007, que descreveu a morte de Barry como uma "perda profunda".

Apesar de não ser o compositor do tema clássico da série, que ficou a cargo de Monty Norman, Barry foi o responsável pelos arranjos da melodia que virou a marca registrada das aventuras do agente 007.

No entanto, as aventuras de 007 representaram apenas parte dos mais de 100 filmes nos quais Barry trabalhou durante a carreira e que lhe renderam uma OBE (Order of the British Empire, Ordem do Império Britânico) em 1999.

O compositor venceu os Oscar por "A História de Elza" (1966), pelo qual além de Trilha Sonora também faturou a estatueta de Canção Original em "O Leão no Inverno" (1968), "Entre Dois Amores" (1986) e "Dança com Lobos" (1991).

Também foi indicado ao prêmio da indústria cinematográfica americana outras duas vezes, por "Mary Stuart, Rainha da Escócia" (1971) e "Chaplin" (1992).

Entre as mais de 100 trilhas sonoras que compôs na carreira, um dos destaques é a de "Perdidos na Noite" (1969), pela qual venceu um Grammy. A última foi a de Enigma, de 2001.

Nascido em 1933 na cidade inglesa de York (norte), desenvolveu a vocação desde pequeno. O pai era proprietário de várias salas de cinema, e a mãe, pianista.

Depois de estudar piano e trompete, Barry montou em 1957 um grupo de rock and roll, o "The John Barry Seven", antes de começar a trabalhar na televisão e no cinema.

Casado quatro vezes, uma delas durante três anos com a atriz Jane Birkin, John Barry vivia desde 1978 com a quarta esposa, Laurie, nos Estados Unidos. Tinha quatro filhos e cinco netos.

"É com grande tristeza que a família do compositor John Barry anuncia sua morte em 30 de janeiro de 2011 em Nova York", afirma um comunicado.

A família também informou que o funeral será privado.

Filmes: "A REDE SOCIAL"

O NERD PSICOPATA

A única emoção que o filme passa é uma vontade imensa de encerrar a conta do Facebook!

- por André Lux, crítico-spam

O diretor David Fincher virou queridinho em Róliudi por causa do brilhante "Seven", porém depois só fez filmes fracos (como "O Quarto do Pânico" e "Zodíaco") ou simplesmente desprezíveis (como "Clube da Luta" e "O Curioso Caso de Benjamin Button"). Quase todos fracassos de bilheteria. Mesmo assim, continuou com seu prestígio inabalado - o que é comprovado com esse "A Rede Social", que trata da criação do site de relacionamentos Facebook.

Louvado pelos profissionais da opinião no mundo inteiro e agraciado com dezenas de indicações aos prêmios autoaduladores da indústria cinematográfica estadunidense, "A Rede Social" não passa de um semi documentário filmado com pretensão que no final resulta vazio e dramaticamente nulo. O fundador do Facebook, Mark Zuckerburg (Jesse Eisenberg), é pintado como um nerd que é tão idiota quanto genial e o filme não passa disso. Impressiona a falta de escrúpulos e de qualquer sensibilidade do sujeito, que parece mesmo ser quase um psicopata ao trair sem qualquer pudor até mesmo seu (único) amigo, o brasileiro Eduardo Saverin.

Fincher poderia ter usado essa premissa para fazer um estudo sobre a atual sociedade em que vivemos, onde a busca por sucesso e dinheiro a qualquer custo transforma até jovens em monstros e na qual o mundo virtual da internet serve de depósito para todo tipo de rancor e frustração. Nesse sentido, "A Rede Social" poderia ter sido o "Cidadão Kane" da nossa época. Todavia, o diretor opta por filmar tudo à distância e com mão pesada, sem tentar humanizar os personagens que são de uma unidemensionalidade impressionante. Por causa disso, "A Rede Social" resulta num filme frio e chato até - principalmente em seus primeiros dois terços, na qual assistimos a dois tempos narrativos: o passado, da criação do Facebook e da interação de Zuckerburg com os outros personagens, e o presente, dos processos legais que os que se sentiram prejudicados moveram contra ele.

É só na última parte, quando é mostrada a traição contra o colega brasileiro, que "A Rede Social" consegue passar algum tipo de emoção - nem que seja uma vontade imensa de encerrar a conta no Facebook! Fora isso, trata-se de mais um delírio coletivo dos profissionais da opinião e da indústria do cinema estadunidense, que tentam elevar à categoria de obra prima um filme sem qualquer relevância (nem mesmo técnica). Se for para ver nerds irritantes em ação, prefiro o Sheldon de "The Big Bang Theory" que ao menos é comédia.

Cotação: * *

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DVD: "SOLARIS"

ENIGMA SEDUTOR

Quem procura algo mais no cinema do que simples diversão e entretenimento descerebrado pode e deve assistir "Solaris".

- por André Lux,crítico-spam

Há pelo menos uma cena antológica em "Solaris" de Steven Soderbergh: ao falar sobre a descoberta do estranho planeta que dá nome ao filme com seu amigo psiquiatra Chris Kelvin (George Clooney), o cientista Gibarian descreve: "Ao observarmos Solaris, ele reagia como se soubesse que estava sendo observado". Ao mesmo tempo em que essa fala é proferida, observamos a bela Rheya (Natascha McElhone) desfilando sedutoramente na tela, reagindo ao olhar penetrante de Kelvin. Essa cena primorosamente dirigida e editada é a chave para a compreensão do filme como um todo, especialmente a sua conclusão.

Baseado no livro do escritor polonês Stanislaw Lem, "Solaris" narra a história de um grupo de cientistas a bordo de uma estação espacial em órbita de um planeta que parece ter vida própria e estranhos poderes, capaz de materializar sonhos e desejos dos tripulantes levando todos à beira da loucura. Para tentar solucionar o enigma, é enviado ao local o psiquiatra Kelvin, que passa também a sofrer com as aparições de sua falecida esposa cuja morte o deixou traumatizado.

Essa trama já havia sido adaptada para os cinemas em 1972 pelo pretensioso cineasta russo Andrei Tarkovsky. Embora a nova versão também tenha um ritmo lento e bastante cerebral, as semelhanças entre as duas versões acabam aí. No primeiro filme predominava um clima árido e desprovido de emoção e sobravam discussões filosóficas enigmáticas e enfadonhas, bem como intermináveis seqüências que nada acrescentavam à trama (como um passeio de carro pelas ruas de Moscou que dura longos minutos!). Tudo isso prejudica a narrativa e aliena o espectador, de tal forma que transforma a conclusão do filme do Tarkovsky em algo praticamente indecifrável (exceto para quem leu o livro).

Já Soderbergh, também autor do roteiro e montador da nova versão, preferiu investir em um clima mais humano dando maior ênfase ao relacionamento do casal central, cujos encontros e desencontros são apresentados por meio de uma narrativa brilhante e convincente, na qual presente, passado e futuro se misturam e se fundem sem nunca perder o fio da meada. É louvável o grau de maturidade que o diretor tem ao analisar a relação do casal, fato que parece incomodar algumas pessoas (prova disso é a ridícula polêmica levantada em relação à nudez de Clooney em uma cena totalmente casual).

Ao contrário da verborrágica e indecifrável fita de Tarkovsky, as questões levantadas pelo autor do livro - muitas delas relativas à própria natureza do ser humano - ficam perfeitamente claras na nova versão e, portanto, tornam-se relevantes tanto para a trama do filme quanto para o espectador mais atento. É nesses momentos que "Solaris" chega perto de tornar-se uma obra-prima da ficção científica.

Pena que o filme caia um pouco quando surgem em cena os atores coadjuvantes Jeremy Davies (como Snow) e Viola Davis (na pele da comandante Gordon), pois ambos são muito fracos e destoam completamente do restante. O visual do planeta também deixa a desejar (ficou parecendo uma bexiga cor-de-rosa que brilha no escuro) e perde feio se comparado ao do filme de Tarkovsky, que era muito mais enigmático e perturbador. Muitos reclamam também da conclusão do novo filme, que realmente difere da do livro e da primeira versão, mas a verdade é que ela em nada afeta o resultado final. Apenas demonstra que Soderbergh não teve medo de apresentar sua própria versão do que o planeta buscava - fato deixado em aberto na obra original.

Mas, gostem ou não do resultado final, "Solaris" é mais uma prova da versatilidade e da coragem desse jovem cineasta que não se cansa de surpreender ao buscar novas e diferentes fontes de inspiração para suas obras, ao invés de render-se a fórmulas de sucesso fácil. Basta lembrar que logo depois de realizar "Erin Brockovich", um filme comercial feito para promover a celebridade Julia Roberts (em papel que lhe rendeu até um Oscar de melhor atriz!), Soderbergh dirigiu "Traffic", um pertinente e inquietante drama sobre o tráfico de drogas - assunto que muitos considerariam como anti-comercial.

Quem procura algo mais no cinema do que simples diversão e entretenimento descerebrado pode e deve assistir "Solaris". O restante certamente deve passar longe, já que não se trata de uma ficção científica que procura dar respostas ou mesmo soluções fáceis e certamente vai exigir um maior grau de maturidade e atenção da platéia. Assim como acrescenta um dos personagens acerca do natureza do enigmático planeta, o filme apresenta apenas escolhas, cabendo ao espectador fazer a sua.

Cotação: * * * *

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Filmes: "TRON: O LEGADO"

SAUDADES DO ORIGINAL

O que os nerds fizeram em 1982 usando um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dispõe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar

- por André Lux, crítico-spam

Eu vi o "Tron" original nos cinemas quando tinha uns 12 anos. Lembro bem que o filme foi causou forte sensação entre a moçada principalmente pelos seus efeitos visuais (os primeiros feitos em computador, no caso na "unha" pelos programadores já que naquela época não existiam programas como conhecemos hoje). 

E também pelo desenho de produção de cair o queixo (entre os criadores do visual do mundo virtual estava o grande Jean "Moebius" Giraud).

A história? Bem, era uma confusão das grandes, mas o que importava é que o personagem principal, Kevin Flynn (Jeff Bridges, super divertido), era sugado para dentro do computador e obrigado a lutar em vários tipos de jogos bacanas pelo vilão (o programa "Master Control" que, claro, havia adquirido consciência e queria dominar o mundo).

As lutas com os discos e com as motos geraram trocentas imitações, impressionam até hoje e o resto é história. E eis que, 29 anos depois do original, chega a continuação "Tron: O Legado", que utiliza tudo que há de mais moderno em computação gráfica. E, acreditem se quiserem, o novo filme parece bem mais datado e não chega nem perto da graça que continha o original! 

O que os nerds da informática fizeram em 1982 usando um teclado e um processador do tamanho de uma geladeira, os atuais, que dispõe de tecnologia avançada, não chegaram nem perto de conquistar. Inacreditável! O desenho de produção é feio, sem graça, tudo é escuro e, pior, meio brega (principalmente o personagem Castor, que beira o ridículo com aquele cabelinho branco cheio de gumex).

Eita programa brega!
A história consegue inclusive fazer menos sentido que a do original e agora envolve o surgimento de uma nova forma de vida dentro do computador (hein?), que passa a ser dominado por um programa enlouquecido criado pelo próprio Kevin Flynn (que está preso no mundo virtual há duas décadas) à sua imagem (a recriação em CGI de um Jeff Bridges novinho em folha para representar o personagem impressiona).

Enfim, por uma série de artimanhas forçadas do roteiro, o filho do Flynn (feito por um rapaz inexpressivo) vai parar dentro do computador também e aí repete-se o enredo do original - mas as lutas de discos e motos são mil vez mais confusas e sem graça que as do original!

Só no finalzinho, na sequência da perseguição das naves é que o filme empolga um pouco. Mas é só. Nem a linda Olivia Wilde (a 13 do seriado "House") tem o que fazer, num personagem bobo e inútil. O único que sobra é Bridges, ainda divertido como Flynn. O Tron então, coitado, quase nem dá as caras no filme e tem uma participação vexaminosa.

A música, composta por uma dupla de DJs franceses que se auto-intitulam Daft Punk, é fraca e vai soar velha daqui há alguns meses - pior é que eles tentam incorporar às suas batidas eletrônicas o som de uma orquestra e ao fazer isso imitam o "estilo" do abominável Hans Zimmer, com aqueles repetitivos e intermináveis ostinatos do "Batman Begins"! E pensar que a trilha do "Tron" original era espetacular, composta pela transexual Wendy Carlos que escreveu as partituras originais para os filmes "Laranja Mecânica" e "O Iluminado", de Stanley Kubrick, ainda sob o nome Walter Carlos.

Uma tremenda decepção, até para quem estava com as expectativas bem baixas. A única emoção capaz de fazer a gente sentir é saudades do filme original...

Cotação: *

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Filmes: "Incontrolável"

UM ENLATADO DOS BONS

Para quem gosta de um bom filme de ação repleto de suspense e correrias esse é uma boa pedida

- por André Lux, crítico-spam

De vez em quando a máquina de fazer enlatados de Roliudi acerta e produz um bom filme de ação e suspense. É o caso desse "Incontrolável" dirigido pelo irmão menos talentoso de Ridley Scott, Tony Scott que foi responsável por algumas das maiores bombas do cinema, entre elas o insuperável "Top Gun".

"Incontrolável" conta uma história real, mudando alguns fatos (como o local da ação) e, claro, acrescentando detalhes mais dramáticos. Por incompetência de dois funcionários da companhia de trens, um deles sai correndo sem ninguém a bordo em uma das linhas principais, ameaçando os outros trens que vem ao seu encontro e as comunidades que existem em volta da linha.

O filme é muito bem feito e tem efeitos especiais bem convincentes para recriar trombadas, descarrilhamentos e outros acidentes que vão acontecendo enquanto os responsáveis pela companhia tentam recuperar o controle do trem e evitar maiores tragédias.

Paralela a essa ação de resgate, somos apresentados ao dois funcionários da empresa - um veterano, interpretado com a propriedade de sempre por Denzel Washington, e um novato rebelde, na pele de Chris Pine (o novo capitão Kirk de "Star Trek"), que cumprem um trabalho rotineiro de conduzir um trem de carga a outra estação. No meio do caminho, eles cruzam com o trem desgovernado e decidem partir em seu encalço, de ré, para tentar pará-lo.

Enfim, não é nada de novo nem vai revolucionar a sétima arte, porém para quem gosta de um bom filme de ação repleto de suspense e correrias esse "Incontrolável" é uma boa pedida.

Cotação: * * *