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sábado, 21 de maio de 2005

Filmes: "Star Wars: Episódio 3 - A Vingança dos Sith"

A FORÇA NÃO ESTÁ MAIS COM ELE

George Lucas encerra a trilogia inicial de forma constrangedora e comprova que não tinha mesmo mais nada a dizer

- por André Lux, crítico-spam

Finalmente chegou a hora que todo fã da série criada por George Lucas em 1977 esperava desde que ficamos sabendo que ele filmaria a trilogia anterior, a qual deveria mostrar o processo de ascensão e queda de Anakin Skywalker de cavaleiro Jedi para Lorde do Sith.

“Star Wars – Episódio 3: A Vingança dos Sith” era a chance de vermos explicadas, ou ao menos reparadas, todas besteiras e incongruências mostradas nos dois filmes anteriores, já que havia uma esperança que Lucas realmente soubesse o que estava fazendo desde o início e, portanto, teria guardado várias cartas na manga para fechar a trilogia inicial em grande estilo e com alguma coerência.

Mas, tristeza das tristezas, a esperança era falsa. O terceiro filme é tão desconjuntado e sem sentido quanto os outros dois. E as supostas explicações soam forçadas e tolas, especialmente aquela que quer nos convencer que tudo que foi mostrado nos filmes anteriores (inclusive o nascimento de Anakin) fazia parte do infalível plano de conquista do poder de Palpatine! Imperdoável.

Fica absolutamente claro desde o início que Lucas novamente não sabe o que fazer com seus personagens, muito menos tem uma história definida para contar. Sobram então batalhas extravagantes, poluídas por milhares de naves, soldados, robozinhos e monstrinhos criados pelos efeitos digitais, num exagero tão grande que chega a entumecer a consciência do espectador, privando-o de qualquer emoção genuína (e pensar que tem gente que reclama dos fofos Ewoks de “O Retorno de Jedi”!).

Como em “A Ameaça Fantasma” e “O Ataque dos Clones”, o roteiro pula de uma batalha para outra sem qualquer lógica ou coerência, intercalando-as com breves (e patéticas) exposições dos personagens. Há uma luta no planeta natal de Chewbacca totalmente dispensável e redundante, já que nem mesmo conseguimos ver o que está acontecendo, tamanho o número de tiros, explosões e naves passando.

Os Jedi, que supostamente deveriam ser guerreiros invencíveis, nobres e sagazes, são abatidos com extrema facilidade por meros soldados clones e, pior, partem para a porrada com fúria e agressividade que destoam totalmente da sua filosofia pacificadora. Mace Windu (Samuel L. Jackson, novamente desperdiçado), por exemplo, não tem qualquer pudor em tentar decepar a cabeça do vilão Darth Sidius depois de tê-lo desarmado. 

E, pelo amor de deus, como é possível que nenhum deles tenha percebido a verdadeira face do Chanceler Palpatine antes? Se bem que eles não foram capazes nem de perceber que Anakin estava casado com a senadora Amidala...

"Peraí meu bem, vou lá matar 
umas criancinhas e já volto..."
Mas isso não é nada comparado com o que deveria ser o ponto alto da nova trilogia: a transformação de Anakin Skywalker no maligno Darth Vader é absolutamente lamentável. 

Lucas fez três filmes para contar essa história, mas mesmo assim não conseguiu criar nuances e motivos suficientes para tornar a virada de caráter do personagem forte ou minimamente coerente. 

Depois de um monte de “encheção de lingüiça” na primeira metade do filme bastou o rapaz ter dois sonhos “premonitórios” sobre a morte da sua amada Padmé (muito mal encenados, por sinal) e meia dúzia de promessas vazias sobre a possibilidade de “ressuscitar os mortos” proferidas pelo vilão e pronto: Anakin já se volta contra os Jedi e sai matando inclusive criancinhas indefesas, enquanto faz cara de psicopata! 

Essa virada é tão mal construída e imbecil que o apoteótico confronto final entre ele e Obi-Wan não convence nem um minuto, ainda mais do jeito que foi idealizado com os dois surfando e duelando absurdamente sobre rios de lava incandescente.

O mais triste de tudo é que não há mais ninguém a culpar a não ser o próprio criador da série, George Lucas, já que todos os filmes são frutos da imaginação e do empenho dele. Não adianta nem reclamar da inexpressiva atuação do elenco (em particular à de Hayden Cristensen, como Anakin, canastrão ao extremo, e à de Ian McDiarmid, totalmente descontrolado e ridículo quando finalmente vira Darth Sidius), afinal a direção é inexistente e o filme flui desconjuntado e sem qualquer foco narrativo até o final, alternando batalhas caóticas com cenas tediosas de exposição da trama repletas de diálogos constrangedores. 

Não vou nem perder tempo falando do grotesco General Grievous, que deveria ser um dos vilões memoráveis do filme, mas não passa de um boneco digital bobo com problemas no pulmão, o qual não tem a nada a fazer exceto ser morto de forma patética.

Assusta também a maneira como Lucas não respeita nem as revelações que já estão nos filmes subseqüentes. Vários diálogos dos Episódios 4 e 6, por exemplo, ficam comprometidos, tais como Obi-Wan dizendo a Luke que não é chamado por esse nome desde há muito tempo antes dele nascer, Leia dividindo com o irmão pequenas lembranças de sua convivência com a mãe ou mesmo o tio de Luke chamando Ben Kenobi de “aquele velho louco”! 

O que dizer então da falta de coerência cronológica entre o Episódio 3 e o 4? Do nascimento de Luke até o seu encontro com o velho mestre Jedi devem ter passado cerca de 17 anos. Mas enquanto Ewan McGregor aparenta, no máximo, uns 35 anos, Alec Guiness certamente já tem mais de 60 anos! A mesma coisa valendo para os tios de Luke, praticamente adolescente no final de "A Vingança dos Sith", mas sessentões em "Uma Nova Esperança".

A fraca trilha musical de John Williams demonstra claramente a falta de inspiração do compositor com o material apresentado, tanto é que o filme só consegue emocionar um pouco durante os últimos minutos de projeção, quando Lucas tenta fechar tola e apressadamente os vários nós que conduzem à próxima trilogia, momentos em que Williams revisita alguns dos temas musicais antigos em grande estilo.

Enfim, “Episódio 3” é a prova definitiva que a “Força" não está mais com George Lucas. Até a série animada "Clone Wars" deu de dez a zero nele. Mas mesmo assim tem gente achando que esse filme é muito melhor que “A Ameaça Fantasma” e “O Ataque dos Clones”. 

Permitam-me discordar. Os três são igualmente ruins, desconjuntados e sem sentido, mas os dois primeiros ao menos reservaram algumas seqüências realmente emocionantes (como a corrida de pod racers do primeiro ou a morte da mãe de Anakin no segundo) e duelos memoráveis (especialmente aquele entre os Jedi e o terrível Darth Maul). Sem dizer que sempre restava a esperança de que o último filme redimiria os anteriores.

Ser fã da série original é uma coisa. Ser fanático e fechar os olhos aos incontáveis defeitos dessa nova empreitada é outra bem diferente. Melhor mesmo é rever a trilogia original e esquecer esses três filmes desastrosos, que serviram apenas para nos ensinar que os Jedi não passavam de tolos desmiolados e que o tão temido vilão Darth Vader era nada mais que um moleque mimado e birrento cuja visão política causaria orgulho tanto a Adolf Hitler quanto ao seu novo discípulo, George W. Bush.

Sinceramente, nós fãs de Star Wars não mereciamos isso...

Cotação: *
Cotação da trilogia inicial (Episódios 1, 2 e 3):
* *
Cotação da trilogia subseqüente (Episódios 4, 5 e 6): * * * * 1/2

.

8 comentários:

André Lux disse...

Cara, você não pode concordar comigo. Sou o anti-cristo da internet! Queimado vivo num poço de lava virtual por diversos críticos poderosos que me humilharam publicamente para mostrar a todos como sou mal e esquisito, enquanto eles são sábios e donos da verdade.

You're the next...
Beware!
Take care!!!

:-O

Anônimo disse...

Discordo em grau da crítica. De certo que a primeira trilogia inteira não se compara a um único episódio da segunda, e Episódio III tem muitas falhas, quase todas apontadas por você, mas grandemente exageradas. A pior, a burrice de Anakin ao cair como um patinho na ladainha de Palpatine. Mas a transição do personagem não é tão brusca assim. Ela foi bem explicitada no II, em especial pela atuação de Cristensem que sabe fazer cara de bobo e de psicopata, no bom sentido!
Repito, concordo em gênero com quase todas as suas críticas, mas não em grau. Somos da mesma idade, aconselho verificar se o mau humor não é resultado do quase inevitável saudosismo da juventude, que convenhamos, filme algum pode resgatar por nós.
A meu ver, há um mérito fantástico que passou desapercebido em Episódio III. É que pela primeira vez tivemos enfocada não a clássica saga do Herói (Hércules, Arthur, Percival, Luke, Neo, Harry Potter, Muadib e etc.)
http://www.xr.pro.br/monografias/herois_da_areia.html
mas uma saga do anti-herói, com enfoque em sua degradação terminal que o lançaria na inconsciência resultante de uma ruptura do Ego, do qual só se recuperaria décadas depois. Isso foi inédito!
Outra crítica que tem sido negligenciada, é o final abrupto. Faltou explorar mais a dramaticidade. O que Steve Jackson pecou por excesso ao final de Senhor dos Aneis, Lucas pecou por falta.

Marcus Valerio XR
http://www.xr.pro.br

Anônimo disse...

Mais um erro feio, que comentei com o André no Facebook, é o do Obi-Wan não reconhecer de imediato o R2-D2 e o C-3PO (no primeiro filme de 1977)! Até parece que fazia tanto tempo assim, pra ele nem lembrar dos dois que foram tão importantes menos de 20 anos atrás! Ridículo!

Unknown disse...

15 anos depois estou vindo aq para parabenizar a sua sensatez!!! A força está com vc!!!

Unknown disse...

Estou em 2020!

Maou disse...

"A fraca trilha musical de John Williams demonstra claramente a falta de inspiração do compositor com o material apresentado, tanto é que o filme só consegue emocionar um pouco durante os últimos minutos de projeção, quando Lucas tenta fechar tola e apressadamente os vários nós que conduzem à próxima trilogia, momentos em que Williams revisita alguns dos temas musicais antigos em grande estilo."

Quando cheguei nesse trecho do texto, eu comecei a rir pra ver o quão cabaço o cara é de justificar até na música algo sobre o enredo do filme, sendo que ela não tem nada a ver com a coesão pra argumentar dentro desse contexto (que aliás, só bosta por sinal pra falar mal do episódio III. Mal sabia que anos depois, quase uma década e além, Jar Jar Abrams e Rian Johnson de fato fariam pior as coisas -- irônico).

Rodrigo Skywalker disse...

23 Janeiro 2020!! Temos brigas entre fãs, diretores,roteiristas, enfim entre equipes dos filmes. Acabou de encerrar mais 1 trilogia(sequel) controvérsia!! Mas nada como o impressionante faturamento que a saga Star Wars gera para os envolvidos, tão querida pelos fãs! Eu amo demais Star Wars!! Quero que venha muito mais conteúdo com coerência e sentido é claro!! Não julgo o rumo(briga de ego) tomado por 2 diretores só queria e quero consumir Star Wars de respeito e que respeite histórias já contadas em filmes anteriores e os demais(haters) que briguem. Fazer o quê? Quem sou eu, nesse meio de "críticos" intelectuais.

#Paz�� Star Wars
Ahh e que a força esteja com todos vocês Skywalkers!!! Haha

Rodrigo Skywalker disse...

23 de Janeiro 2020!! Eis que temos mais um momento de encerramento de 1 trilogia(sequel)cheia de decisões controvérsias!! Brigas entre fãs, diretores,roteiristas, equipes no geral. Trata-se de um mundo tão rico e poderoso como é o universo Star Wars porém falta criatividade para os desenvolvedores! Não entendo decisões tomada, desejo que venham muito mais conteúdo Star Wars, o desejo dos fãs é de consumir mais e mais conteúdos de qualidade e que respeitem histórias já tomadas em filmes anteriores!

Enfim que a força esteja com todos vocês Skywalkers!!! ♡ haha