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segunda-feira, 30 de março de 2009

Luto: Compositor Maurice Jarre morre aos 84 anos

Mais uma notícia triste para os apreciadores da boa música do cinema. Morreu, no dia 29 de março, em Los Angeles, o compositor Maurice Jarre, autor de trilhas sonoras memoráveis como "Lawrence da Arábia", "Doutor Zhivago", "Mad Max Além da Cúpula do Trovão", "A Filha de Ryan", "Passagem para a Índia", "Topázio", "Ghost", "Inimigo Meu", "O Homem Que Queria Ser Rei" e mais de 160 outras.

Confesso que Jarre não entraria na minha lista dos 10 compositores favoritos, suas trilhas mais recentes, como "Sem Saída", "Atração Fatal", "Sociedade dos Poetas Mortos", eram praticamente todas eletrônicas (talvez por influência do sucesso do filho Jean-Michel Jarre) e infelizmente bem fraquinhas. Porém, é inegável que criou partituras clássicas que serão lembradas para sempre!

Confira abaixo algumas de suas obras e uma suite de "Lawrence da Arábia", regida pelo próprio Maurice Jarre.



quinta-feira, 26 de março de 2009

Séries: THE L WORD (Última Temporada)

FINAL MELANCÓLICO

É muito triste ver uma série que começou com tantas promessas terminar de forma tão deprimente e sem sentido.

- por André Lux, crítico-spam simpatizante

Não poderia ter sido mais melancólico e decepcionante o final da sexta e última temporada da série “The L Word”.

Mas não era imprevisível, visto que somente a primeira temporada é que foi realmente boa (leia minha análise neste link). A partir da segunda, a qualidade da série foi decaindo exponencialmente até chegar ao que chegou.

Até agora não consegui entender o que aconteceu com os idealizadores da série, especialmente com a criadora e principal roteirista Ilene Chaiken, que surgiu como uma lufada de ar fresco na mesmice da programação das redes de TV, trazendo para a telinha histórias fortes, picantes e realistas de um grupo de lésbicas de Los Angeles.

Tudo que era verdadeiro, emocionante e divertido na primeira temporada foi, aos poucos, se transformando no contrário. Principalmente a partir da terceira temporada, que foi onde a coisa realmente desandou. As situações começaram a ficar cada vez mais forçadas e inverossímeis.

O que era sério e realista virou dramalhão sem sentido. Saiu de cena o humor fino e entrou o puro pastelão rasteiro. É incrível também a facilidade como todo mundo na série perde um emprego e arruma outro rapidinho, sem qualquer problema e sempre ganhando mais!

Incomodou também a inserção de péssimos novos personagens, como a horrível Papi, representando todos os piores estereótipos da mulher latina, e a chatíssima transexual feminina Moira, ainda por cima interpretada por uma atriz péssima.

Isso sem falar na mudança de personalidade de algumas personagens-chave, que foram literalmente da água para o vinho – como, por exemplo, a arrogante e dominadora Helena Peabody (a belíssima Rachel Shelley) que se transformou, sem qualquer motivo, numa mulher chorona e submissa.

Mas a pior mudança mesmo, que realmente destruiu a série, foi feita na personagem Jenny Schectter (Mia Kirshner). Ela, que na primeira temporada, descobriu sua bissexualidade e foi responsável por momentos de forte emoção e verdade, transformou-se, principalmente nas três últimas temporadas, numa dondoca petulante e estúpida que, ridículo do ridículo, virou diretora de cinema depois que um livro seu, inspirado na vida dela e das amigas, virou best-seller e foi comprado por um estúdio de Hollywood!

Por que não mataram ela antes?
E se não bastasse a total falta de credibilidade da situação, praticamente todo o resto da série ficou gravitando em torno dos chiliques de Jenny e das constrangedoras filmagens do seu "Lez Girls", deixando “The L Word” praticamente intragável.

Nem mesmo algumas sub-tramas e novos personagens realmente interessantes (como o romance entre Beth e a artista surda-muda Jodi, interpretada pela talentosa Marlee Matlin, ou o drama da soldado que, por ser lésbica, é ameaçada de expulsão pelo exército) conseguiram salvar a série, que foi afundando até chegar à última temporada que, acreditem, gira totalmente em torno de uma única questão: “quem matou Jenny Schectter”?

Por que não a mataram antes é a pergunta que realmente gostaríamos de ver respondida...

Enfim, é muito triste ver uma série que começou com tantas promessas terminar de forma tão deprimente e sem sentido.

Para vocês terem uma idéia do tamanho da besteira, o último episódio acaba com todas as personagens chegando numa delegacia de polícia para prestar depoimento sobre a morte de Jenny (que, pasmem, nem é solucionada!) e, de repente, começam a andar sorridentes e de forma posada em câmera lenta, como se estivessem numa passarela. The End!

Lamentável...

Cotação: *

quarta-feira, 18 de março de 2009

Jornada nas Estrelas: Tributo a Jerry Goldsmith

Assistam ao bonito tributo feito pelos responsáveis da franquia Jornada nas Estrelas ao grande compositor Jerry Goldsmith, contido no DVD no oitavo filme para o cinema, "Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato".

Contém entrevistas com diretores, atores, compositores e com o próprio Jerry. Em inglês, sem legendas (infelizmente). Dividido em duas partes. Mais abaixo, o tema principal e a batalha dos Klingos de "Jornada nas Estrelas: O Filme", de 1979, uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos!





quinta-feira, 12 de março de 2009

Filmes: "WATCHMEN"

ESPETACULAR E EMOCIONANTE

Mais importante do que o enredo são as questões que a obra levanta, principalmente as políticas, fortemente representadas nas figuras do Comediante e do Rorschach, os personagens mais carismáticos que não passam de sociopatas praticantes da máxima fascista “bandido bom é bandido morto!”.

- por André Lux, crítico-spam

Quem não leu “Watchmen” na época de seu lançamento não sabe a revolução que aquela obra causou no mundo dos quadrinhos. Lembro-me até hoje da angústia que era esperar que o próximo fascículo da saga criada por Alan Moore e Dave Gibbons chegasse às bancas. Por isso, acho difícil que o público atual, especialmente aquele que não conhece a graphic novel, será abalado pelo filme, já que o sem número de obras que beberam de sua fonte (como a animação “Os Incríveis”) certamente vão tirar seu impacto. É mais ou menos como o meu sobrinho de 16 anos, que nunca viu os “Indiana Jones” originais, mas assistiu ao quarto filme lançado há pouco tempo nos cinemas. Sabe o que ele me disse? “Pô, esse filme é cópia da Múmia!”. Pois é, tio sofre...

Mas, eu que sou fã incondicional da obra, achei “Watchmen”, o filme, espetacular. Sei que muitos vão reclamar das mudanças e reduções, porém isso é inevitável nesse tipo de empreitada e, na minha opinião, não reduziram em nada o valor da obra. Confesso que fiquei um pouco apreensivo ao saber que o diretor seria o mesmo do irregular “300”, Zack Snyder. Porém, o sujeito deu conta do recado e conseguiu transportar para as telas o clima e o desenho dos quadrinhos de forma quase irretocável. Só faço ressalvas a algumas cenas onde exageram na violência (defeito que “300” também tinha).

Todas as questões filosóficas e políticas levantadas pelo texto de Alan Moore (não por acaso, o mesmo autor de “V de Vingança”) estão no filme, que retrata uma realidade paralela, onde vigilantes mascarados faziam justiça com as próprias mãos e os EUA venceram a guerra no Vietnam graças à ajuda do invencível Dr. Manhattan, um semi-deus criado a partir de um cientista exposto a uma experiência radioativa que passa a maior parte da projeção peladão (imagino que os realizadores serão, no mínimo, excomungados por mostrarem um super-herói com o pinto de fora!).

Graças a tudo isso, o infame Richard Nixon é reeleito por três mandatos e os EUA viram um Estado praticamente fascista, onde até os vigilantes mascarados são considerados foras da lei – exceto o truculento Comediante e o Dr. Manhattan que, além do Vietnam, ajudam Nixon a derrubar “governos marxistas” no mundo (reparem como, nesse ponto, a obra foi premonitória do governo de Bush Júnior!). O problema é que isso causa uma escalada de tensões entre os EUA e a União Soviética, ao ponto de praticamente iniciarem uma guerra nuclear. Pode ter certeza que a trama é bem confusa e fica ainda pior quando chega a conclusão, que é arrebatadora, totalmente inesperada e vai exigir atenção máxima.

Mais importante do que o enredo em si, porém, são as questões que a obra levanta, principalmente as políticas, que estão mais fortemente representadas nas figuras do Comediante e do Rorschach, já que ambos acabam sendo os personagens mais carismáticos ao mesmo tempo em que não passam de dois sociopatas violentíssimos e praticantes daquela velha máxima fascista “bandido bom é bandido morto!”. O problema é que, no final das contas, a gente fica sem saber quem são realmente os bandidos e os mocinhos nessa história maluca - o que, espero, faça as pessoas pensarem um pouco melhor no perigo que esse tipo de ideologia maniqueísta esconde.

Tecnicamente o filme é irrepreensível, tem efeitos visuais muito bons, mas sem exageros, fotografia e edição adequadas ao clima caótico do enredo e faz bom uso (às vezes de forma irônica) de músicas famosas de Bob Dylan, Janis Joplin, Nat King Cole, Simon & Garfunkel entre outros. “A Cavalgada das Walkyrias” de Richard Wagner aparece na cena do Vietnam traçando paralelo com a insanidade de “Apocalipse Now” e duas faixas minimalistas de Phillip Glass foram usadas na cena da origem do Dr. Manhattan de forma primorosa. Já a trilha incidental, composta por um tal de Tyler Bates, é funcional, porém não acrescenta nada a mais, o que é sempre uma pena (nessa hora que sentimos a falta de um compositor de verdade, como um Goldsmith ou Morricone, criando uma partitura musical que eleve o filme e os personagens além do trivial).

O elenco, formado quase todo por atores pouco conhecidos, também é perfeito, embora quem roube a cena - exatamente como nos quadrinhos - seja o megafascista Rorschach, perfeito na pele de Jack Earle Halley (que foi um pedófilo em “Pecados Íntimos”).

Bom, já escrevi demais. Para resumir: o filme é espetacular, emocionante até. Vale a pena ser visto e revisto. E parece que vem aí uma versão ainda mais longa (essa que está nos cinemas tem 163 minutos), que vai incluir diversas cenas inéditas, inclusive os terríveis “Contos do Cargueiro Negro”. É esperar para ver!

Cotação: * * * * *